Uma vez corri seis quilómetros sem parar.
Uma amiga decidiu que o que queria mesmo era festejar o aniversário dela numa corrida na marginal e o seu aniversário coincidia com uma dessas: a corrida Sempre Mulher. Isto foi há meia dúzia de anos e eu já não fazia exercício há uma meia dúzia de anos. Mas pelas amigas faz-se tudo (menos saltos mortais encarpados) e ninguém quis ser fraca. Fomos as 5 mais a irmã dela e uma amiga da irmã. Ninguém dava nada por mim, que sou uma lesma amorfa, praticaente declarada do fare niente. Arrancámos e depois de uns 5 minutos mais acelerados, elas começaram a andar em vez de correr, na converseta. A irmã dela e a outra amiga continuaram em passo de corrida. Eu acompanhei-as e em menos de nada, estávamos na linha de chegada.
E vocês perguntam: Maria, tu que nem estavas em boa forma, nem gostas de te mexer, foste a correr, em vez de desacelerares o passo, porquê?
Eu respondo: era uma corrida, não uma andada*. E quando não gosto de uma coisa o que quero é que acabe o mais depressa possível.
E vocês perguntam: Mas Maria, estavas já em péssima forma física, como é que te aguentaste sempre a correr sem parar.
Eu respondo: a chave é a motivação. E eu tinha visto um McDonalds depois da meta onde serviam maravilhosos McFlurrys de M&M's com extra de caramelo. E sim, foi essa a minha primeira ação pós-corrida: repôr calorias.
*sim, a palavra existe.