Não me emociono com finais de filmes clássicos de fazer chorar as pedras da calçada ou músicas cantadas com a alma. Tenho uma distância emocional anormal das tragédias do mundo e dos casos de coitadinhos do Correio da Manhã. Nem as cebolas me fazem chorar.
A Maria que escreve é mais meiga. Confessa ao teclado ou à caneta coisas que jamais diria em voz alta. Tem menos medo de se expôr. A Maria que fala tem sempre resposta para cá da ponta da língua, a cuspir uma espécie de sarcasmo diplomático, que entretém e convence quem ouve. A Maria que escreve também usa o humor mas tempera o grau de acidez. A Maria que fala também consegue ser doce, mas tem vergonha de usar algumas palavras, como se ditas é que elas ficassem registadas para sempre.
A Maria que escreve usa a terceira pessoa para falar de si e das coisas que nunca quer esquecer. A Maria que fala acha isso parolo (até em quem escreve). É mais airosa e desapegada.
A Maria que escreve quer deixar assente o que aconteceu e quando aconteceu para ter a certeza que um dia tem uma base de dados da sua vida, como se em 2023 fosse preciso saber em que dia esteve triste e porquê a 14 de Abril de 2017. A Maria que fala só quer reler as coisas boas para não recuperar sentimentos desnecessários no seu peito. A primeira revolve-os, apalpa-os, descasca-os, rói-lhes o caroço. A segunda ignora-os tanto quanto pode. Deita-os fora. Sacode a cabeça para afastar o assunto.
São essencialmente a mesma, mas olham de lado uma para a outra. Às vezes com desprezo. Outras vezes, a piscar o olho. Sobre uma chávena de chá.
Ai minha gente que saudades de ir assitir a uma boa peça da Byfurcação. Não porque não sejam todas boas, mas porque nestas semanas ainda loucas (não, a fase da mudança ainda não acabou) ainda não consigo agendar momentos de lazer como outrora e as visitas a Lisboa ainda são todas preenchidas de obrigações - e o que sobra é para amigos e família, nem mais um segundo antes de regressar a norte. Torçam por mim, que este andamento deve estar para acabar breve e poderei voltar a ter mais alguma liberdade de agenda. Entretanto perdi o Cluedo Teatral e o Red Light Circus da Byfurcação, mas se tudo correr bem, eles vão continuar a inovar e surpreender e deixam de me escapar as oportunidades. Isso e eles começam a fazer também peças no Porto com regularidade! Pode ser? Dou o mindinho para isso.
Agora...lá porque eu perco oportunidades, não quer dizer que vocês não as agarrem. Sábado, já depois do Papa mas antes do Benfica, que tal esquecer Fátima e Futebol e dar uma risada com a pequenada? Tenho em parceria com a Byfurcação dois bilhetes duplos para oferecer a leitores do blog para a a estreia d'O Patinho Feio dia 13 de Maio às 16h na Sala Polivalente do CHPL, em Lisboa. É uma peça de teatro de improviso, pelo que promete ser imperdível! É que nem os atores sabem como acaba a peça.
Atenção: Não participem se não puderem ir este Sábado às 16h! Aqui vão as regras:
1 - Façam like/gosto na página de FB da Byfurcação e aqui da Maria das Palavras (olhem que eu vou verificaaaaar) 2 - Façam like neste post do passatempo no FB e identifiquem alguém que achem que também gostasse de ir ver a peça. 3 - Deixem os dados para contacto e verificação no formulário abaixo (tudo até amanhã às 11h da matina).
Os dois vencedores de bilhete duplo serão escolhidos aleatóriamente pelo Random.org e contactarei os vencedores até sexta dia 12 às 11 da manhã. Estejam atentos! Os nomes serão publicados no Facebook e neste post. Têm de me responder rapidamente para comunicar os dados do vencedor à companhia de teatro.
O PATINHO FEIO na Sala Polivalente do CHPL – Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa | De 13 maio a 24 junho (excepto 3 de Junho)| SÁBADOS às 16H00 | Local: Sala Polivalente do CHPL | Classificação: M/3 | Preço: 8€ (a partir dos 3 anos inclusive) - Menores de 3 anos podem assistir mediante pagamento de bilhete de 3€ | Duração: 50m
Quando te tentam puxar para o "apita ao comboio", todos alegres, de carruagem parada, e a tua resposta descontraída sai assim: é melhor continuarem senão vão ficar aí muito tempo.
Amiga:Olha, o meu sobrinho a dar a sua primeira cambalhota. O meu irmão acabou de me enviar.
Maria:Que giro. Mas...cambalhota...ao Domingo? Onde é que ele está?
Amiga:Sim. Está numa festa de aniversário que é um ginásio para bebés.
Hein? Ginásio para bebés? Como festa?
Eu já me tinha apercebido que o antigo "juntar a família para um lanchinho simples, brincar e soprar as velas no fim" estava fora de moda nos aniversários de criança. Mas, aparentemente, agora, até alugar um espaço fancy, decorá-lo até ao teto com o desenho animado do momento e fazer cupcakes a condizer é tão 2016!
Não bastava a loucura do exercício e das maratonas tomar conta de todos os adultos, agora os bebés também têm de ser fit?
Do género: o palhaço e o mágico das festas infantis foram substituídos por um personal trainer e a Rosa Mota? O bolo virou papas de aveia? As gomas tornaram-se granola? Bebem batidos verdes em vez de sumos? As lembranças para os amiguinhos são voucher de desconto no Solinca? Oh céus, que cedo se perde a inocência na vida.
Festa no ginásio, minha gente? 'Tou fora. Seja criança ou adulto, não contem comigo para isso. É que já estou a ver isto a virar tendência junto dos mais crescidos também. Uma amiga, há uns anos, quis participar com o resto do grupinho na Corrida da Mulher em Cascais pelo seu dia de anos e levei a coisa como um caso isolado, de contágio controlado. Vejo agora que foi só o início de um fenómeno bastante mais grave a dar-se à escala mundial.
E se consigo compreender que a saúde no geral é uma boa tendência (comparando assim com...ténis de salto alto ou selfie sticks), pelamordedeus ao menos salvem-me as festas de aniversário! Para onde vai a frase "é só hoje" relativa à facadinha na dieta se vamos substituir as celebrações por eventos para mexer o rabo?
O que se seguirá? Futebol de salão em vez de trocar prendas no Natal? Dia do bolinho ou pão por Deus em cycling - por cada 10 quilómetros recebes uma merenda de aveia? Aula de aeróbica na Páscoa (mexam-me esses ovinhos!)? Pensem nisto...E digam-me se é o que desejam para o vosso futuro.
O que eu vejo por aí é muita gente contra o novo acordo ortográfico, quando, independentemente do acordo que usa, ainda não aprendeu a escrever. É que sim, uma letrinha apenas faz diferença.
Quando num fórum onde se dão estimativas sobre quanto um casal gasta em média nas despesas da casa alguém diz:
Conselho da Amadora:
Luz: 25/30€ Água: 9€ Gás: 15€
Vou assumir que é uma dica (conselho) de alguém que ainda não percebe do assunto (uma amadora, portanto).
Nas praias da minha zona (ou da minha infância) não se vendiam bolas de berlim. O senhor passava a espalhar a boa nova: a chegada da bolacha americana ao nosso bocadinho de areal. E vim a Espinho reencontrá-la. O nome da lojinha (dizem Salão de Chá) é Doce Prazer e além de tripas, pipocas e afins vendem bolacha americana - a especialidade - simples ou com...tudo. Desde Nutella, doce de ovos e leite condensado a Twix ou Perna de Pau (ou chocolate negro se quiserem fingir que dá para fazer dieta a comer bolacha americana). A foto não tem filtro, mas tem baba.
Não sei se é a falta de tempo livre que me faz ser organizada em excesso ou se é ser organizada em excesso que me faz saber logo que tenho pouco tempo livre. Algures entre as duas coisas estará a verdade.
Isto para dizer que estou a usar um dos meus adorados mini-blocos de notas que ainda estava vazio para apontar os sítios que vou experimentando (e valem a pena) ou que ainda quero experimentar cá por cima. E depois uma página por pessoa, casal ou grupo de pessoas para saber onde já levei ou quero levar cada um (ou cada muitos).
Então não é que me enviam por email a oportunidade de receber uma amostra (e partilhar essa oferta convosco) de um creme de REJUVENESCIMENTO DA PELE!! REJUVENESCIMENTO. Genteee, eu tenho 30 anos, não podia estar mais fresca e fofa (não fosse esta febre que agora me assolou...e uns poros chatos...e a pele oleosa para combinar com o cabelo). Euzinha? Esta fonte da juventude inesgotável, na flor de idade. Os 30 são os novos dez! Penso que nunca na vida usei a palavra piúrsa. Aí está ela: estou piúrsa. Isso e acho que grátis até injeção na testa e portanto mandei vir a amostra. Que uma 'ssoa tem de se tratar em antecipação, né?
Pronto, se também quiserem uma é só clicarem na imagem. E eu nem vos chamo cotas. Mas só porque também vou experimentar.
Uma dica: têm de clicar na lupa depois de inserirem o código postal. São só 25.000 amostras, espero que ainda vão a tempo, que eu para consultar o email ando uma desleixada.