Para quem não sabe ainda - porque comete a terrível falha de não me seguir no Instagram (shame 🔔🔔🔔 shame 🔔🔔🔔 shame 🔔🔔🔔) - este fim-de-semana fomos laurear a pevide para a zona do Luso. No destaque do perfil do Instagram de seu nome LUSO (criativo, hein?) podem desde já acompanhar algumas imagens que não serão aqui publicadas, mas mais à frente também publicarei no blog infomação organizadinha acerca de onde ficámos, onde comemos, o que visitamos e o que achámos.
Facto é que ficámos num palácio onde entre restantes hóspedes e mobília éramos bem capaz de ser as peças mais novas (atenção, que recomendo) e continuando nos programas de pseudo-terceira-idade decidimos (digo eu, como se fosse uma vontade do momento e não algo que tinha planeado há 3 meses quando marquei a estadia) fazer um tratamento termal. No caso, um Duche Vichy, que nunca tínhamos experimentado. Havendo três hipóteses de Duche escolhemos antecipadamente o Duche Vichy com Chuva Hidratante. E sabe Deus como saímos de lá hidratados até ao tutano.
Passo já para o fim: adorei o tal do Duche. Não sabíamos ao que íamos, tinha até ideia que poderia ser só eu e uma sala com chuveirinhos a pingar à vez, a fazer o trabalho sozinhos, estilo lavagem-automática, mas com um bocadinho menos de espuma. Nada disso. Pelo menos aquele que escolhemos nas Termas do Luso. Resumindo muito é isto: uma senhora dá-nos banho. Sim senhor, temos os aspersores a pingar, que ela vai dirigindo para uma zona ou outra, mas ao mesmo tempo ela vai esfoliando e massajando o nosso corpitxo ao longo de uma meia-hora. Isto tudo numa espécie de maca-banheira, primeiro virados para cima, depois para baixo - mas não se preocupem, é uma banheira baixinha, que não permite o afogamento quando estamos virados para baixo com a cabecinha no seu descanso próprio.
Tenham então três coisas em mente ao avançar para um Duche Vichy:
1. Esvaziem bem a bexiga antes. Não só a massagem completa pode causar apertos na zona abdominal para os mais incautos, como - e mais importante - vão ouvir água a correr durante 30 minutos seguidos. Sabem quando dizem que estão aflitos e alguém maroto faz SSSSHHHHH? Isso. Sem parar.
2. Vá, não sejam tímidos. Assumam que alguém vos vai dar banho. Basicamente temos direito ao tratamento que os bebés têm quando são pequeninos e os pais têm de os banhar, mas com mais noção do relaxamento que isso pode dar. E com mais chuveiros. E a mãe também está de fato-de-banho. E tem umas mãos mágicas que conhecem os pontos de pressão. E a sala está alagada, mas é porque é suposto e não porque não parámos quietos com os pés e chapinhámos tudo (eu chapinhei um bocado, porque tenho muitas cócegas nos pés).
3. Se não lavaram atrás das orelhas, no buraquinho do umbigo ou no interior da alma...não temam. Depois do Duche Vichy, entre a esfrega da esfoliação com massagem, e os jatos de água em todo o lado, não há mofozinho que sobreviva no vosso corpo. O que sei é que comecei por olhar a rapariga do tratamento como inocente massagista e saí como se partilhássemos um segredo obscuro.
Não sei se disse, mas a seguir a mim ia o Moço - e eu deixei-o ir, o que prova que não sou ciumenta. Só tive tempo de o avisar baixinho: é uma massagem mesmo muito completa.
[Note-se: foi um tratamento delicioso e recomendável, feito por uma profissional (assistida pelos seus chuveirettes), de forma profissional. Já fizemos muitas massagens em locais diferentes com tipos de sensações diferentes envolvidos - pedras quentes, aromáticas, óleos e afins - mas este de água do Luso, com as mãos hidratadas da menina, fica sem dúvida no nosso top. Não vos dê o meu relato, que pretende ser divertido, liberdade ordinária criativa.]
...e ainda estás a fazer letra bonitinha para o atualizar e tudo. E a primeira coisa que fazes é começar o mês no dia errado da semana e trocar os dias todos.
Em português, chamam-lhe "Até que a Culpa nos Separe" mas mais uma vez apostei na versão inglesa para poupar uns cobres. Até aqui a única desvantagem desta dica de poupança é que eu bem recomendo os livros, mas menos gente o quer emprestado - o que pensando bem, dependendo de quem pede, até pode ser bom.
Pois que dizer? Quando comecei a ler Liane Moriarty nunca mais parei e este foi o "não há dois sem três" a seguir ao Big Little Lies e O segredo do meu marido. Dos três foi o que me custou mais a entrar na leitura. Pensando bem, agora que acabei, ainda não consigo justificar o início.
Gostei, porque gosto da escrita da autora, há sempre mistérios que ela nos vai permitindo descobrir sozinhos, outros que espera para nos revelar, e traduz as várias fragilidades humanas sem medos. O tema - aí sem mistérios, logo a partir do título - é desta feita: a culpa. Um sentimento tão bem impregnado na nossa cultura ocidental que qualquer um se identificará, mesmo que queira dizer às personagens: esquece isso, m'lher, não podes carregar o mundo às costas.
Gostei, mas gostei menos do que dos outros. Li-o bem, mas estou preparada para ler algo diferente agora.
Ora bem, eu e o Moço, sim senhor, cinco anos e ainda estrada a ver-se pela frente, extensão de garantia, nada de trocas aos 100 mil quilómetros, apesar de algumas avarias menores, várias revisões obrigatórias e todos os seguros abrangendo terceiros em dia. Agora, se eu tivesse de dizer que nos separamos um dia, tenho a certeza da razão.
1) Temos níveis de ambição diferentes?
2) Só em caso de traição.
3) Ele tem bicho carpinteiro.
É claramente a última hipótese. Eu até poderia ser adepta do perdão se ele me traísse com alguém que me fizesse compreender bastante bem a tentação da carne (de Sara Sampaio para cima, entenda-se, portanto até podia ser caso para bater palmas e largar um sim senhor!), mas jamais me conformarei com a falta de sossego deste homem.
Vídeo que captei do moço numa noite relaxada a ver televisão.
A sério, a gelatina Royal inspirou-se nele para criar a inconstância da gelatina. O saltitão foi um brinquedo inventado por um observador que estava no parque infantil a vê-lo quando era criança. Ele terá sido o bebé mais insistente, se não o primeiro, a pontapear a mãe! O termo "irrequieto" entrou no dicionário por causa dele (e dos caracóis no Alentejo) e o novo acordo ortográfico surgiu por acaso no meio de uma discussão sobre um novo termo que exprimisse mais movimento do que "irrequieto" que pudesse qualificar o Moço.
Enquanto dizem: "o rato roeu a rolha da garrafa do rei da Rússia" já ele alisou o cabelo, coçou um pé, ajeitou o cinto, mudou de posição, trocou o canal na TV, assobiou, deu um murro no peito, tossiu e andou ao pé-coxinho. Uma coisa de cada vez, que continua a ser um homem que obedece ao cliché da falta de multitasking, apesar de conseguir dançar a lambada enquanto lê um livro.
Que faço eu, uma lesma inamovível do pior, que só quer sossego, face a esta problemática? Têm sugestões que não sejam drogas leves ou fármacos fortes?
Quem já viu aqueles magníficos vídeos de Youtubers em que durante um dia, os seguidores votam no Instagram para decidir o seu dia? Entusiasmante, certo?! Não.
Há uns tempos li uma sugestão que me pareceu bastante pertinente acerca de amenizar birras infantis. Dar escolha à criança, condicionando essa escolha. Por exemplo, querem que a cria se sente na cadeira "da papa". A escolha parece ser sentar ou não sentar e a criança 98% das vezes não se quer sentar. A partir do momento que ela compreende, pode apresentar-se outro tipo de opção: queres sentar-te com a tua boneca na mão ou preferes o carrinho? E queres o arroz com o garfo ou a colher? A criança entretém-se a pensar na decisão que lhe cabe e nem repara (tem dias!) que não se sentar ou não comer o arroz não é uma escolha.
Sinto que sou a criança na cadeira da papa sempre que me deparo com esses vídeos ou sondagens de "controla o meu dia" (que, atenção, só vejo, se quiser, porque de facto sigo as Youtubers com gosto). Visto este vestido que gosto muito ou aquele vestido que gosto muito? Corto o cabelo ou não corto o cabelo? (o que significa fico igual, ou fico igual com menos um centímetro de pontas?)
Claro que não têm de nos dar o poder de lhes pintar o cabelo de roxo ou tatuar "amor de mãe" na virilha, mas caramba, gostava por uma vez de escolher realmente, se a proposta é decidirmos qualquer coisa. Em vez papas de aveia ou crepioca para o pequeno-almoço, iam ver se não acabam a comer francesinha às 8h para abrir a pestana (#tudonapaz).
E daí talvez seja só a minha veia controladora a querer atingir novos limites. Ignorem-me, sim?
Já foi há mais de cinco anos que te adicionei e a partir daí nunca mais deixámos de fazer likes um ao outro. Há mais de cinco anos que as minhas melhores fotos têm a tua tag. Há mais de cinco anos que és o meu destinatário de emails favorito.
Contigo cresci: dupliquei o número de seguidores quando os teus amigos se tornaram meus e o grupo da família no Whatsapp são afinal dois. Contigo aprendi a experimentar coisas novas: passei a colocar fotos de dois pratos no Instagram. Contigo vivi: os melhores pontos do meu Google Maps, piquei-os contigo e fizemos thumbs up a centenas de lugares novos, mesmo quando discordamos nas reviews. Contigo aventurei-me: lembras-te quando ignorámos o radar do Waze? Contigo partilhei: tantas receitas da #comidafit.
Não imagino outro como meu parceiro da conta de Netflix, ou que me deixasse ter uma lista no seu Spotify. Quero subscrever o Amazon Prime contigo. Quero ter bitcoins tuas. Faz-me uma menção.
Serás sempre o Favorito dos meus contactos do smartphone. Eu estou pronta para nunca deixar de ser a tua.
A semana foi dura e pela primeira vez em muito tempo dei por mim a fazer uma coisa que odeio: rezar (figurativamente) pelo fim-de-semana. Tento sempre convencer-me que devo esperar coisas boas no próprio dia, seja ele qual for e o trabalho também deve ser uma fonte de alegrias. Normalmente resulta. Na semana passada, cá por coisas que tinham mesmo de ser, não resultou e foi stress a mais e sono a menos.
Em sequência, o Sábado foi então absolutamente anormal: apesar de ter acordado às 9h passei horas e horas na cama. Tinha vários planos que envolviam sair de casa: ver como estava a praia, tomar o pequeno-almoço fora, fazer umas compras, talvez ir ao cabeleireiro. Mas entre a preguiça e as tarefas que tinha para fazer em casa, deixei-me ficar.
Logo de manhã partilhei uma foto no Instagram onde lia na cama, com uma caneca do meu leite-com-café. De facto foi uma manhã de leitura entre os lençóis, pequeno-almoço tomado na cama, luz a entrar pela janela, quase poético. Durante o dia acabei um livro, acabei uma série e espreguicei-me muito, coisa que estava a dever a mim própria. Só me levantei oficialmente às 15h.
No entanto, isso não traduz exatamente a manhã ou o dia. Queria mesmo era estar com o Moço, que tinha de trabalhar. A máquina de café está avariada. Demorei toda a manhã para ler as 30 páginas finais do livro porque fui constantemente interrompida com questões de trabalho. Continuei na cama, mesmo quando quis ver um episódio de uma série, porque o sofá que descascou todo está a ser forrado de novo (incha carteira). E foi de lá que trabalhei à tarde também de portátil no colo. Pelo meio não deixei de fazer todas as tarefas que tinha a fazer em casa, tão excitantes, como lavar, estender e arrumar roupa.
O balanço foi um dia bom, claro. Mas aquela primeira foto que publiquei traduzia tão pouco. Serve de lembrete para como realmente tudo o que vemos nas redes sociais é uma ponta do icebergue da vida ou dos dias de cada um. Não faz mal que assim seja, não devemos explicações a ninguém. Mas devemos a nós mesmos essa lembrança quando olhamos para o quintal do vizinho.
Comecei a ver quase sem querer. Creio que num serão em que tinha muito para fazer, mas uma dor-de-cabeça que abolia qualquer chance de ser produtiva. Estava na lista de recomendações do Netflix por causa de outra série tola qualquer que eu também tivesse visto e lembrei-me de uma Youtuber brasileira, daquelas que nem é só fru-frus e maquilhagem, ter dito que era uma série imperdível.
Depressa cheguei à conclusão que era uma série tola. Pateta. Juvenil. Ridícula. Como as cartas de amor.
Os discursos elaborados de uma menina-patinho-feio-orfã com uma imaginação para lá de fértil, os seus pés-na-argola, a falta de uma personagem com quem me identificar. Tudo motivos para deixar de ver a série. A série que não parei de ver.
É que eu também sou ridícula. É que também somos todos ridículos. Corremos todos os dias em sequência achando-nos pessoas muito sérias, quando a capacidade de sonhar nos é inata, apenas afastada pela crença que ser adulto é outra coisa.
Tenho visto poucas séries, mas várias que gostei mais que esta: Bates Motel, Peaky Blinders,...no entanto nenhuma me levou a vir aqui querer escrever sobre ela. Porque nenhuma outra era assim: tola e inspiradora.