Velas acesas em mim.
Hoje é (mais um) dia de torcer pelo melhor nas coisas que não posso controlar. Acendo as velas todas da alma e rezo ao Deus em que não acredito. No fundo, não faço nada senão levar o dia como tenho de levar, mas com uma sensação de vácuo no peito. Sabem como é, não sabem? Uma moínha entre os dois pulmões? E fazer o meu melhor para permanecer na calma de que as coisas graves não são estas. Que a gravidade dos problemas é relativa. Que a vida se resolve, mas se não se resolver, há sempre meio de continuar, melhor, pior, de maneira diferente. Que as coisas pequenas nunca terão de mudar. Como ele a olhar para mim, despenteada, mal-humorada, de remela nos olhos, a dizer que sou linda. E eu a abençoar a sua miopia que desponta.