10 / 66 Dias sem Porcarias
E eu a olhar para o croquete. E o croquete a olhar para mim. E eu a olhar para o croquete. E o croquete a olhar para mim. Parecia o jogo do sério (eu ganhei).
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E eu a olhar para o croquete. E o croquete a olhar para mim. E eu a olhar para o croquete. E o croquete a olhar para mim. Parecia o jogo do sério (eu ganhei).
Não vos contei, mas aconteceu: fui a uma pizzaria e o desafio subsistiu. Não comi natas ou outros molhos decadentes, nem queijos gordos de espécie nenhuma, nem pão (portanto, nem pizza), nem belíssimos gelati para sobremesa. Ganhei músculo no canal lacrimal, mas fui firme. Até ver: nove dias sem abrir quaisquer exceções ao que tinha definido num momento de loucura.
Maria distraída para uma amiga: Podemos ir lanchar rápido ao Nata Pão, tem pastéis de nata com Ferrero e Nutella! Ah...espera...
E explicar à mulher que me deu o ventre e ao homem que me deu o apelido que a moça que conhecem há 30 anos está mesmo a recusar uma bifana com pão ao almoço? Ou um gelado ao lanche?
Se não é Deus a mandar-me um sinal que tenho de comer porcarias, é o demónio a tentar-me. Nunca em 30 anos de vida me tinha acontecido pedir uma salada de fruta num restaurante e responderem: quer com uma bola de gelado?
Foi hoje. Digam lá se não é gozar com uma pessoa? Logo o tipo de gulodice que mais me faz tremer os joelhos.
Hoje estou a aceitar apostas: quantos dos 66 dias acham que eu vou durar firme neste desafio?
Exército da salvação: fruta, cenoura crua, Babybels e bolachas marinheiras.
#SOSpetisco
Já lá vão 3 dias inteiros a comer só coisas saudáveis e nem uma nádega mais rija. Não vejo efeitos. Creio que tentei o suficiente e uma pessoa inteligente desistiria já.
Ontem a fazer um jantar é que me bateu. Enquanto estava a preparar a carne tive mil vezes o impulso de ir buscar um chocolatinho pequeno, uma batata frita, uma bolacha para entreter a fome. Nada de mais, só qualquer coisita. Só que não podia. Ou melhor, prometi a mim mesma que não o faria. No que me fui meter?
Creio que é Deus a enviar um sinal..."Maria, deixa-te disso." (ler com voz de trovoada).
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