Voltei a vê-lo e o meu coração acelerou.
Sou ridícula, como as cartas de amor. Mas isto acontece-me sempre. Já não o via há largas semanas, mas penso muito nele. Todos os dias, arriscaria dizer. Sei onde ele está, onde o posso encontrar e que espera por mim. Mas a vida intromete-se. Tenho o Moço e levamos uma vida ocupada que não dá espaço para pensar em grandes aventuras. Não consigo nem posso dedicar-me a ele.
Hoje não deu para evitar mais. Vi-o. Que saudades. É sempre por pouco tempo, porque logo outra coisa se sobrepõe. Mas vi-o. E senti aquela palpitação no peito que em código morse soletra: felicidade. Porque é que não pode ser sempre assim? Vi-o por uns instantes e isso encheu-me de satisfação. Sei que conhecem a sensação. Aposto que também sentem isto quando finalmente vêem o fundo do cesto da roupa suja.