Álouíne
Já que estamos a tornar portuguesa uma tradição americana, que o façamos convenientemente, a começar pela grafia. "No meu tempo" (a temida expressão) o que se usava era "O dia do Bolinho" no dia 1. Aquilo que alguns chamam de Pão por Deus. Máscaras só no Carnaval. É um bocadinho irrelevante a maneira ou as horas a que a tradição se leva a cabo afinal: o que interessa é que continue a haver açúcar a rodos, mesmo que já não seja no saco do pão, nem venha já misturado com tremoços e bolos a desfazerem-se. Por isso decidi criar a minha.
Ora nesta noite de 31 de Outubro - o Álouíne - o Moço trabalha e eu podia ficar sossegadinha. Ou podia fingir que já não tenho o suficiente para fazer e encher a casa de bruxas. Claro que a segunda ganhou. Chamei ao evento "Noite das Bruxas", planeei o menu com abóbora e açúcar suficientes e chamei um grupo giro de amigas. Não é bem uma festa, nem um jantar, é uma celebração da fama que as mulheres têm. E se temos fama...
No entanto, para evitar modernices, ninguém deve vir mascarado.
Agora tenho de ir. Já estou a ouvir as primeiras vassouras a estacionarem lá fora...