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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

31
Ago15

5 Razões Para eu Não Usar Casas de Banho Públicas

Maria das Palavras

1 | Maria das Palavras

Nunca tive queda para ginástica e a minha veia circense reduz-se à capacidade de ser palhaça (sem fatos ridículos, por favor). Logo, a minha aptidão para o exercício de equilibrismo que as mulheres têm de fazer para nunca tocarem no rebordo da sanita é coisa para me desencorajar logo. Exercício por exercício, prefiro treinar a bexiga a ser forte e esperar por uma casa de banho limpa.

 

2 | Maria das Palavras

As casas de banho públicas femininas (com honrosas exceções para - alguns - aeroportos e restaurantes com preço médio acima de 35€) são o melhor cruzamento entre um aterro sanitário e uma cena de crime violento.

 

3 | Maria das Palavras

Não gosto de me sentir como uma macaco num laboratório de testes. E, apesar de acreditar que ninguém me está a observar (ja agora era melhor), quando chega a parte de usar a torneira para lavar as mãos há verdadeiros desafios para esta mente pouco afeita ao uso do wc público. Às vezes, a torneira parece-se com as de casa, mas muitas vezes liga-se ao carregar num pedal camuflado, chegar as mãos a um sensor criativamente escondido ou fazer o pino com um ângulo de inclinação de 45º. O mesmo vale para o dispensador de sabonete. 

 

4 | Maria das Palavras

O temível ato de secar as mãos. Pois bem: tenho duas opções: ou volto ao cenário de terror de aroma moribundo que habita em cada um dos cubículos para usar papel que seca as mãos eficazmente ou me rendo ao secador de mãos automático e perco um terço do meu tempo útil de vida. É que nem dá para fazer a manicure ou ler um livro, enquanto a maquineta ruidosa nos sopra as mãos com jeitinho, porque - lá está - as mãos estao ocupadas e (ainda ao fim de duas horas) molhadas. Pontos extra quando há dispensador de papel junto aos lavatórios (assumindo que ainda têm papel). Pontos negativos quando têm daquelas toalhinhas de pano que se puxam e dão a volta e que eu nunca sei como devo usar (puxo mais tecido ou já foi puxado?)

 

5 | Maria das Palavras

A possibilidade do cenário fatal. Não há papel higiénico. Só reparas quando vais precisar dele. Não tens ferramenta para sacudir. Não tens lencinhos. És obrigada a suicidar-te.

 

Facebook - Maria das Palavras

 

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27
Ago15

Como entrar na água em 6 passos: Maria Style

Maria das Palavras

A época balnear ainda não acabou e sei que os milhões de pessoas que me seguem (ok, as cinco pessoas que me seguem) estão ansiosos para saber a forma correta de se entrar num mar frio (até porque eu sou da zona centro e levo uma vida a praticar). Portanto, para quem não tem a sorte de se banhar nas praias das Caraíbas, aqui fica um guia muito próprio.

 

Pessoas na Praia - Maria das Palavras (PIxabay image)

 

Imaginem que chegam à praia cedinho, o Sol já se apresentou, os seus amigos querem ir à água e uma pessoa também alinha, mas tem alguma dificuldade em entrar de rajada. Siga estes 6 passos para entrar na água - Maria style: 

  1. A contemplação. Contemple o mar demoradamente enquanto questiona a sua capacidade de entrar na água gelada (leia-se: abaixo de 30º). Nesta fase é ocasional que as ondas tentem aproximar a água de nós e é essencial dar saltinhos ridículos para trás para não chegar a sentir a verdadeira temperatura da água, nem numa ponta do polegar. Leve todo o tempo que precisar. Tome atenção à sua envolvente, evitando crianças-chapinhadoras.
  2. O impacto. Molhe os pés e deixe-os de molho até que deixem de lhe doer os ossos (sabe o que é isto se se banha da Nazaré para cima). 
  3. A Habituação. Avance lentamente até a água fria alcançar a primeira zona de perigo situada entre a bacia e o umbigo. Lembre-se: o mundo será um lugar melhor assim que a sua cintura se ajustar à vida debaixo do mar. Nesta fase verá várias pessoas a chegar e mergulhar de rajada, salpicando-a instantâneamente. Não tema e aceite os salpicos como parte do processo de facilitação e entrada.
  4. O avanço. Dê passos pequenos enquanto se vai pondo em bicos de pés (adiando estupidamente o impacto da água em mais meio centímetro de pele) e suba os braços, dobrados pelos cotovelos acima do nível dos ombros e de mãos caídas, ao melhor estilo galinha-poedeira, avançado no mar. Não se esqueça de fazer cara feia. Quanto mais feia, mais o frio passa. Impropérios susurrados podem ajudar também. 
  5. O encosto final. Neste ponto já molhou as mãozinhas mas continua com os braços todos levantados em cima da linha da água e não desfez os bicos de pés. Respire fundo, tome balanço, limpe a sua mente e deixe que a zona difícil nº2 seja impactada pela água: a combinação ombro-sovaco. Mergulhe a cabeça de uma vez, se for necessário: pode ser que o cérebro congele e deixe de saber o que é o frio.
  6. A benção. Aguarde 2 minutos movendo-se freneticamente debaixo de água até se sentir confortável.

 

Ao concluir os seis passos o mundo tornar-se-á um sítio melhor e pode relaxar e divertir-se à vontade - fez por merecê-lo! É ainda importante manter a calma e resistir ao posterior gozo dos seus amigos, que entretanto foram almoçar, voltaram, jogaram Uno, bronzearam-se, mergulharam dez vezes, acabaram de ler a Anna Karenina e voltaram para casa. O importante é que conseguiu! Agora dê meia volta que já não são horas de estar na praia, vá. 

 

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27
Ago15

As saudades que eu tenho

Maria das Palavras

Dos tempos em que ir a casamentos, era mesmo só ir a casamentos. Os pais é que pagavam a visita e de resto era vestir qualquer coisa gira, comer muito camarão e dançar (desconto para aturar o tio maluco que todas as famílias têm).

 

fLASH mob

 

Hoje em dia ir a um casamento é tudo isso (mas pagamos nós a visita e com sorte temos de ir vestidas de damas de horror) e...organizar despedidas de solteiras (guardando também o orçamento para tal), ensaiar danças, cantorias, flash mobs, criar vídeos engraçados e um PPT de fotos de infância, não esquecer de fazer a cama dos noivos à espanhola, pendurar latinhas no carro... 

As saudades que eu tenho de quando ir a um casamento não dava trabalho.

[E depois vejo o brilhinho nos olhos dos nossos amigos-noivos e vale tudo a pena, mas ainda assim...sou uma preguiçosa. (In)felizmente, uma preguiçosa que não consegue ficar quieta e não pôr o bedelho ou organizar mesmo tudo.]

 

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26
Ago15

O sonho das gordas* (como eu)

Maria das Palavras

 [*Aqui "gordas" é epíteto carinhoso para "tu gostas é de emborcar porcarias", independentemente do número na balança.]

 

McWhopper Webiste

 

A Burguer King desafiou a McDonalds, em anúncios de página inteira publicados no The New York Times e no The Chicago Tribune, para que se unissem no dia mundial da paz e criassem um McWhopper. A ideia seria operar uma loja, localizada entre as sedes dos dois concorrentes multi-nacionais, com funcionários das duas marcas a vender uma edição única de hambúrguer bipolar. 

 

Além da mensagem de paz e união a marcar o dia 21 de Setembro por duas empresas mundiais gigantes que pretendem gerar buzz em volta de uma causa importante, os lucros da venda destes filhos ilegítimos dos hambúrgueres mais vendidos em cada cadeia (BigMac e BigWhopper) reverteriam a favor da organização Peace One Day.

Claro que além disto tudo é marketing (do bom), é negócio (continuam a ter de pagar ordenados). Mas é, sobretudo, o sonho molhado (com ketchup, atenção) de muito boa gente, a quem o pecado da gula assiste. 

A McDonalds ainda não respondeu. E eu gostava, enquanto vou a tempo, de usar o meu blog para mandar uma mensagem ao CEO para o ajudar a decidir:

 

Olá senhor das gorduras saturadas saborosas,

 

Antes de mais deixe-me dizer-lhe que adoro as suas batatas fritas e que dou por mim várias vezes ao dia a sonhar com McFlurry de M&M's com cobertura de caramelo.

Gostava muito que se unisse ao Burguer King (não sei se já provou o Big King, mas não é nada de se deitar fora, não desfazendo dos meninos dos seus olhos) nesta iniciativa pela paz mundial e pela papila gustativa local. 
E gostava que fizessem disto uma iniciativa espalhada pelo mundo todo, começando por exemplo (deixe-me pensar assim num país ao calhas) por Portugal. Não quero estar para aqui a ameaçá-lo - longe de mim - mas se não seguir esta minha sugestão, sou bem capaz de espalhar o boato de que a sua comida só faz mal e se aloja toda nas ancas (é boato porque sabemos bem que se aloja em todo o lado, mas as mulheres têm especial medo de ancas largas - não são nada como a minha tia que diz que é bom ter anca larga, que é sinal de se ser boa parideira).

 

Um bem-haja (e travão nos pickles se faz favor),
Maria das Palavras

P.S.: A receitinha do caramelo, arranja-se?

 

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