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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

31
Mar20

A Blogger Menos In do Pedaço #114 - Edição Pandemia

Maria das Palavras

(Ainda) não fiz pão. Só fui à varanda ler, nada de bater palmas ou fazer música que não gosto de incomodar os vizinhos (e assimcomássim, não  tenho a certeza que isso ajude). Não acumulei papel higiénico, nem nenhum género alimentício. Toda a gente quer comprar o que é nosso e eu também, mas o que me apetecia mesmo mesmo era um hambúrguer do Burguer King, com batatas fritas do McDonalds. Não faço encomendas, nem sequer de comida. Não faço treinos de PT nenhum no Instagram (estou a estudar o impacto no ser humano de passar os dias sentada e deitada). Também não vi nenhum live inteiro do Bruno Nogueira (apanho-os sempre a falar do mesmo e deixo o Moço a ver sozinho), nem fiz eu própria nenhum live (o que deve ser ainda mais grave). Não partilhei como estou farta de crianças – ajuda não as ter, nem fui passear o cão – ajuda não o ter. Os meus pais têm cão, mas também não o podem passear porque ele não anda (nem sequer estou a brincar). Não briguei para ser eu levar o lixo (continuo a não gostar, mesmo em tempo de pandemia). Não partilhei fotos de videochamadas, mas juro que já aconteceram algumas e a minha palavra terá de servir. Não organizei as estantes de livros por cores (mas estou a isto – gesto de juntar o polegar ao indicador). Não aproveitei para arrumar gavetas, porque já bem basta ter de limpar a casa. Não criei um podcast, até porque já o tinha. 

 

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30
Mar20

O Sino que desdobra as Horas

Maria das Palavras

Faz hoje 20 dias que estou em isolamento, mas não é a passagem do tempo em casa que me desgasta. Tenho a grande felicidade de poder estar em casa com trabalho e mais 67 formas de me entreter, uma varanda para apanhar ar e comida que não tive de acumular em altura nenhuma. E sempre fui sossegada. Dêem-me uma manta e um livro.

Só que.

Enquanto o tempo come os dias, a doença come as pessoas. E cada vez mais vamos conhecer alguém que conhece alguém que está doente ou em situação de risco (a quem vai faltar um ventilador que é uma chance?). Sabemos o poder que temos nas mãos ao escolher recolher-nos, mas só podemos fazer essa escolha por nós, mais ninguém, portanto a doença avança sobre quem a menospreza saindo para passear, sobre quem tem mesmo de sair, sobre quem (mesmo sem sair) tem contacto com os idiotas do primeiro caso e os valentes do segundo.

Desenganem-se se acharem que por estarem em casa – ou serem ‘tão’ saudáveis - são intocáveis. Toca a todos de formas diferentes e às vezes a forma mais cruel não é apanhar a doença, é viver com as suas consequências. 

 

Por isso.


Em casa, riam, vivam, conversem, façam piadas, joguem, divirtam-se.
Aproveitem todos os momentos, todos os detalhes.

Não porque são imunes aos efeitos ou ignorantes dessa realidade. Mas porque, precisamente por não serem, devem a vocês mesmos a missão de serem felizes entre os pingos da pandemia.

De cada vez que sino toca a marcar mais uma hora, é menos uma para isto acabar. Sempre que desdobram, mas não dobram, ganhamos outra vez.

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25
Mar20

Reflexões em tempo de Isolamento II

Maria das Palavras

6
Devia mesmo começar a fazer exercício. Já tentei, mas canso-me muito. 

7
Felizmente não temos balança.

8
Olha que nem em quarentena as pessoas deixam de marcar pessoas que não conhecem nos passatempo do Instagram, hein?!

9
As pessoas que fazem aqueles esquemas com área contaminada da casa para as coisas que vêm da rua, devem ter casas muito grandes.

10

Se todos os carros do país ficarem sem bateria por não andarem, quem é que vai dar faísca ao nosso para pegar? 

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23
Mar20

O flagelo das Videochamadas

Maria das Palavras

Uma das coisas que me está a custar com a crise que para aqui vai não é o isolamento em si, mas um dos efeitos mais nefastos do mesmo: a propagação das videochamadas

A febre das videochamadas tem um período de incubação médio de 5 dias a partir do isolamento, mas mais tarde ou mais cedo revela sintomas em todos os vossos grupos de Whatsapp. As principais ferramentas de contágio são o Skype, o Zoom e agora uma coisa chamada House Party, porque um mal nunca vem só e além de falarmos todos, também temos de jogar todos. 

 

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Eu juro que até sou uma rapariga simpática, que aprecia o contacto com os seus amigos e familiares. Mas mais pessoal. Ou por mensagem escrita. Ou por carta. Culpo pelo trauma o meu pai que sempre me disse que o telefone era para marcar o namoro e não para namorar. Só que agora não dá para marcar nada, mas eu também não me habituei em 34 anos a conviver à distância. Bicho do mato in the house.


Eu vejo vários problemas nisto das videochamadas.


O primeiro é que anula de imediato a maior vantagem de não se sair de casa que é usar o pijama mais rançoso que se tenha all day long e a pessoa não tomar banho, nem se pentear durante cerca de...ora...vai para 13 dias que não saio de casa. E o meu cabelo a partir do dia 2 já destila azeite. Podem dizer que não faz mal, estão entre pessoas próximas, mas toda a gente sabe que é obrigatório publicar imagens das videochamadas nas redes sociais, por isso não pensem que a vossa triste figura em robe de borbotos se vai manter em segredo.

 

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Depois no meio da confusão de janelas, em que às vezes um não se ouve, outro não se vê, há sempre alguém que fica com a imagem parada e uma alminha diz "o não-sei-das-quantas freezou". E "freezou" é uma palavra que me eriça a ponto de me crescerem cabelos debaixos das unhas. E a pessoa que diz isso nas chamadas que temos feito é o Moço. 

Mas mesmo que a ligação esteja a funcionar bem para todos, parecemos todos estrábicos, porque ninguém olha para o sítio certo. A câmara é num sítio, nós olhamos para outro, o que é o equivalente a estar frente a frente para alguém a conversar e um fala a olhar para os pés, outro fala a olhar para o tecto. 

 

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No geral a verdade é que para falarmos todos, acaba por não falar ninguém, que é mais ou menos a sensação que eu tenho em jantares de amigos com mais de 10 pessoas e videochamadas com mais de quatro. Mas já determinámos que eu sou um bicho do mato.
Mas até pode ser que sto me ajude a contribuir para a economia. Agora que o mercado de trabalho é capaz de piorar, até estou capaz de contratar uma assistente só para me gerir os horários das videochamadas, que começa a ser difícil acomodá-las todas, sobretudo se contabilizarmos o período para eu me queixar das chamadas também. 

O meu limite atual, que desconfio que está prestes a ser sacrificado em nome da amizade, são as chamadas à hora de almoço e jantar. Porque já era fácil entendermo-nos todos e falarmos à vez quando só estávamos concentrados nisso, agora adicionem a isto termos todos a obrigação de ter a refeição feita à mesma hora, termos de pôr a mesa (já estamos todos a fazer refeições em cima da cama, certo?) e apoiar o telemóvel num ângulo que nos favoreça (nunca é de baixo, minha gente!) enquanto deglutimos as sobras de ontem. O glamour já estava pela hora da morte, agora faleceu mesmo. 

 

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A minha sugestão é que continuemos a falar todos uns com os outros, mas, por exemplo, cada um vira a câmara para a sua jarra favorita. 
Ainda assim quando as chamadas ultrapassam a marca da meia hora, já começo a ter o índice de atenção de uma suricata e apetece-me pousar o telemóvel e re-encenar aquele anúncio do "siiiim, mãaaae". Sabem?


Posto isto, vou encontrar um martelo e dar cabo de todas as câmaras possíveis cá em casa. Mas sim, continuo muito tranquila, e vocês?

 

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21
Mar20

Hoje é um dia bonito

Maria das Palavras

É o dia mundial da árvore

E também da poesia

Mas mais que tudo isso

É o aniversário da Maria

 

Desta vez não há presentes

Nem familiares à vista

E com o pouco que sobra

Talvez o jantar seja alpista

 

Mas a pessoa não desanima

Nem estar fechada a demove

Festejo e até faço uma rima

Contra o Covid19

 

Seu filho de um vírus mal parido

Que me tolda os movimentos

Vais ver que damos cabo de ti

E viveremos melhores momentos

 

Para que saibas até estou bem

Entretida e sossegada 

Tenho bolo de iogurte e tudo

E gosto mesmo de estar sentada

 

Só tenho este problema de garganta

Não é tosse, é algo mais, 

É um mal que não se espanta

De ter de ralhar com os meus pais!

 

Mas não és só tu que contagias

O meu otimismo é patogénico 

Sei que a alegria está nos detalhes

E eu tenho papel higiénico. 

 

 

[o Sapo Blogs desafiou-nos hoje a fazer um poema e eu claramente dei tudo] 

 

 

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19
Mar20

Bright Side of Corona

Maria das Palavras

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Se eu acho que se consegue ver um lado positivo numa pandemia? Meus senhores, até um teste de HIV consegue ser positivo!
(perdoem-me a (des)graça, mas ja estou em casa há 9 dias). 

Eu sei que não estamos em condições de brincar (muito) com isto e ver coisas boas numa tragédia que ainda vai piorar antes de melhorar...bem, pode ser doentio. Mas também pode ser o que nos mantém à tona, de olhos postos na bonança que vem depois da tempestade. Portanto vamos esquecer só por um bocadinho a contagem de infeções e falecimentos, que alguns acompanham com o mesmo fascínio com que puseram em repeat as imagens dos aviões a irem contra as torres gémeas.


Vamos a 5 Coisas Boas que podem resultar desta Coisa Muito Má: 

1

Fomos todos ao fundo da despensa e usámos o que havia por usar. Até aprendemos que há coisas cuja validade passou há 7 anos que empurrando com água ainda não custam muito a engolir. Se queriam minimalismo, aí têm o minimalismo nas ventas. Reduzir, reutilizar (e deixa a reciclagem para depois, que não convém ir muitas vezes ao lixo agora). Conseguem viver com pouco ou não conseguem? Tanto nas receitas, como nas compras já aprendemos que com menos se pode fazer mais. Deuzajude a manter essa aprendizagem. Até porque vamos precisar ao descobrirmos que afinal não eram os T0 sem WC a 1500€ que iam fazer ruir a economia. Covid19 - 1, Especulação Imobiliária - 0.

2

Vá, levante a mão quem tem falado muito mais com os amigos e familiares nesta fase do que antes. Vá, quero ver. Pois é. Afinal até gostam das pessoas, não é? Até sentem falta. Queixam-se da sogra, mas não querem que ela morra e ralham para que não vá à frutaria. Afinal era chato ir almoçar todo o santo Sábado e Domingo a casa dos pais (não façam isso), mas davam agora a unha do mindinho por esse privilégio. Se calhar até aturavam mais uma festa de criança ou duas...

3

O que é aquilo? Ah, é a água límpida dos canais em Veneza. E aquilo, será uma lata de sardinhas? Não, é um golfinho. Afinal não era preciso deixarmos todos de comer carne para melhorar o ambiente, só era preciso um vírus altamente contagioso à escala mundial. MUITO mais fácil. Ganhamos todos consciência do impacto ambiental que têm os nossos carrinhos todos os dias, os nossos hábitos de consumo...percebemos que sim, claro que devem ser criadas regras que limitem cargas de turismo que roubam a genuinidade de um determinado local. E olhem que eu digo isto com espinhos no coração, porque quem me tira uma viagem, tira-me tudo e um par de chinelos (antes era botas, mas agora a vida em casa não se presta a isso). 

4

O pessoal que andava todo a gozar com o André Sardet por ter músicas minhoquinhas agora até se pela por um solo dele ao vivo nos Stories às 22h (quando acabar de bater palmas na varanda, claro). Isto para dizer que vocês, sim VOCÊS (e se calhar eu) acham que a cultura e a arte são secundárias. É verdade que não comemos arte, não limpamos a casa com arte, não vestimos arte, não pagamos as contas com arte (embora às vezes seja preciso dar música) e também não estou a dizer que a arte é tão importante como o papel higiénico, para empilharmos músicos, cineastas, comediantes ou escritores na marquise para ir gastando nos próximos 2 anos. Mas se calhar a única coisa que estamos a acumular tanto como papel higiénico nesta fase é precisamente arte. Consumimos filmes, lemos livros, ouvimos música, rimos com stand up. E se calhar é isso que nos mantém sãos. E se calhar afinal até justifica baixar o IVA na cultura que não é um bem de sobrevivência, mas nos mantém vivos. Também aprendemos a valorizar enfermeiros (levante a mão quem em 2019 se riu das reivindicações deles), o pessoal dos supermercados, das limpezas, dos transportes, enfim. Se calhar a partir de agora não desdenhamos de ninguém, não vá o corona tecê-las.

5

Sem dúvida estamos a aprender mais sobre nós. Os nossos medos, as nossas prioridades, a nossa capacidade de resistência e convivência. O nosso altruísmo ou egoísmo. Eu, por exemplo, já aprendi que devo ter uma costela de psicopata por não estar em pânico com toda esta situação, o que apesar de inútil, seria o mais normal. No entanto tenho talentos para compensar, como conseguir estar quatro horas e meia seguidas na mesma posição sem ficar completamente dormente. Também aprendi que passados 9 dias de uso contínuo sem lavar, o meu roupão se aguenta de pé, mas ainda não cheira mal. Estou a brincar, pessoas. 
É claro que cheira mal. 

 


Dois bónus muito especiais: 

6. Oportunidades de carreira: Para os profetas da desgraça que acham que vai ser só despedimentos e crise económica, saibam que este vírus é também uma incubadora de carreiras. Por exemplo: ladrões de arcas congeladoras. Os meus pais num dia tinham a arca congeladora com carne, no outro dia, PUF, não tinham. Minto. Tinham metade.  Que isto ainda são estagiários de certeza e não conseguem dar conta de tudo. Profissões novas têm sempre uma fase de adaptação.

7. Uber Eats em Espinho: Ainda no outro dia dizia a uma amiga que não tinha Uber Eats em Espinho. Mas o Corona não traz só tosse, febre e dores. Ai, não. Trouxe Uber Eats para Espinho. Agradeço muito e apesar de de momento também estar a evitar entregas em casa porque acho mais um contacto dispensável (não estou em pânico, mas sou rigorosa, vêem?), serei uma boa cliente no futuro. Sinto que vamos ser amigos e que devia já ter um cartão para picar. 

 

 

Deixem também as vossas sugestões e descobertas: que Coisas Boas advirão desta Coisa Muito Má?

E se possível, não se ofendam com o texto. Mas se precisarem de destilar algum tipo de frustração nesta fase difícil, ofendam-se sim, que deixo a caixa de comentários à vossa disposição. Estamos cá uns para os outros. E assim já posso dizer sou altruísta.

 

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17
Mar20

Reflexões em tempo de Isolamento

Maria das Palavras

1
Não frito nada em casa. Não vou a restaurantes nos próximos tempos. Quanto tempo manterei a sanidade mental sem batatas fritas?

2
As pessoas dizem que daqui a nove meses vai haver um baby boom porque está tudo fechado em casa (supostamente) a fazer bebés, mas ao mesmo tempo publicam o desepero que vivem com os seus filhos em casa de 5 em 5 segundos. Não é compatível. 

3
Toda a gente partilha a sua arte para ajudar a entreter os outros. Os chef's partilham receitas. Mas não saberão que as pessoas não devem deslocar-se ao supermercado (e as entregas já estãode 2023 para à frente), para estarem a sugerir uso de ingredientes como polvilho doce ou romaninho de menta achocolatada do Turquistão? 
Espera...toda a gente tem polvilho doce em casa?

4
Não tenho post its suficientes para trabalhar em casa. 

5
Preciso mesmo de batatas fritas.

 

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16
Mar20

Dois dedos de conversa #113

Maria das Palavras

Ou: há um lamechas incorrigível nesta casa e não sou eu.

 

Moço: O almoço está muito bom, o teu assado de peru nunca desilude.

Maria: Não usei nenhum dos ingredientes da receita do costume que não havia...nem laranja, nem gengibre, nem...

Moço: Mas usaste amor.

 

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15
Mar20

Idiotices que em princípio NÃO matam o vírus.

Maria das Palavras

Comer alho.

Gorgolejar vinagre.

Ingerir Vitamina C. 

Tomar banho em sumo de limão. 

Comer gelados (com pena minha). 

Utilizar lentes de contacto roxas (sei que não tem nada a ver, mas acho que o vinagre também não - com a diferença que esta ninguém me enviou como se fosse uma coisa séria).

Cortar 3 centímetros de cabelo, só do lado esquerdo (a minha cabeleireira já mo fez e acho que não estou imune). 

Franzir o sobrolho enquanto prendem a respiração por 20 segundos (tentaram, não foi?). 

Mandar nudes (caso alguém voz peça como medida preventiva). 

Passar mensagens de origem desconhecida e pouco fidedignas acerca da forma de acabar com um vírus que pode matar e deve ser levado a sério, porra. 

[Façam-me um favor e aceitem apenas conselhos e medidas que confiram diretamente junto dos canais da OMS e DGS.]

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15
Mar20

Agora outra coisa.

Maria das Palavras

Estou a brincar, vou falar do mesmo assunto outra vez.

As pessoas dizem estar fartas, mas acredito que ainda não temos disponibilidade mental para fazer raciocínios corona-free, de tão invulgar que é esta situação para nós.
Como dizia alguém: não estou a gostar deste episódio de Black Mirror. E é verdade que parece ficção científica. Em todo o caso é nestas fases que aprendemos algumas coisas sobre nós e os outros. Tem sido o meu caso. 

Sobre mim aprendi que devo ser meio parvinha. Atenção, sou uma seguidora de regras, não estou a correr riscos desnecessários e sigo todas as regras indicadas pela OMS e DGS para evitar a propagação do vírus. MAS. Não estou em pânico e sinto-me uma tonta por isso. Ontem, por breves instantes a admirar o facto de o relógio da sala ter voltado a funcionar, deu-me à volta à boneca e pensei com o coração acelerado: mas que situação é esta, durante quanto tempo não vou ver a minha família, será que devia estar a abastecer para 2 anos e ver tutoriais de sobrevivência à custa de raízes no Youtube? Mas depois passou-me e tenho estado tranquila 99,9% do tempo. O que significa que, está bem, sou otimista e não gosto de sofrer por antecipação, mas também devo ter um parafuso solto qualquer.

 

Sobre o Moço, aprendi que a forma de o fazer sorrir mais facilmente é dizer: queres jogar um bocadinho de Playstation que eu vou ler? No fundo eu só quero qualquer coisa que lhe ocupe a cabeça para ele parar de cantar a Falésia do Amor (explico aqui). 

Sobre os meus pais aprendi que são muito mais rebeldes agora do que eu alguma vez fui na adolescência. Trauteiam de cor as regras que acham que toda a gente deve seguir, mas depois vão ter com os meus tios sem hesitar, porque toda a gente sabe que o problema é passar o bicho a estranhos, se for a familiares, tudo bem, morre-se em família que é mais higiénico e podemos até ter um desconto de pack nas campas...

Por entre os meus amigos consigo distinguir os mais acabrunhados, que são normalmente os que parecem mais sensatos. Como aqueles matulões do ginásio que guincham quando vêm um aranhiço. Sabem? Aqueles amigos que normalmente são ateus, mas neste momento estão a inscrever-se em todas as religiões em catadupa, como aquelas pessoas nos passatempos do Instagram que marcam toda a gente que respira. 

Este fim-de-semana fiz uma série de Stories no Instagram chamada "encafuadinha" (deixei nos destaques, se não acompanharam) e descobri que mesmo as pessoas que não gostam de brincar com coisas sérias, vêem no humor um escape bem-vindo quando a situação aperta desta maneira. Claro que continua a haver alminhas que não percebem ironia, mas isso é só para nos lembrar que mesmo como corona, há alguma estabilidade no mundo. 

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