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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

31
Out16

Álouíne

Maria das Palavras

Já que estamos a tornar portuguesa uma tradição americana, que o façamos convenientemente, a começar pela grafia. "No meu tempo" (a temida expressão) o que se usava era "O dia do Bolinho" no dia 1. Aquilo que alguns chamam de Pão por Deus. Máscaras só no Carnaval. É um bocadinho irrelevante a maneira ou as horas a que a tradição se leva a cabo afinal: o que interessa é que continue a haver açúcar a rodos, mesmo que já não seja no saco do pão, nem venha já misturado com tremoços e bolos a desfazerem-se. Por isso decidi criar a minha.


Ora nesta noite de 31 de Outubro - o Álouíne - o Moço trabalha e eu podia ficar sossegadinha. Ou podia fingir que já não tenho o suficiente para fazer e encher a casa de bruxas. Claro que a segunda ganhou. Chamei ao evento "Noite das Bruxas", planeei o menu com abóbora e açúcar suficientes e chamei um grupo giro de amigas. Não é bem uma festa, nem um jantar, é uma celebração da fama que as mulheres têm. E se temos fama...
No entanto, para evitar modernices, ninguém deve vir mascarado.

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Agora tenho de ir. Já estou a ouvir as primeiras vassouras a estacionarem lá fora...

 

 

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31
Out16

Poças, andei uma vida enganada.

Maria das Palavras

A interjeição escreve-se "poças" e não "possas". Peço desde já desculpa aos leitores, porque isso quer dizer que este blog está minadinho de erros. Ao mesmo tempo, também estou a pensar que vocês são sacanas...se escrevo "tmbém" (claramente falha da pressa) vem logo o santinho da ortografia acusar-me de não saber escrever a língua de Camões. E esta palavra de importância maior no léxico de qualquer pessoa que não usa palavrões brutos para se expressar, vocês lêem cá no blog e riem para dentro que nem ratos sem me corrigir. Ora poças para vocês. 

 

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30
Out16

O Espera-Maridos

Maria das Palavras

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O xailinho de malha larga que levo aos ombros foi a minha avó que mo fez. Guardou-o no meu enxoval até ao dia que mudei de casa para morar com o Moço. Reparem que não mo deu enquanto morei sozinha, apesar de eventualmente o Moço também se ter mudado para lá comigo. Deu-mo quando arranjámos os dois a nossa casa atual. Disse-me que era um espera-maridos. Para as mulheres se aconchegarem um pouco enquanto o marido não vinha da pinga ou da lavra. Não me casei, mas ela esperou pelo momento certo para mo dar.

Quando as temperaturas começaram a descer fui buscá-lo à gaveta dos pijamas, onde o guardo, ao fundo. Sabe bem, quando não há tanto calor que se precisa de mais uma camada, mas já faz falta um aconchego aos ombros. Sentei-me no sofá ao pé do Moço (por quem efetivamente espero muitas vezes) e perguntei-lhe se sabia que aquilo era um espera-maridos, com um tom terno, de quem vai contar exatamente o que vos contei. Diz ele, com ar gozão:

- É agora...isso é um xaile de avó!!

 

Pronto, não me chateei porque também é efetivamente um xaile. Que efetivamente é usado por pessoas de idade - está para vir a tendência  para as mai'novas outra vez quando a primeira blogger IN publicar uma foto de xaile. Mas depois fui ao Google pesquisar por espera-maridos e percebi a desilusão dele. Além dos xailes e de alguns doces assim chamados, há toda uma categoria têxtil de espera-maridos com a qual ele talvez ficasse mais entusiasmado...

 

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29
Out16

O carteiro toca sempre duas vezes

Maria das Palavras

 


E eu adorei que tivesse tocado estas duas vezes, com duas edições mais do que recomendadas do Clube do Autor. Não por mim, que ainda não os li (acabaram de chegar, tenham lá calma), mas o primeiro foi considerado "Livro do Ano" pela Amazon e pela Entertainment Weekly (entre outros) e o segundo ganhou o Diamond Dagger Award, o Prix Coeur Noir e o Prix POLAR International. Não que agora só leia livros premiados - nem vos posso dar esse exemplo senão agora só podiam ler o Por Falar Noutra Coisa, a Pipoca e a Cocó, entre alguns outros merecidamente vencedores dos Blogs do Ano [pausa para palmas] e deixavam-me de parte (que eu nem juízo ganho, quanto mais prémios).

 

Certo é que há umas semanas fiz um post a desejar uma história verídica (e dei como um dos exemplos este Quero-te Morta) e agora que o tenho estou danadinha para o ler. Do outro nunca tinha ouvido falar mas li a sinopse e estou certa que para mim e para todos os apaixonados pela leitura (alerta Magda Pais) vai ser imperdível. Logo vos dou a minha opinião - curta e grossa concisa e honesta, como sempre. 

 

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27
Out16

O flagelo dos filhos na escola (na perspetiva de quem não os tem)

Maria das Palavras

Estou assustadíssima. Lembrem-se os mais desatentos que não tenho filhos, mas muitos amigos à volta já os têm - alguns já em idade escolar ou pré-escolar. Uma amiga minha partilhou no Facebook a guitarra artesanal que fez para a filha. A GUITARRA, senhoras e senhores. Isto são coisas que me encolhem o útero, confesso. Deixem-me partilhar convosco alguns flagelos de ter filhos pequenos que frequentam escolinhas com que me vou deparando e que me assustam mais que beber azeite coalhado diretamente da garrafa. 

 

1. Manualidades em casa

Coisas que eu faço bem em casa, à mão: nem lavar a roupa. Nunca achei graça a fazer colagenzinhas, recortezinhos e construções. Não quero ter cola nos dedos, não quero construir caixinhas e guitarrinhas de cartão. Teria de fazer muito esforço físico e mental para ficar uma coisa decente e prefiro brincar a outra coisa, pode ser? E NÃO QUERO sentir que tenho de me esforçar porque os paizinhos dedicados vão chegar lá com autênticos retratos renascentistas quando o TPC for levar de casa um desenho da família feito com os pais. 

 

2. Ai que pedra bonita.

Tenho na cabeça uma pedra (não literalmente, tipo tumor, só que me lembro) pintada que dei ao meu pai num Dia do Pai, precisamente. Eu sei que se faz o que é possível com crianças pequenas para tornar estas ocasiões especiais e as educadoras ou professoras primárias também não têm de ser artistas, nem têm dinheiro para certas coisas. Mas que porra, então parem de tentar ser uma secção de papelaria do IKEA a fazer pisa-papéis e calendários rabiscados. Ou bonecos com rolos de papel. Prefiro que ensinem as crianças a esquecerem-se de celebrar o dia da mãe (ou que lhes ensinem que o carinho é que deve ser a coisa especial) do que criar-lhes o hábito de oferecerem lixo e coisas recicladas. São esse tipo de crianças que depois tentam criar empresas que vendem colares feitos com cápsulas Nespresso usadas, minha gente!

 

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3. Trabalhos para onde?

Trabalhos para casa? Deixa cá ver quando é que achava aceitável fazer trabalhos de casa...Hummm...Ah, já sei, quando era eu que andava na escola. Portanto já andei uma vez na escola (check!), já fiz os TPC todos que tinha de fazer (check!). Então podíamos fazer um acordo que era: mandavam TPC para as crianças em quantidade e qualidade moderada de forma a que sejam coisas para as quais não precisam da ajuda dos pais, nem lhes tomam muito tempo. Ou então, nem mandam (oh Deus, ajuda a que esta medida vá para a frente antes de eu ter filhos) e essas coisas fazem-se na escola onde até já passam uma boa quantidade de horas. Pode ser? 

 

4. Cada menino traz um lanchinho para partilhar.

Lembro-me logo das séries americanas com as mães bullies pseudo-perfeitas. Aposto que por cá também há. A divisão entre as mães que compram croquetes do Pingo Doce e chegam lá todas transpiradas e despenteadas, a bufar, porque mesmo conseguir comprá-los foi um feito, e as que fazem Muffins de Noz de Macadâmia e Mirtilo caseirinhos, ainda quentes, até usaram o forno da instituição de freirinhas cegas onde são voluntárias para os cozinhar a baixa temperatura enquanto remendavam meias e só se atrasaram um minutinho porque estavam a acabar a manicure. E já disse que os mirtilos eram da sua pequena hortinha biológica? Claro que vou ser do primeiro tipo. E se é verdade que a opinião dos outros me rala pouco, talvez não me apeteça envergonhar os piolhos (e os pais dos piolhos).

 

5. Por falar em piolhos...

As escolas estão cheias de coisas pegajosas não é? É que às tantas é melhor trazerem o tal suporte de chaves feito com caixas de Chocapic no dia do Pai que um nariz cheio de ranho de bactéria alheia. 

 

 

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Pronto, já desabafei, no meu tom nada exagerado e bastante conhecedor. Estou mais aliviada. Pode ser que até chegar lá ganhe mais virtudes e consiga lidar com estas coisas. Mas em relação à tal guitarra artesanal ficam já a saber que se me calhar em sorte ter de fazer um instrumento musical para a cria levar para a escola, mando a criança virar um iogurte e chamar-lhe tambor. Pode não ser a criança mais prendada a nível de artes manuais. Mas será a mais criativa e visionária. Não? Desenrascada, então? Vá, esqueçam.

 

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27
Out16

Isto não tem nada a ver com o Natal #5

Maria das Palavras

Estou a dizer, só aleatoriamente  e de forma totalmente desprendida da época natalícia que se aproxima (e onde é costume trocarem-se prendas), que estou a ler e a adorar este livro do Afonso Cruz (leiam a sinopse clicando na capa) e que é autor para me dar vontade de devorar tudo o que já escreveu. Escreveu e ilustrou - que o livro é uma combinação magistral das duas coisas (letra e imagem, às vezes letra a formar imagens). Agora quem ler este post que faça o que quiser com esta informação. A minha intenção era mesmo só partilhar isto...

 

Por exemplo, não ia pôr-me a pedir os outros livros dele, nomeadamente os que deixo aqui abaixo. Seria ridículo, até porque já tenho o primeiro, apesar de o ter perdido sem o ler. E depois, no geral, porque não gosto de estar a pedir coisas. Já para não dizer que ainda faltam  umas oito semanas para o Natal...Seria ri-dí-cu-lo. Nem me ia pôr a falar disto como dica à socapa só porque hoje a partir das 20h e até Sàbado a FNAC estará com descontos de 30% para aderentes...e ficaria mais em conta comprar já livros que eu não teria intenção nenhuma de trocar. Mas digo isto de forma desinteressada, como vos diria que tenho uma nódoa na blusa, sem esperar que me ofereçam outra (contudo, lá está, deixo ao critério de quem ler).

 

 

 

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26
Out16

Coisas que aprendi a morar com o meu namorado

Maria das Palavras

[a versão feminina e menos engraçada deste hilariante texto do hilariante Guilherme - ou chamemos-lhe antes: o direito de resposta]

 

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Vivo com o meu namorado há três anos. Mas continua a parecer que estamos na primeira semana. Porque estamos sempre aos amassos, aproveitando o nosso espaço e tempo comum? Perguntam vocês. Não. Porque ainda tenho de repetir as mesmas coisas da primeira semana como “isso não se deixa aí” ou “não podes virar a carne com uma colher de chá”.

 

É verdade que ele morava com os pais e fazia pouco pelo que posso dizer que aprendeu tudo o que se refere à lida da casa comigo. Que é como quem diz: já sabe levar o lixo para baixo. Mesmo assim queixa-se muito. Que é sempre ele a fazer isso e eu não tenho nenhuma tarefa que seja só minha (tipo aturá-lo?). O que é falso porque sou sempre eu que arrumo o comando da PlayStation (apesar de nunca ser eu a usá-lo).


Ao contrário do Guilherme, acho que o Moço ficou favorecido com as despesas divididas. Nas coisas do dia a dia mal se nota (eu até compro muitos cremes e porcarias, mas depois deixo-os na prateleira cheios por três anos, logo os primeiros ainda não se gastaram), mas tenho para mim que noutros investimentos tenho ficado prejudicada. Por exemplo, comprámos a Bimby a meu pedido a qual ambos usamos e da qual ambos usufruimos. Mas comprámos a PS4 a pedido dele e eu usufruo muito pouco. Ele diz que escuso de falar da Bimby como se fosse a sétima maravilha porque também não faz torradas. Mas experimentei pôr bocados de Panrico na Playstation e também não torrou grande coisa. Embora de facto agora cheire às vezes a churrasco quando a usa. Portanto terá potencial. Aprendi qualquer coisa.

 

Além disso não sei se ele tem grande noção do que compramos para a casa, tirando as saladas, os ingredientes da sopa e a carne ou peixe. Há coisas que acabam e renascem como um mistério para ele . Sabem aquelas crianças que acham que os ovos se criam no supermercado em vez de virem da galinha? Ele acha que o shampô ou a pasta de dentes crescem nas louças da casa-de-banho. O papel higiénico também nasce no suporte, como todos os homens sabem.  Ainda por cima quando o vêem no supermercado muitas embalagens têm a indicação “reciclado” e eles pensam que ele se auto-recicla mesmo - grandes ambientalistas, os senhores da Colhogar.


Mas voltando à louça da casa-de-banho...já vos aconteceu, minhas senhoras, acordarem, arrastarem-se até à casa de banho pela manhã, e ainda estão a tentar lavar a cara quando começam a ver bicharada no lavatório? Uma espécie de pulgas do mar? Mas às carradas? E depois lá conseguem abrir melhor os olhos e são só restos mortais de barba.  Aprendi, no entanto, que há uma explicação: eles não lavam os cotinhos de barba com água do lavatório para compensarem o facto de transportarem consigo toda a água do mundo na barba de cada vez que lavam os dentes. Quando ele lava os dentes e me dá um beijo para se ir embora, parece que levei com o Rio Nilo no focinho. E eu nado mal. E não gosto de piranhas.


Aprendi ainda que há uma razão para existirem aqueles cartoons dos homens a dormirem sempre destapados no último terço da cama. É que ele queixa-se do calor porque eu quero dormir sempre bem coberta (sem piadas sexuais, por favor), mas sempre que se mexe deixa um túnel de vento entre nós e eu não me posso queixar. Depois puxo os lençóis, claro que puxo. Não quero dormir num ciclone em formação. E encosto-me, claro que encosto. A tentar evitar a cidade de Chicago entre nós.

 

Mas enfim, não me posso queixar apesar de ele ter ficado com um terço do espaço de arrumação de roupa apesar de termos combinado que ficava só com 10%. Na maior parte dos dias ele faz-me o pequeno-almoço.  E posso sempre ver o que quero na TV porque ele fica de olhos colados a tudo (mesmo que seja um documentário sueco - sem legendas  - sobre a o ciclo de vida do caruncho). De forma que já lhe ganhei carinho.  Isso e encontrar casa só para uma pessoa não está fácil.

 

 

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