Isto é verdade? Os bolos que os noivos cortam para os convidados verem são de esferovite, com exceção para o topo?! Hein?! Não podem ser todos, que eu acho que já vi alguns serem todos cortados à minha frente. Ou são truques de ilusionismo?! Vejam lá que começar um casamento a enganar pessoas é uma péssima premissa para um sagrado matrimónio. Digam-me tudo que prometo ser forte.
Terminada a época oficial de casamentos, façamos o balanço do tipo de evento em 2015:
1. As amigas vão afastar-se do bouquet atirado como o Diabo se afasta da cruz e este vai acabar por cair no chão aos pés de todas enquanto continuam a recuar de fininho. Inclusivamente aquelas que amavam que aquilo lhes tivesse calhado em sorte para chamar a atenção - podem fazer isso depois com danças tresloucadas ao som de músicas das Doce.
2. Ninguém vai usar o brinde dos noivos. Mesmo que seja incrivelmente útil, ninguém quer usar uma bolsa de telemóvel a dizer Joana&Horácio no meio de um coração.
3. Vai haver convidadas vestidas de igual porque não sabem que não devem ir à Zara de véspera comprar o outfit ou esse risco sobe exponencialmente.
4. Metade dos convidados não vai comer bolo porque está numa dieta sem hidratos e/ou açucares. Muitos dos que comem deixam o carro e voltam para casa a fazer running (ou como diziam há um par de anos: a correr).
5. O animador que passava Apita ao Comboio e fazia palhaçadas para entreter todos foi substituído por um DJ que passe uma mistura de sons cool e kizomba, com a parte de comédia a ser assegurada pelos amigos dos noivos mandatados através de um acordo silencioso mas palpável que os obriga a tudo desde foto-montagens a danças coordenadas.
6. A despedida de solteira/o envolveu uma ida à praia (nalgum ponto ou na sua totalidade). No caso das mulheres, são obrigatórios a) outfits coordenados que incluam a cor rosa ou b) coroas de flores.
Dos tempos em que ir a casamentos, era mesmo só ir a casamentos. Os pais é que pagavam a visita e de resto era vestir qualquer coisa gira, comer muito camarão e dançar (desconto para aturar o tio maluco que todas as famílias têm).
Hoje em dia ir a um casamento é tudo isso (mas pagamos nós a visita e com sorte temos de ir vestidas de damas de horror) e...organizar despedidas de solteiras (guardando também o orçamento para tal), ensaiar danças, cantorias, flash mobs, criar vídeos engraçados e um PPT de fotos de infância, não esquecer de fazer a cama dos noivos à espanhola, pendurar latinhas no carro...
As saudades que eu tenho de quando ir a um casamento não dava trabalho.
[E depois vejo o brilhinho nos olhos dos nossos amigos-noivos e vale tudo a pena, mas ainda assim...sou uma preguiçosa. (In)felizmente, uma preguiçosa que não consegue ficar quieta e não pôr o bedelho ou organizar mesmo tudo.]
Sabem quando as pessoas, às vezes, usam a palavra "especial" para suavizar a diferença ou a deficiência? Sinto-me um bocadinho assim. Eu sou um bocadinho diferente no que toca a casamentos e podia ser considerada um peixe fora d'água no aquário deste tema. Mas a Zankyou (repetindo muitas vezes que eu era especial) pediu-me e publicou o artigo que faz hoje o destaque da página principal da Magazine. Peço-vos que leiam e opinem muito, discordem de mim, dêem a vossa visão, partilhem se acharem pertinente, que façam deste artigo um sucesso (não lhes digam que fui eu que pedi...shhh) para eles verem como a diferença - na qual eles acreditaram - resulta mesmo. E estou a rezar (uma oração ateia, mas sentida) para que as noivinhas não odeiem a minha visão pragmática da coisa e me queiram atirar o bouquet à cabeça. Peace and love, people!
[O artigo fala do momento em que a noiva atira o bouquet, na ótica de uma convidada aflita...só lendo!]
E foi uma pessoa que trabalha num portal de casamentos e contactou a pessoa menos habilitada a falar sobre o assunto para dar uma achega sobre o matrimónio (eu). Desculpa-mo-lo porque deve ter lido o meu texto que diz que afinal o casamento é outra coisa e, tal como o Moço (é verdade) pôs-se a pensar que afinal eu até queria casar e sabia falar sobre isso.
Conclusão: ri-me, mas respondi educadamente, como me ensinaram os meus pais. Disse que só sei de casamentos do ponto de vista de uma convidada (e amiga). Mas eles, que certamente conhecem o meu ponto fraco, tentaram-me com algo ao qual não sou imune: bajulação. Ah e tal, que gostavam muitos dos meus artigos e têm bloggers convidadas e tal e posso escrever um texto do ponto de vista que me aprouver e colocar links para a minha casa-mãe. Opa! Elogios, divulgação do meu blog e liberdade editorial? Vamos a isso.
Claro que a divulgação do meu blog vai ser provavelmente junto de um público (as noivas) que vão odiar o meu pragmatismo face à coisa, mas tomemos isto como um desafio pessoal, o que acham? Se acham mal, parem de ler agora, mas aviso já que vem aí borla!
Então, estamos a falar da Zankyou, que é, segundo consta, o maior portal de casamento da Europa, onde se pode: (1) ler a web magazine para onde vou contribuir com um textinho à-la-Maria, (2) criar websites de casamento e (3) listas de presentes onde existe para cima de tudo e mais alguma coisa (inclusivamente opções solidárias e ecológicas...ecólogicas!?).
Para os leitores aqui da Maria, que estejam a pensar dar o nó (digo isto em tom fofinho e não a pensar numa forca) uma mensagem especial: podem criar o website gratuitamente e ter um desconto na lista de presentes online com o código ZKYMDPPTDL0116 .
Sigam o link para verem como funciona, se vos interessa, e saibam que vos será cobrada uma comissão de 1,75% sobre o valor dos presentes e 0,7€ de taxa fixa por transferência, em vez dos 1,85% e 1,15€ que cobram aos restantes. Basta porem o código acima quando fizerem o website, ou caso já tenham, enviarem com o contrato de casamento. Depois não venham cá dizer que nunca vos dei nada! E não, parte nenhuma desta comissão vem para mim (mas eu não me faria de rogada).
Depois partilho convosco o artigo que escrevi para a magazine. Avanço já que me diverti muito a fazê-lo – mas não sei se as moças lá do portal vão achar graça...
Este artigo saltou-me à vista no Facebook, cortesia dos likes das minhas amigas casadoiras. Enuncia sete frases com que não devemos aborrecer a noiva no dia do seu casamento, enquanto pessoas amigas, parece-me. São elas:
"Quem paga isto tudo?"
"No meu casamento, eu fiz..."
"Eu tenho mesmo que me sentar ao lado dessa pessoa?"
"Precisas de uma outra bebida!"
"Eu aposto que isto não dura."
"Pensava que nunca te ias casar."
"Qual é o plano depois da lua de mel?"
Se incomodam? Talvez, e o artigo até está certo. Mas, em tendo de escolher, lembro-me de umas quantas que seriam piores. Chamem-me picuinhas, mas eu era mais menina para querer evitar estas cinco frases em dia de casório, vindas de uma amiga:
"Queres mesmo o vestido todo branco ou esta mancha de vinho aqui não faz mal?"
"Ui, essa borbulha na testa está mesmo a rebentar!"
"Ao menos vais casar com um homem que é bomba na cama!" (piscar de olho)
"Toda a gente que este padre casa acaba a divorciar-se...LOL!"
"Desculpa incomodar, mas tens alguma chamada do teu noivo? Não o estamos a conseguir contactar."