Avózices.
A propósito da Páscoa, a minha avó comprou daqueles doces com forma de fruta para o Moço. Porque ele faz dieta...fruta...Legitimamente convencida que eram a alternativa saudável às amêndoas.
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A propósito da Páscoa, a minha avó comprou daqueles doces com forma de fruta para o Moço. Porque ele faz dieta...fruta...Legitimamente convencida que eram a alternativa saudável às amêndoas.
Eu ontem ao fim do dia a tirar as botas e repara o Moço:
- Estás a usar meias de desporto com isso calçado para quê?!
- E elucida-me lá: se eu não as usasse assim em dias em que não faço desporto...para que é que as tinha?...
Publiquei no Instagram Stories uma imagem de uma pizza de ar guloso e ovo estrelado pregado no meio, de uma pizzaria perto de Espinho cuja arte ia provar pela primeira vez. Ainda ia eu na primeira fatia com queijo e gema de ovo a escorrer pelo queixo abaixo, embevecida, quando recebo mensagem da invejosa, que devia estar a trincar um bróculo:
Olhei para a pizza desconfiada (uma carbonara, nada menos, portanto além do risco do ovo, o risco das natas), a pizza olhou para mim e disse "confia". Apaguei da memória as mensagens seguintes da Fatia Mor que mencionavam expressões do demo como "maldição da pizza" e "o culpado é o ovo". E eu que sou uma espécie de São Tomé dos tempos modernos, comi para crer.
@Fatia Mor, está tudo fino. Acordei com uma dor de costas invulgar, mas em princípio não é disso, será já da idade. À pizza, sobrevivi!
O Moço foi comigo à Sephora. Eu ia só reclamar que não tinha recebido a minha oferta de aniversário usual (e que costuma até ser uma coisita com jeito), mas - claro está - mais valia aproveitar para comprar qualquer coisita para não parecer mal. Certo?!
Ora há que tempos que eu quero uma paleta de sombras daquelas caras boas e o Moço até tem boas intenções. Mas para ma dar sozinho era um problema saber escolher e assim afastou-se dessa possibilidade no meu aniversário. Por isso quando eu peguei numa paleta de rosto mais clara (blush, bronzer e iluminador) da Sleek (que tem um preço majómenos) o Moço achava que era aquilo que eu queria e insistiu que me havia de dar a paleta.
Mal não fez, claro. Eu já tinha escolhido uma máscara de pele e um batom e peguei também naquilo para ir para a caixa, fazendo até menção de pagar tudo. Ele fez um grande número para insistir que quem pagava era ele, pelo que decidi envergonhá-lo à frente da senhora:
Maria: Mas tu sabes o que me estás a querer dar?
Moço: Sei...é um...pinturas...face form...[lendo]
Maria: Sabes que não são sombras, certo?
E ele sai-se com esta:
Moço: O que sei é que até faz emagrecer.
Porque reparem:
As pessoas que nos fazem mal nem sempre são aquelas que são más. Às vezes são aquelas que nos querem muito bem e muito perto. Mas andam cansadas ou abatidas ou zangadas com a vida e contagiam-nos de miséria sem saber ou querer. São aquelas que por estarem frágeis às vezes nos quebram. E que estão lá para recolher os cacos, é verdade, mas usam cola de baton, porque enfim, no meio da sua tristeza própria não dá para mais. A solução óbvia (afasta-te) não é sempre a solução certa ou possível.
Nesta situação, é tão difícil ser o que quebra, como o que quebrou. Mas também não é fácil tentar ser a cola.
Ele nasceu a 15 de Março. Seis dias depois, a 21 de Março desse mesmo ano, nasci eu. E diz ele:
"Só conheci a Primavera quando tu nasceste."
A manta do cão pertence a qualquer canto do tapete, a cair do sofá. Os chinelos do meu pai moram na casa-de-banho, se ele não está. A escova de cabelo da minha mãe faz sempre caminho até ao espelho grande do hall de entrada. Na lareira, quem olhar de esguelha vê os autocolantes das batatas fritas colados pela minha irmã na parte mais inclinada da pedra.
Sou obcecada em ter as coisas no seu devido lugar, ou pelo menos reunidas na sua desorganização. Mas há sítios em que as coisas pertencem fora da gaveta óbvia. À primeira podem parecer desarrumadas, mas estão só no sítio onde todos as conhecemos e procuramos. A este sítio onde sabemos sempre das coisas deslocadas, chama-se casa.
Para quem inventar a pipoca silenciosa.
Que vestes as cuecas três vezes para ficarem do lado certo.
Porque é que quando os próprios estrangeiros dizem Porto, os tugas a falar inglês respondem com Oporto. Para mostrar que sabem? É que já agora, se eles em Roma estão a ser romanos, deixemos a cidade ter o nome que tem.
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