Atire a primeira pedra #47
Quem nunca desconfiou da qualidade, por causa da popularidade.
[pergunta 11, aqui]
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Quem nunca desconfiou da qualidade, por causa da popularidade.
[pergunta 11, aqui]
"Põe o teu ombro junto ao meeeeu, carga de ombro é legaaal."
Foi com o refrão que dá nome ao álbum que saímos do São Luiz. Samuel Úria a cantar e tocar guitarra sai de sala caminhando entre o público e o coro afinado em "uuu" vai atrás dele. Batemos todos palmas ritmadas e aos poucos a sala segue a banda e esvazia o teatro. Ou foi o final de concerto mais bonito a que assisti alguma vez ou o momento da minha vida que mais se pareceu com uma sessão da Igreja Universal do Reino de Deus.
[Foi muito bom. Vão ao Porto, se puderem. No concerto oferecem o novo CD.]
O Moço e eu como "nós" era coisa para ter um mês quando comecei a pensar o que raio lhe podia dar pelo aniversário. Teria de ser memorável. Ou bem que a coisa corria bem e era o primeiro presente, que ficaria para a história, ou bem que a coisa corria mal e seria aquela namorada que nenhuma outra sirigaita conseguiu superar (ao nivel das prendas).
O Moço é músico e tarado por música. E é daquelas pessoas capazes de criar paixões platónicas por artistas verdadeiramente inspiradores. Uma das suas paixões platónicas é Manel Cruz, ex-Ornatos Violeta. Outra é Samuel Úria e todo o seu [na altura] novo disco, acabado de sair do forno, chamado "O Grande Medo do Pequeno Mundo". E havia nesse disco uma poção mágica: uma música que combinava os génios e as vozes de ambos e que o Moço me tinha feito ouvir já duas mil vezes em poucas semanas. Eu gostava. Muito. Não só porque é aquela altura da relação em que até a pimenta que faz o outro espirrar nos parece ouro de 24 quilates, mas porque é uma música verdadeiramente bonita, com uma letra verdadeiramente bonita - vocês sabem que eu sou das palavras.
Foi assim que a dúvida do primeiro presente se desfez na minha cabeça. O CD era a parte óbvia. Os bilhetes para o próximo concerto a parte especial. O autógrafo do Samuel, que me tinha proposto a conseguir, custasse o que custasse, a cereja em cima do bolo. Não custou muito. O Samuel Úria é todo sem tiques de estrela, embora seja uma. Respondeu-me rapidamente por mensagem de Facebook e marcámos encontro à porta de um hotel para ele me assinar o CD.
À hora marcada lá fui. E lá estive. Mas o Samuel nunca apareceu. O telemóvel calado (ele tinha o meu número, mas eu não tinha o dele). Esperei tanto quanto pude e me permitiu a vergonha - o segurança do hotel deve ter considerado chamar a polícia por haver uma miúda - eu - a montar acampamento na entrada.
Passado um tempo, já refeita da desfeita, volto a falar com o Samuel e...fico a perceber o que se passou. Querem adivinhar? Eu estive à espera numa das portas do hotel. Ele esteve na outra. Cada um a secar do seu lado, até à exaustão. E ele a mandar SMS para o meu número...que eu tinha digitado mal quando lhe dei. Lá conseguimos marcar novo encontro, numa hora de almoço que ele tinha agendada com outras pessoas. Interrompeu a refeição de propósito para me dar duas palavras e três frases no álbum (ou mais, nos dois casos) e ainda fez questão de me mostrar as SMS que me tinha de facto enviado (para um número que não era, afinal, o meu).
A reação do Moço ao receber o presente? Não se pode descrever com palavras. Mas ainda hoje este "Lenço Enxuto" é "aquela" música. Obrigada padrinho, Samuel.
[Isto tudo é para dizer que hoje vamos voltar a ver o Samuel Úria, no palco do São Luiz, a apresentar o seu novo trabalho: Carga de Ombro. E atenção, minhas gentes a norte, a seguir vai ao Porto.]
Vamos fazer de conta que eu não deixei passar quase três anos e duas vidas para continuar o relato da escapadinha de aniversário que comecei aqui, continuei descrevendo este episódio genial e pausei depois deste post sobre Aveiro.
Em relação ao Douro...Comecemos por dizer que não sou nova nestas zonas. Vou ver o Douro pela margem sempre que visitamos a família do Moço (que se ajeita ali mais para ao pé do Tua). Mas desta vez, e porque íamos em escapadinha de aniversário, antes de ir ter com a família, quisemos experimentar as encostas vinhateiras só para nós, por uma noite. A convite da Odisseias, ficámos no afamado Douro Scala em Mesão frio, para cima do qual eu andava a babar há meses. Felizmente, assim que fiz a parceria com a Odisseias ficou esclarecido que os artigos sobre as experiências são da minha total responsabilidade e escritas com total liberdade porque...saí de lá desiludida. Sirva este post também para vos confirmar que tudo o que recomendo é de coração, sem influências externas. Não é que tenha sido mau, até foi em partes, maravilhoso, mas...eu explico.
Talvez o problema fosse das expectativas. Andava a sonhar com esta estadia há demasiado tempo. O local é impressionante, no topo "do mundo" com vista sobre uma vasta extensão de vinhas e a Serra de Cidadelhe, mas não pude deixar de notar a falta que me fez olhar o rio. Ora há pouco tempo tinha estado no Delfim Douro (só de passagem, não fiquei lá) que se debruça mesmo sobre a água e penso que estava a querer igual.
Fomos impecavelmente atendidos, diga-se, e o edifício é maravilhoso, fundindo uma estrutura rústica de uma casa senhorial (com direito a uma biblioteca antiga, uma capelinha e tudo e tudo) com um complexo moderno. Ofereceram-nos um Porto à entrada que o Moço não recusou e fizeram-nos a reserva para o jantar.
O quarto era espaçoso e com a mesma tendência para conjugar o clássico e o moderno, com uma cabine de duche no próprio quarto (o lavatório ao lado e a sanita dentro de um compartimento que parece até um roupeiro, muito bem disfarçado). Palmas para o melhor duche que tomei na viagem toda - fenomenal com a água a cair do teto com a temperatura e a pressão certa. Há poucas coisas neste mundo que valorize tanto como um bom duche quente (até deixar a pele vermelha). No entanto, não esquecendo que estamos num hotel de cinco estrelas, e embora não me mate,nem me engorde, não achei muito natural haver toalhas desfiadas e um buraco no tecido da cortina. Sei, sei, os hóspedes são uns selvagens, mas o hotel tem uma reputação a manter. Pormenores que fazem a diferença. Mesmo num sítio tão bonito como este que aqui vos mostro.
Espantem-se: usámos o ginásio e não o Spa. Isto porque o Spa estava cheio e o ginásio não. A bem da verdade, o Moço usou o ginásio e eu andei 3 minutos na bicicleta e depois fartei-me. Uma fraca, é o que sou. Mas diverti-me a fazer vídeos dele a correr e eu paradita a rir-me. Equipada, que mesmo para gozar, visto-me a rigor. Na foto seguinte, podem testemnhar isso e verem aquilo que a minha tia chama de "ancas de parideira".
O meu tempo mais bem empregue foi passado na varanda, a ler, com o Sol por cima e a maravilhosa vista à frente (mesmo sem ter o rio). Aí sim, um luxo, 20 estrelas.
Do jantar, não vos vou falar, porque acho que já casquei o suficiente no hotel. Ok, vou falar: esperámos muito e quase tudo estava frio. Muito abaixo das minhas expectativas, é o que vos digo. O pessoal foi sempre um mimo, acederam a todos os nossos pedidos, até porque a alimentação do Moço implica algumas esquisitices - isso também não se pode esquecer. E não quero ser uma ingrata ou mentir dizendo que me arrependo de lá ter ficado, porque não foi de todo o caso. Contudo era um hotel de 5 estrelas e não parecia. Pronto, é isto. Verdade seja dita, o preço também não se assemelha a outros hóteis de 5 estrelas onde já tive a sorte de estar e portanto não há milagres. Mas...mas...
O Douro, esse, continua majestoso como sempre. E não fomos embora sem tirar umas belas dumas fotos (mais outras pelo caminho). Foi mais ou menos na altura que a minha máquina fotográfica deu o berro. Creio que se sentiu incapaz de registar a sumptuosidade do que via à frente.
E para visitar o Douro têm várias opções de estadia além desta, mesmo dentro do mundo de experiências Odisseias. Espreitem esta, com o relato da nossa Just Smile.
Todos os dias vejo por aí novas versões das princesas da Disney em artigos interessantíssimos e de importância maior partilhados no Facebook. A saber, coisas como:
Como estou cheia de medo que lhes comecem a faltar ideias, a estes autores/filósofos, sugiro mais alguns temas pertinentes para nos mostrarem como ficam Ariel, Bela, Aurora, Yasmin e companhia:
1. As princesas da Disney se fossem ao MacDonalds todos os dias
Com excedente de massa gorda e borbulhas na cara. Um bocadinho de alface ainda pendurado no cabelo e uma Cola XL na mão a ser sorvida.
2. As princesas da Disney se fossem fashion bloggers
Iam todas adotar os pauzinhos que a Mulan tem no cabelo para ajudar à sua nova dieta: sushi e sumos verdes. Super saradas, com franjas, cores e padrões da moda, iPad em punho e "pau de selfie" a sair da carteira Prada. Ou com o novo conjuntinho rosa choque da Adidas, prontas para a corrida matinal.
3. As princesas da Disney habitantes da Cova da Moura
A carteira deixa de ser Prada e passa a ser Frada. De lá saltita a arma favorita de cada uma: da adaga à soqueira. Os longos cabelos estão invariavelmente escondidos por capuzes.
4. As princesas da Disney com 37 anos e meio.
Já vi versões em novas, em velhas, com 42 anos, mas nunca esta simulação importantíssima em particular. Creio que é uma falha que está a inquietar gerações inteiras.
5. As princesas da Disney na fila do Pingo Doce com a promoção do 1 de Maio.
Como agem? Vão de fato de treino para a fila às cinco da manhã? Aposto que a Bela leva um livro para enfrentar a espera, a Yasmin vai de tapete para não apanhar trânsito e a Pocahontas é a primeira a puxar cabelos. A Cinderela talvez não vá, que tem de varrer a casa, mas não precisa porque é menina para guardar todos os talões de desconto - daquelas que recortam e têm bolsinhas para isso e depois vão ao supermercado consoante a semana de descontos, uma verdadeira fada do lar. Ou melhor, princesa do lar.
Tenho um vestido novo que parece feito a partir de uma cortina velha ou de um sofá de canto do palácio de Mafra. Adoro-o. Vai fazer toda a season de casamentos 2016 (bem como potenciais batizados, aniversários especiais e, quem sabe, talvez o leve até a jantar numa ocasião qualquer de McDonalds para cima). Ah, não valia repetir roupa?...Que peninhas. Chama-se ren-ta-bi-li-za-ção.
Sabem aquelas mães de mãos mágicas que transformam tudo em ouro e só com um sopro fazem passar os dói-dóis? A minha mãe é a melhor do mundo (sim, é a minha, não adianta teimarem), mas tem o toque de Midas estragado. Consegue avariar quase tudo aquilo em que mexe. E não é por fazer mau uso, é mesmo por um fenómeno qualquer de embruxamento.
Foi por isso que com o pack Odisseias do Dia da Mãe em mãos, e tendo oportunidade de o personalizar, saiu-me isto:
Opções que teriam sido aceitáveis: a melhor do mundo, linda, fantástica, maravilhosa.
Opção da Maria: Azarada!
Mas a questão é esta: ela precisava mesmo era de um telemóvel. Porquê? Porque mesmo quando ela não avaria tudo o que mexe, há quem a ajude a fazê-lo. O telemóvel dela? O nosso adorável demónio cãozinho...roeu. Afinfou os dentes no aparelho - quem sabe querendo ligar a alguém, que com isto de ser capado tem de olear a sua vida social de outra maneira. O certo é que o telemóvel ficou meio para cá, meio para lá, apesar de ter ficado bem mais giro, com marcas personalizadas de dentinhos afiados. Azar o dela!
Querendo fazer uma boa ação, conferenciei com o resto da família e mandei vir um telemóvel bem em conta do shopping da Odisseias. Tinha quase a certeza de já ter visto lá telemóveis catitas - fazer chamadas e tirar fotos, é tudo o que ela precisa. Mas...o que eu queria esgotou-se e nenhum dos outros - que são modelos melhores e portanto mais caros, tem chegada prevista a tempo do Dia da Mãe. Azar o dela! Outra vez...
Pode ser que tenha sido melhor assim. Ela andava entusiasmada para criar conta no Facebook e com o telemóvel roído afigura-se mais complicada a tarefa. Além disso, se o mote da Odisseias é providenciar experiências, assim temos a certeza que no telemóvel não vem para proporcionar mais uma experiência dentífrica para o cão da casa...
Nota: O primeiro que vier para aqui dizer que o Dia da Mãe não é para ser uma data consumista vai de vela. Se não for (ao menos) isto, em vez de latas de atum pintadas com as mãos, não sei quando é que o meu relógio biológico alguma vez se liga na vida... Além disso a minha mãe só faz anos em Dezembro, por isso tem muito que esperar até que seja tempo de alguém lhe oferecer o telemóvel. Assim, enquanto espera, sempre faz uma massagem para relaxar!
Até ao momento em que o nosso sobrinho piolho se pendura numa perna nossa porque não quer que vamos embora.
Ele para mim, ao chegar a casa, de tom engatatão:
Moço: Como está a minha princesa?
Maria: Não sei, vais ter de lhe perguntar.
Moço: Como estás princesa?
Parece que sou eu a gozar com ele, mas é ele a gozar comigo.
Já vos disse que me estou a profissionalizar em organização de festas-surpresa, animação de casamentos e chás de bebés em geral? O mais engraçado é que tenho paciência ZERO para organizar qualquer coisa que se assemelhe para mim. Já para os outros, refilo, reviro os oslhos e...faço com todo o gosto. Porra.
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