Maria das Palavras

As pessoas são diferentes.

- A mim relaxa-me lavar louça suja. 

- A mim também me relaxa se lavares tu a louça suja. 

Dois dedos de conversa #69

Maria: Disseste ao vizinho que não estavas muito satisfeito com o teu carro, porquê?

Moço: Oh, está-me a dar agora aqui este problema.

Maria: Tens o carro há cinco anos e o carro dá-te um problema pela primeira vez que tanto quanto sabes pode ser uma coisa menor. E já estás insatisfeito?
Graças a Deus que não és tão exigente com as mulheres...

Moço: Podia ser. Não me dás problemas.

[Viva a memória fraca.]

Para grandes males, simples remédios.

É o que prometo aqui, hoje, em mais uma contribuição para o Aprender uma coisa por dia. 

A sapiência vem com a idade.

Quando era mais nova nem sabia que podia pedir extra de caramelo no McFlurry.

A blogger menos in do pedaço #106

O meu cabelo não é bem liso, nem ondulado, nem apresenta caracóis. Ajeita-se em forma de estúpido*.

*e eu não tenho paciência para o babylissar. 

Atire a primeira pedra #54

Quem nunca foi buscar uma mala (bolsa?) que já não usava há muito tempo e achou uma preciosidade sua qualquer que já tinha dado como perdida. 

Palavras do Salvador* aplicadas às relações.

Amor não é fogo de artifício. Amor é sentimento.

Fogo de artifício: Mil selfies de beijinhos no Instagram. Casamentos caros com estátuas de gelo. Declarações públicas mensais no mural do Facebook. "Desliga tu. Não desliga tu". Nunca discutimos. 

Sentimento: Torradas de manhã. "És linda" a meio de uma constipação. Uma mão a procurar a outra, pela calada.  "Já te disse que pares de roer as unhas ou corto-te os dedos!". 

*O que canta, não o que criou a Terra e assim.

O dia em que descobri que não tinha perdido uma casa.

Passei o fim-de-semana em Lisboa a sentir que tinha regressado ao lar. As pessoas, os lugares, a comida. É tudo meu, há tanto tempo. Do Tejo à segunda circular, dos monumentos aos centros comerciais. Casa.

Domingo à noite regressei à nova cidade. Da estação de comboio vi o topo da igreja matriz iluminada. Estou em Casa, pensei outra vez, sem querer, agora numa cidade diferente. 

Lisboa não deixou de ser minha, como Leiria nunca deixou. E tenho uma Casa aqui. Agora. Também.

Também. Não "em vez de".

Liguei ao Moço a dizer que tinha chegado e acrescentei "Sabes? Acho que vamos gostar de morar aqui". Ele nunca duvidou. Sempre soube que a geografia não importa.

Quanto se pode sentir a falta de uma cidade?

Moço: De certeza que não queres ir ao cinema?

Maria: Não, leva-me antes a ver o trânsito na Calçada de Carriche

Sobre pachorra.

10 anos em Lisboa a adaptar-me a dizer ténis em vez de sapatilhas para não me cansar com as discussões infrutíferas "sapatilhas são para a ginástica" VS "ténis é uma modalidade".
Finalmente consigo. E a seguir? Mudo-me cá para cima e tenho de reaprender a dizer sapatilhas para não ser ostracizada outra vez.