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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

03
Fev22

Janeiro em Instantâneos

Maria das Palavras

Para mim Janeiro também teve 450 anos, mas não foram todos maus. Só que olhando em restrospetiva aconteceu tanta coisa, que custa a acreditar que tudo encaixou em 31 dias. Vamos aos instantâneos.

Curso Feneute - Planeje sua Vida - Caderno de Exercicios - Maria das Palavras


Cedi ao espírito de ano novo e comecei uma viagem de auto-conhecimento

Não cheguei ainda ao ponto de me inscrever no ginásio por ser Janeiro, mas comecei pela ginástica mental. Inscrevi-me no curso online da Feneute "Planeje sua vida" - sim, em brasileiro. É sobre auto-conhecimento, planeamento e (agarrem-se que vou usar esta expressão que me dá alergias) fazer acontecer. Percebi que cheguei a um ponto da minha vida em que tudo o que quero é paz e o contexto dos últimos anos me tirou a vontade de...bem, de tudo. Sou uma pessoa aventureira, planeadora, que gosta tanto de rotina, como de ter experiências novas e sempre gostei de pensar no que vem a seguir. Ultimamente sou muito menos essa pessoa, mas gostava dela, acho que era porreira e decidi dar alguns passos no sentido de a recuperar.

 

teste positivo Covid19 - Maria das Palavras

Apanhei Covid (ou ele apanhou-me)

Ainda hoje não sei como, porque depois de em Dezembro estar com bastante família e alguns amigos (tentando ao máximo separar os eventos e sempre com testes negativos), em Janeiro voltamos a recolher-nos. Estive em teletrabalho e não convivemos com ninguém sem máscara. Passavam mais de 20 dias da última vez que tinha estado com alguém quando comecei a sentir uma dor de garganta, que, por isso mesmo, jurava que se devia ao sol na cabeça que tinha apanhado no fim-de-semana. Calhou Covid. 
Tirando um pico de febre, não passei muito mal (abençoada vacina) e, isolada, no meu quarto-escritório a receber refeições à porta e com livros por companhia, não posso dizer que tenha sido horrível. Mas evitem, como evitou o Moço, que continuou fresco, fofo e descovidado.

 

Leitura do Bookclube das Palavras - A Breve vida das Flores

 

Comecei um clube do livro

A Editorial Presença lançou um livro que eu ainda não tinha lido, mas fiquei  muito contente por ter chegado ao nosso mercado, porque faz muito sucesso lá fora (e foi recomendado pela Lénia Rufino!): a Breve Vida das Flores. Tive a sorte de me terem oferecido dois: um para eu ler e outro para oferecer. E ganhei vontade de o ler com a pessoa que o ganhasse e com mais pessoas, para ir lendo acompanhanda e comentando. Assim, por meio de uma vontade do momento, nasceu o BookClub das Palavras, no Discord - uma espécie de Whatsapp para comunidades. Como só se pode entrar no Bookclub por convite e o link do convite expira em 24 horas, mandem-me mensagem no Instagram (@mariadaspalavras) ou email se quiserem que partilhe o convite. 
Já somos mais de 30 pessoas que vão ler o livro, em 5 semanas: 20 capítulos curtos por semana e discutir semanalmente no chat (com spoilers) o que lemos na semana anterior. 


Entrevista Magafone - Maria das Palavras


Dei uma entrevista

Fui entrevistada para a rubrica 10 perguntas da revista Magafone de Fevereiro, que saiu entretanto. Portanto se os restantes conteúdo ainda não vos fez subscrever a revista, espero que saber o que eu disse quando me perguntaram o que eu salvaria num incêndio. E não esperem a borla da minha parte, a Magafone é uma revista feita por mulheres do norte e um projeto que merece todo o nosso apoio!


9 anos de Maria e Moço e ainda há rosas - Maria das Palavras

 

Fizemos nove anos de namoro (isolados)

Comigo em isolamento. Digam lá que ao final de 9 anos os casais não fazem coisas novas?! Passamos todo um aniversário sem nos tocarmos. Mas lá dizem que o Natal é quando um homem quiser e parece que o mesmo é válido para outras datas. Eu arranjei presente de isolamento (bilhetes para um espetáculo de stand up) e ainda ainda recebi uma rosa vermelha. O bonito foi que ele tratou do pedido online, mas eu recebi uma chamada a questionar sobre a morada antes de a trazerem, portanto, fiquei logo a saber que ia receber flores. Nove anos e ainda não sabe que quando se encomendam presentes nunca se põe o contacto do presenteado. 


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08
Jun21

Maria das Leituras - Maio 2021

Maria das Palavras

Em Maio li oito livros e houve um claro favorito, mas duas recomendações muito fortes. O maior motivo de orgulho para mim é que o favorito, mas mais quatro foram livros escritos em português (às vezes deste lado do oceano, outras do outro). Sem mais demoras, vamos à lista de opiniões, 4. com estrelinhas nos imperdíveis. 


Maria das Leituras - Maio Parte 1


1 e 2. Você Acredita mesmo em Amor à Primeira Vista e Você Acredita Mesmo em Segunda Chance, de Fabi Santina - Emprestados

Vamos contar como literatura livros da história de uma Youtuber brasileira, escritos pela própria? Vamos. São livros fantásticos? Não. Mas gostei de acompanhar a história da moça que vou acompanhando no Youtube e até deu para tirar uma lição: nós não sabemos nada sobre as pessoas que conhecemos das redes sociais, nem daquelas que fazem vlogs semanais. 

A minha mãe segue a família e ofereci-lhe os livros no aniversário dela, mas não ia deixar passar sem ler também, né?

 

3. Uma Questão de Conveniência, de Sayaka Murata - Do Kobo Plus

Foi o meu primeiro livro lido da subscrição do Kobo Plus, ainda nos 30 dias gratuitos - que compensaram altamente! Foi um dos que tinha na wishlist, tendo visto a recomendação da Rita da Nova e fiquei doida ao vê-lo a custo zero. É um livro curto, sobre uma rapariga que trabalha numa loja de conveniência e não quer mais do que isso da vida, contra todas as expectativas da sociedade à sua volta. Faz lembrar um pouco a Eleanor, d'A Educação de Eleanor (esse sim, um livro a não perder!), mas senti que a autora se fartou no que seria a metade do livro e o acabou à força, sem desenvolver mais.

 

4. Apneia, de Tânia Ganho - Do Kobo Plus ⭐️

Kobo Plus é vida. Mais um que estava na subscrição e ao qual me atirei. O exemplar ao vivo é menino para abrir um crânio se atirado com jeito, mas ler no ereader, ainda mais a custo zero, é sempre uma leveza. Foi o meu livro favorito do mês e fica para o top do ano, o que é um orgulho, tratando-se de uma autora portuguesa. O nome diz tudo: vão passar 700 páginas a suster a respiração. A protagonista do nosso livro decide separar-se do marido e a partir desse dia, todos os dias são superação e luta para não perder o seu filho. É muito, muito intenso, e apesar de nem sempre haver ação, estamos tão dentro da cabeça dela e os capítulos são tão curtos que é impossível largar. É também uma história violenta em vários sentidos, a ler com cuidado por pessoas mais sensíveis, pais sobretudo (pais, mães). Mas não consigo desaconselhar, porque é brilhante e está muito bem escrito.

 

Maria das Leituras - Maio Parte 2

 

5. A Nova Índia, de Íris Bravo - Do Kobo Plus

Depois de ter lido o primeiro livro de mais esta autora nacional, não podia deixar de ler o desfecho da história. E adivinhem? Estava no Kobo Plus. Gostei mais do primeiro, é verdade, e também não é fácil ser o livro que se segue ao Apneia...Mas aconselho a saga a quem procura uma leitura mais leve (mas não é só romance, nem é um romance linear e tem ação) de uma autora portuguesa muito querida.

 

6. A Mulher na Janela, de A.J. Finn - Lido no Kobo

Já o tinha no Kobo, mas não tinha lido. Só que saiu o filme na Netflix, com a Amy Adams e eu queria ver, pelo que passei a leitura à frente. Desiludiu-me um pouco. Não gosto da protagonista sempre demasiado bêbada para poder saber o que faz (faz lembrar A RApariga no Comboio), embora alguns dos twists me tenham supreendido. Mas não é tão bom que vos diga que leiam mesmo, antes de verem o filme.Ver o filme basta (embora o filme, torne logo demasiado evidente o que no livro funciona bem como twist).

 

7. Bodas de Sangue, de Pirre Le Maitre - Lido no Kobo

Mesmo com tantos livros para ler em casa, no Kobo e no Kobo Plus ainda acabei a comprar este por impulso, ao ver uma recomendação. Arrastei-me por mais de metade do livro e estava quase a desistir quando decidi contar a história ao Moço. Ao contar-lhe percebi como era interessante, mesmo que me estivesse a faltar motivação para continuar. Acho que foi mais ou menos por aí que começaram os twists atrás de twists e geeeeente, que livro LOUCO. Comecei a odiar, acabei a adorar, embora seja mesmo demasiado wild. Tenho para mim que talvez seja a tradução que li que não era grande coisa (li em inglês, mas o original é francês) e quero dar outra oportunidade ao autor. 

 

8. A Anomalia, de Hervé Le Tellier - Oferecido pela Editora ⭐️

Se vos ocorrer que aquela estrelinha é por ter sido oferecido, desenganem-se. Fui eu que o escolhi (pela capa magnífica que por aí andava a circular no Instagram), anunciei logo que mesmo que não gostasse, faria uma review honesta e a editora até me disse que não quereria de outra forma. Na primeira parte achei que prometia menos do que esperava. Durante umas 100 páginas fomos conhecendo a vida de várias personagens, interessante até, mas eu queria que começasse "o evento". E eu que não sou dada a livros de ficção científica, fiquei fascinada quando percebi o tal evento. E fascinada cheguei ao fim, com o desenrolar da ação, que é muito menos sobre ficção científica e muito mais sobre humanidade e sociedade. Que lição de livro, que reflexão sobre nós e a nossa inércia e o estado do mundo por causa da nossa inércia, tudo em forma de entretenimento. E que final perfeito. Duvido muito que não chegue também aos favoritos do ano, embora este ano eu vá tão sofrega nas leituras que terei de fazer um top 20 em vez de top 5, talvez.

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01
Fev21

Maria das Leituras - Janeiro 2021

Maria das Palavras

Em Janeiro li 6 livros. Aconteceu sem querer, não sei se nos últimos anos este feito alguma vez se tinha dado. Não estava a competir com ninguém, nem comigo mesma (nem acho saudável entrar na espiral da importência do número de livros), só fiz o que me dá mais prazer no momento e tem sido muitas vezes a leitura, por estes dias que são dias de ficar em casa. 

Quem acompanha o Instagram já sabe quais foram e o que achei, mas aqui fica review para a posteridade.
Se nos próximos meses continuar com bom ritmo (e me apetecer, vou ser honesta) continuo a pôr aqui o balanço mensal.
Vamos lá aos ditos cujos.

Maria das Leituras - Livros de Janeiro 2021 - Blog mariadaspalavras.com


1. Crónica dos bons Malandros, Mário Zambujal - Lido no Kobo

Eu creio que desconfiava que este livro não era o meu "cup of tea". Quem mo recomendou tem-no como um dos livros da vida e foi o Moço que escolheu para ser este o primeiro do meu ano, porque me estava a faltar a iniciativa. O livro é divertido e muitíssimo bem escrito. As personagens deliciosas. É a história de um assalto levado a cabo por um gangue português, mas mais do que isso, a história de cada um dos elementos que vão fazer o assalto. Não consegui ligar-me ao livro, muito pela sequência entre capítulos. Mas também porque é muito no tom de uma série tipo Camilo e Filho. E eu ri-me muito com as séries do Camilo, mas não é o tom que procuro num livro. É tão curto e de um autor tão prendado, que diria que vale a vossa tentativa. 

 

2. Rumo a Casa, Yaa Gyasi - Lido no Kobo

Creio que foi a ver reviews de norte-americanas ou brasileiras no Youtube (não entrem nesse mundo, é viciante) que me deparei com esta recomendação. Vi que havia na loja da Kobo, em português, e felizmente comprei ainda a 29 de Dezembro para não contar para a promessa que fiz este ano: só posso comprar um livro a cada dois que despachar (mesmo que sejam livros a 99 cêntimos na loja da Kobo). Gostei bastante. Segue a história de duas irmãs e dos seus descendentes, em paralelo, criando um novelo de vidas de África ao Estados Unidos, da vida na tribo à dita (será?) civilização moderna, e sempre atravessado por uma maldição. Aborda os horrores da escravatura, o racismo, o papel das mulheres (e dos homens) na sociedade, a família...

3. Travessuras da Menina Má,  Mario Vargas Llosa - Comprado em segunda mão

Este livro tem um padrão e é o mesmo padrão que afeta várias relações reais. Um história de desencontros entre um menino (homem) bom e uma menina (mulher) má. Uma relação abusiva que afeta toda uma vida. Muito parado ao início e ganha balanço e interesse do meio para o fim - fim esse que odiei. Não digo que não leiam, porque um livro que me faz odiar, é um livro que não me deixou indiferente. E é efetivamente dono de um Nobel, de um autor renomado.

Maria das Leituras - Blog Mariadasplavras.com

 

4. Arsène Lupin contra Herlock Sholmes, Maurice LeBlanc - Lido no Kobo

O Lupin entrou na minha vida como série da Netflix - gostei q.b.. Disseram-me que havia livros deste ladrão de casaca, nomeadamente um contra Herlock Sholmes: não confundir com Sherlock Holmes (já confundindo). Encontrei o livro a 2,49€ no Kobo e foi o meu primeiro crédito de compra de livros do ano! Comecei logo a ler, na esperança de reviver casos como os que lia na adolescência com Sherlock Holmes, o verdadeiro. Mas encontrei um Herlock choninhas que se deixa enganar (não muito, mas ainda assim está longe do génio dos livros ou da magnífica série Sherlock da BBC) e não me identifiquei com Lupin, o suposto protagonista. A linguagem também era complexa, talvez por culpa da tradução. Gostei da experiência, mas não vou continuar na coleção.

 

5. A Troca, Beth O'Leary - Lido no Kobo em Inglês

Foi aqui que entrei no modo de leitura compulsiva - felizmente em Dezembro não tinha feito promessas em relação a compras de livros e tinha abarbatado este no início do mês, por cerca de 5€ na Kobo, na versão em inglês. Verdade que não foi memorável ao ponto de classificar com 5 estrelas, mas a prova que gostei bastante é que queria aproveitar todos os bocadinhos para avançar mais umas páginas: de manhã, à hora de almoço, com sono à noite (às vezes, sem sucesso). Neste livro, avó e neta trocam de casa, de cidade, de vida, o que põe os seus problemas e os das pessoas que as rodeiam em perspetiva. Apesar do exagero nalguns pontos, achei importante a mensagem de que nunca á tarde, para darmos um twist à nossa vida. Também as diferentes perspetivas sobre como lidar com perdas. O romance não é fulcral, nem muito aprofundado, apesar de fazer parte da trama, mas as relações sociais e a importância que podemos ter para o próximo, sim. Quando acabarem vão ter vontade de ir bater à porta dos vizinhos (a não ser que tenham os meus vizinhos).


6. A Grande Solidão, Kristin Anna - Morava cá em casa

O primeiro do ano que entra na categoria "sim senhoras, grande livro". Já tinha lido O Rouxinol da mesma autora e este também comprei por influência do @hmbookgang. Mas gostei MUITO mais deste. Fala-nos de uma família que se muda para o Alasca, onde os perigos são tantos num cenário brutal e inóspito, em que desaparecem pessoas sem explicação e com regularidade. A comunidade é uma parte grande da sobrevivência, sobretudo para resistir aos Invernos duros, sem eletricidade ou água corrente. No entanto, o livro não é só sobre a viagem e essa mudança, é sobre o problema que veio com eles e se mudaria para qualquer casa, em qualquer lugar do mundo, para onde viajassem juntos. É sobre a vida de Leni, desde menina até se tornar adulta. É sobre violência. Ou talvez seja sobre amor. 

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09
Dez20

One to read

Maria das Palavras

One to Watch - Review Maria das Palavras

Peguei neste livro porque o encontrei na Kobo Books a 2.45€ (juro que este e-reader já se pagou sozinho) e sabia que estava nomeado em várias categorias para livro do ano no Goodreads. É o primeiro romance da autora, que além de muitas outros feitos, foi responsável de escrita digital da campanha de Hillary Clinton. 

Enquadramento: sempre gostei de romances, mas cada vez mais dou por mim a não tolerar determinados clichés. Sinal dos tempos e da discussão pública, que me abriu os olhos para muitos dos estigmas com que crescemos.

Deixei de tolerar os protagonistas perfeitos, que permitem paixões à primeira vista por causa do corpo, do cabelo, dos olhos. Eu nunca fui essa mulher ou adolescente, e muito embora quisesse viver aquela história daquelas páginas, sabia que isso jamais aconteceria para mim, porque ninguém apaixonar-se pelas minhas borbulhas no queixo à primeira vista - e notem que nunca tive má auto-estima.

Deixei de tolerar a história homem que faz asneira, trai e maltrata e no fim vira um príncipe e ela perdoa tudo e acabam juntos. 

Deixei de tolerar a irrealidade do felizes para sempre. Deixei de tolerar a necessidade mórbida de um felizes para sempre obrigatório a dois, com os filhos na sequência natural, da família padronizada perfeita.

 

Tudo isto estragou-me a capacidade de entrar de corpo e alma na leitura de muitos romances. 


Este também tem alguns clichés, e muito otimismo claro, não deixa de ser ficção e um romance - e o que procuramos num romance é sonhar e desejar viver aquela história. Mas quebra com mitos dos padrões que acabei de descrever. Começando pela protagonista, uma plus-size blogger, não uma loura alta e elegante, com dentes perfeitos (que também é uma mulher real, mas tem de ser sempre a mulher descrita?). Ela goza com um programa tipo The Bachelor num dos seus artigos, precisamente porque lhe chamam Reality TV, mas todos os envolvidos têm o aspecto de 5% da população, não da generalidade. E, sem diversidade, como se pode chamar realidade?
Então ela é convidada para ser a próxima protagonista do programa. E daí para a frente, leiam para descobrir. 

 

Não sendo uma obra de literatura candidata a Nobel, está bem escrito, de forma dinâmica (alternando narrador com conversas em SMS, no Twitter, entrevistas e guiões de anúncios), e sinto que é exatamente o tipo de romance que as jovens mulheres devem ler para se identificarem e apreenderem que determindados comportamentos não são de monstros que viram príncipes: são de monstros com a rosa toda murcha (referência para quem sabe da Disney).

 

Por isso leiam este livro, ofereçam-no e procurem mais literatura deste tipo se é de romances que gostam. Aconselhem-me outros do género, se os conhecem. Para já o livro só está editado em inglês, mas sabemos que a TopSeller o vai editar em 2021, por isso fiquem atentos. Desconfio que também vá fazer parte das Box Mensal de livros da Helena, no BookGang, mas isso já é especulação.

 

 

 
 
 
 
 
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06
Ago20

Uma linha por dia, 5 anos de memórias

Maria das Palavras

One line a day - Diário de 5 anos por Maria das Palavras

 

Desde que sei escrever que escrevo para mim. Em diários de papel, num blog (mesmo que mais gente leia), em documentos de word que às vezes apago logo de seguida. Textos gigantes, três linhas ou mesmo algo mais sucinto, como foi o Diário da Gratidão. Chamem-lhe doidice, terapia, tempo a mais (isto não pode ser). É a maneira como processo as coisas. Mas além disso é uma forma bonita e muito pura de voltar a momentos e sensações. 

No início deste ano comecei um diário novo (este que vêem na imagem, que encomendei na Amazon ou no eBay). É um diário de 5 anos. Que tenho escrito religiosamente todos os dias. Quando salto alguns tiro nota no telemóvel e depois passo para lá. 
Não há espaço para escrever muito e portanto não se perde muito tempo. Escrevo algo que fiz, ou como me estou a sentir, ou algo que aconteceu, um livro ou série que acabei. Não há regra, é o que me vier à cabeça sobre o dia, bem no fim ou na manhã seguinte. Por exemplo: "2 de Maio - Fiz um bolo de laranja ótimo. Fechem o mundo!" ou "5 de Março - Acho fantástico que quando o coronavirus começa a explodir em Portugal, eu fique constipada...".

Nem sabia que este ano ia ser tão sui generis para registar, mas está cheio de observações banais.

 

Uma linha por dia, diário de 5 anos, Maria das Palavras

 

O engraçado é que ao longo dos cinco anos, vou sempre no mesmo dia do ano, escrever na mesma página. A folha começa com a data e o ano preenchemos nós antes de cada linha. Quando chegar ao 5º ano, vou ver como foi o dia 6 de Agosto nos 4 anos anteriores. 

Não tem nenhum intuito terapêtico, embora saiba que me faz bem (é nas palavras escritas que desabafo) e me ajude efetivamente a perceber algumas coisas. Como: escrevo demasiados dias sobre trabalho. O que talvez queira dizer que preciso de tirar mais partido dos meus dias para além do batente. 

 

E era isso. Queria partilhar convosco, porque cheguei a Agosto e ainda não desisti e continue a achar piada ao conceito. Pode ser que achem graça também e queiram levar para os vossos dias. A internet até pode ser um poço de miséria, mas nunca se esqueçam que é também, sobretudo e dependendo de nós, um espaço de partilha.

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22
Jul20

Os melhores livros que li em 2020 (por agora)

Maria das Palavras

Este ano está a ser atípico mesmo, portanto ninguém me vai levar a mal se começar já a fazer retroespectivas. Estamos em Julho e já li 27 livros. No início do ano o objetivo eram 24, por isso - vejam só - há coisas a correr melhor do que o esperado neste ano maluco. Na verdade até já tinha falado sobre alguns destes livros num episódio do podcast Mensagem de Voz, mas desde esse momento li mais uns quantos (10...) e o quadro geral sofreu alterações. O aclamado Pintassilgo nunca fez parte dos favoritos, nem a grande tendência livro-série Pequenos fogos em toda a parte (meio aborrecidinhos). A Delia Owens e o João Tordo foram destronados.

 

Sem mais demoras, vamos às minhas recomedações!

 

Vozes de Chernobyl

 

O livro que nos ensina

Li As Vozes de Chernobyl, con factos reais sobre o desastre que todos conhecemos. O livro que inspirou a série Chernobyl da HBO (também ela recomendadíssima). E apesar de ser uma coleção de relatos, uns mais intensos, outros mais aborrecidos, é um quadro real, cru e inesquecível da nossa história. Há duas ou três passagens que não me saem da memória, como o tipo que voltou do desatre e ofereceu o barrete com que andou na zona radioativa ao filho. 

Nesta categoria fica a menção honrosa para o livro Holocausto Brasileiro. Não considero um livro escrito de forma muito interessante mas deu-me a conhecer uma realidade que desconhecia completamente: um hospício onde milhares de brasileiros foram aniquilados ou (sobre)viveram em condições desumanas).

 

A Seleção

 

O livro que é tão mau que é bom

Por mais vergonha alheia (na verdade, própria) que me cause, não posso deixar de incluir a trilogia A Seleção de Kiera Cass nesta short list. E sim, de Chernobyl para "35 garotas e uma coroa" descemos um bocadinho o nível. É uma espécie de reality show tipo The Bachelor, mas com princesas. Também é uma distopia, mas isso é pouco relevante na trama. É mau? É. Devorei? Devorei. Às vezes tudo o que precisamos é de um destes livros tão maus que são ótimos. Parece que a partir do quarto livro a coisa se inverte e são as moças a ter a faca e o queijo na mão, mas só li os três originais. Achei que se se chama trilogia, não devia haver cinco...

 

A Paciente Silenciosa

 

O melhor thriller

O Mais recente foi o The Hunting Party (da Lucy Foley), que também achei interessante, e antes desse tinha adorado o Uma Gaiola de Ouro, da Camilla Lackberg. Mas elejo como favorito A Paciente Silenciosa. Há que diga que é previsível, mas eu só vi o que se passava mais perto do fim e por ter mantido a surpresa, gostei bastante da descoberta. O andamento do livro também é muito gostoso, porque vai alternando entre duas perspetivas. O da paciente que mantém o silêncio há anos desde que foi acusada do homicídio do marido (não é spoiler) e o psiquiatra que a vai tratar na instituição onde está internada e que tenta desvendar o que realmente se passou.

 

Noivos à Força

 

O romance que não é um cliché total

Noivos à Força foi uma recomedação do BookGang da Helena Magalhães. Um dia pus-me a ler a amostra na loja do Kobo e não resisti a comprar para continuar a facilidade. Afinal o Kobo não são só vantagens! É demasiado fácil comprar livros...
É um romance que não começa com o típico "eles olham-se e apaixonam-se". É claro que continua a ter clichés, mas achei muito fresco para a categoria. É daqueles que sei que todas as minhas amigas vão adorar ler.

 

Daisy Jones & The Six

 

O livro que se lê num sopro

Daisy Jones & The Six tem um grande defeito: parece real e é ficção. É a história de uma banda (ficcional) na sua ascenção, apogeu e queda, com duas figuras centrais, mas contada alternadamente pela voz de todos os elementos da banda e outras pessoas envolvidas. Que balanço tem o livro! Lê-se muito depressa e mesmo que não encontrem o final que queriam, prometo que a viagem vale a pena.

A Educação de Eleanoe

 

O livro que todos devíamos ler

Já falei sobre ele aqui e por isso não me alongo. Trata-se da Educação de Eleanor. Um livro terno e tão realista. Encantador, apesar de estar todo contruído em cima de problemáticas graves. É sobre saúde mental, mas é sobre nós todos. É uma história louca e a história da nossa vizinha do lado que não conhecemos assim tão bem. E, sim, é entretenimento.

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11
Mai20

Este blog não é sobre livros #26 - A Educação de Eleanor

Maria das Palavras

A educação de Eleanor - Review Maria das Palavras


O título em inglês é bem melhor e foi na versão original que o li, mas o livro terá o mesmo encanto de qualquer forma. Tinha-o comprado numa viagem, sabendo de antemão da recomendação do Book Gang (onde podem comprar a versão PT). Não desiludiu. É um livro original, enternecedor, divertido e pesado, tudo ao mesmo tempo. 

A protagonista é a caricata Eleanor, uma jovem nos seus 30, mergulhada numa solidão e numa perspetiva muito própria da vida. A sua visão do mundo tem tanto de pragmática, como de inocente e à medida que o livro avança e rimos com as suas interações sociais desajustadas, percebemos que não é tão engraçado, como preocupante.

Citação do Livro


A ideia surgiu à autora após ler uma reportagem sobre pessoas solitárias, que nem sempre são as de idade avançada. Às vezes são jovens, que entre a sexta ao sair do trabalho e o regresso na segunda de manhã, não trocam uma palavra com ninguém. 

Apesar de abordar uma temática dura, o livro é todo muito leve, e, até mesmo positivo. 
O final surpreendeu-me. 

Talvez seja a melhor leitura que fiz em 2020. 

 

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05
Mai20

MDV #17 - Treze livros e um flop

Maria das Palavras

Treze Livros e um Flop - Maria das Palavras


Deixei-vos uma mensagem de voz a falar dos quase catroze livros que já li este ano.
Pode parecer muito a alguns, mas é um valor quase nulo, numa escala de zero a Magda. Além disso nem ter lido catorze (ok, treze) livros me livrou de pelo menos uma bacorada que identifiquei logo na gravação. 

Falo-vos dos 6 que vêem na imagem e mais 8 que estão no Kobo, meu mais-que-tudo. Sobre alguns até já tinha publicado reviews, sobre outros publiquei notas breves no Instagram, mas de alguns nem tinha dito nada e partilho agora convosco: recomendo ou não? 

Ouçam e digam-me o que acharam se leram algum deles, se concordam comigo, e deixem-me também as vossas recomendações para próximas leituras. Só tenho centenas em lista de espera, mais um menos um, não vai fazer diferença!

 

Ouçam aqui no spotify, ou aqui no castbox (não precisam instalar nada, se não quiserem - ouvem no browser) ou clicando PLAY abaixo.

 

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12
Abr20

Este blog não é sobre livros #25 -O Pintassilgo

Maria das Palavras

O Pintassilgo - Donna Tart | Opinião Maria das Palavras

 

O problema são as expectativas. Sei que estou sempre a dizer isto. 

Comecei sabendo que era um livro ótimo, favorito de muita gente. Tinha ouvido dizer que o fim era supreendente e, noutra versão, a pior coisa do livro. 

O que achei?
É um bom livro e um livro para quem gosta de ler. É para apreciar o processo de leitura e crescimento do Theo, cada página. Não para se ter ânsia de chegar ao fim, fim esse que não me supreendeu, nem me desiludiu.

Tão bem escrito (não por ser demasiado pretensioso na linguagem) que nos faz sentir fisicamente mal a espaços, ao recriar tão bem determinados contextos. Que nos frustra, porque só queremos entrar para dar um conselho ao protagonista, ou então afastar-nos daquilo tudo de uma vez para evitar o desconforto de não o podermos fazer.

Mas não é um livro que recomendarei a quem gosta de ler de vez em quando, antes um livro para leitores frequentes apreciarem, no sentido em que entendo que nem toda a gente ficasse contente em passar por 900 páginas para ver o Theo desenvencilhar-se.

Breve (brevíssimo) resumo: Theo perde a mãe, o pai já se tinha esquivado, e ele passa as passinhas do Algarve para encontrar estabilidade em todos os sentidos. No centro da trama está uma obra de arte, O Pintassilgo, por razões que terão de descobrir. 


Quando terminei, instalei a Amazon Prime para ver o filme (gratuito por 7 dias) - e depois descobri que não está disponível em Portugal. Também pesquisei para descobrir que o quadro está em Haia, e sei que o gostava de ver ao vivo um dia. 

Da mesma forma que não encontrei o fim do livro, não assentou ainda totalmente a minha opinião. Gostei muito, não me apaixonou. Recomendo se estão numa fase de leitura, mas não se estão estagnados e a querer voltar. 

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06
Abr20

Este blog não é sobre livros #24 - Handmaid's Tale

Maria das Palavras

A História de Uma Serva, o livro - Opinião Maria das Palavras


Quero ver a série que toda a gante elogia, mas queria antes disso ler o livro. Comprei-o numa viagem de trabalho a Londres onde comprei demasiados livros, por acidente...são mais baratos, têm capas lindas e o tamanho perfeito. Mas tendo em conta que é um livro escrito nos anos 80 e não muito simples (por exemplo, a autora, não distingue os diálogos nas frases), acho que teria sido mais rápido em português.

 

Em todo o caso, li-o, como quem gosta, mas passa na diagonal alguns parágrafos, sabem? Perdemos muito tempo nos devaneios da protagonista (é ela a narradora) e a ação, embora interessante,deixa sempre muito por explicar - supostamente muito se desvenda no livro que se segue (Testamentos). 

 

É uma distopia, uma sociedade pretensamente feminista, mas pareceu-me mais em fachada que tudo mais. A protagonista é uma das mulheres que são "atribuídas" a famílias de elite numa altura em que a procriação é difícil, para que tente gerar um bebé. O ritual mensal para que esta missão aconteça deixará o leitor muito desconfortável. 

 

Comparo este livro a outro que li recentemente: 1984. Ambas distopias, onde há regimes totalitários que toldam a liberdade aos indivíduos numa perspectiva que pode não ser assim tão irrealista enquanto houver pessoas a eleger Trumps, Bolsonaros, deputados do Chega e qualquer pessoa ou partido que represente uma fação extremista, seja à direita ou à esquerda. 

 

Leiam. Não porque é um livro de entretenimento incrível. Mas para verem os ecos de realidade que se conseguem vislumbrar no nosso mundo de hoje, nestes sociedades inventadas, mas não irrealistas se resvalarmos por certos caminhos de intolerância.

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