Boas entradas, pessoal!
Sou só eu que leio sempre nesta expressão o desejo de ver os outros ficarem carecas?...Entradas?...Não?...Ok.
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Sou só eu que leio sempre nesta expressão o desejo de ver os outros ficarem carecas?...Entradas?...Não?...Ok.
O Master-Sapo-Blogger diz que esta foi uma das rubricas mais acompanhadas do ano, o que prova que os Sapos também mentem. Mas algures no processo entre mentir e destacar esta rubrica como parte dos posts do ano de 2014, envaidece-me, e faz-me achar que merecemos uma retrospetiva.
Disse-vos 29 vezes em 2014, desde que o blog nasceu, que era a blogger menos in do pedaço. Porquê?
Não corro, nem para apanhar o autocarro. Não tenho filhos, nem cães. Não gosto de sushi. Como pão. Os meus sumos não levam couve - só as sopas. Não acompanho uma telenovela desde o tempo da Malhação/New Wave. Não uso Paez, nem Birkenstock. Não tenho um único par de sapatos que me tenha custado um valor de 3 dígitos (nem muito perto). Os meus pequenos-almoços não levam aveia, chia, goji, whey, polén, abacate, queijo quark ou sementes de papoila - só pão com manteiga. Não tenho dois nomes próprios. Só uso um (1) creme para a cara e outro (1) para o corpo - quando me lembro. Não escrevi uma linha sobre a pseudo-barriguinha da Jessica Athayde. Os meus batons custam menos que um jantar a dois no Honorato. Não jogo no Euromilhões desde 2007. Jamais faria um passatempo para oferecer inscrições em corridas - mas quem é que acha que exercício é uma prenda??!! Não tenho iCoisas. Não tenho botas (de pêga) até ao joelho. Até tenho uma espécie de botas UGG - mas chamo-lhes pantufas e uso-as em casa. Já não tenho pêlos nos sovacos por isso não os posso pintar...Nunca fiz uma lista de objetivos a cumprir no ano seguinte. Menos de 0.0002% da minha casa é constituída por IKEA. Ainda não botei pé em nenhum dos 3.576.453 mercadinhos de Natal que neste ano de 2014 se multiplicaram como coelhos. Não fiz nenhuma wishlist para este Natal (e se fizesse talvez lhe chamasse muito vulgarmente "lista de prendas"). Não estreio roupa no dia 25...desde que foi a minha mãe que deixou de me comprar a roupa. Não estreio cuecas novas na passagem de ano. Nunca usei vestidos com lantejoulas na passagem de ano.Não como 12 uvas podres passas à meia-noite.
[Há duas que já quebrei - passei a ser in em dois casos, é verdade. Doce a quem adivinhar quais foram.]
Não como 12 uvas podres passas à meia-noite.
Até vinha a calhar que passasse. Que eu acreditasse que do 31 para o dia a seguir, algures entre o champanhe e as passas (e eu que não gosto de nenhum!), há um filtro, um coador de café, mas grande - para a vida. O grão ficava preso em 2014 e só passava o que há de mais fino e suave - os sonhos e os sorrisos que não se apalpam mas se sentem.
O ano novo não traz nada de bom - pelo menos nada que nós não possamos trazer a cada dia do ano, sem ajuda do calendário e fogo de artifício à volta do mundo, ao bater de cada hora, em cada lugar.
As coisas boas, como as coisas más, não trazem data marcada e não sabem quando vestir lantejoulas para a festa.
Há dez anos atrás, quando o meu avô morreu de 31 para o dia a seguir, o ano não passou. E desde aí que os anos não passam na contagem decrescente de um minuto de Dezembro para outro em Janeiro. Passam nesse ou noutro dia qualquer quando a minha história muda para melhor. Conto que o ano passe algures em 2015, para mim e para os meus: que o calendário vire, dia circundado a vermelho vivo numa semana qualquer. Mesmo que não seja na noite em que o mundo todo o quer celebrar. Mesmo que seja em todos os dias menos neste.
Período em que os comerciantes podem oficialmente chamar bestas aos consumidores por comprarem tudo com margens de lucro avultadas durante o resto do ano.
Nunca usei vestidos com lantejoulas na passagem de ano.
Há dias em que parece que alguém pendurou uma etiqueta de SALDOS na vitrine do blog e tenho mais visitantes que a Zara do Colombo. Sejam bem-vindos, pois então. E como a minha mãe me ensinou a arte de bem-receber, faço-vos uma pequena visita guiada. É limpar os pés e entrar.
E há muito mais para ver, neste blog onde há ironia e presunção como prato do dia, com acompanhamento de tolice (sem tempero): se não têm nada melhor (mesmo, mesmo nada) para fazer recostem-se no sofá e sigam por aí afora.
Aqui os leitores não são apelidados de póneis nem "palavrétes" (que a ursa não sou eu), mas são também muy estimados. E não se esqueçam: ler sem comentar dá sete anos de azar (ou seria partir espelhos?). Os habitués da casa que vos digam...
Disclaimer ou antes que o digam os anónimos, digo-o eu: sou burra, inculta, desinformada, fútil, incoerente, feia, gorda ou magra (consoante queiram), egoísta, vou para o inferno e o-raio-que-me-parta. Não têm de concordar comigo, mas também reservo o direito de não vos abrir a minha porta de mogno (ok, é pvc). A casa é minha e por mais que se possam sentir à vontade, não vos deixo pôr os pés na mesinha do café da sala.
Já agora, se procuram a página de Facebook é esta. Gostem, se se sentem corajosos para me aturar em dois canais diferentes. Se não houver duas sem três tentem também o Instagram @mariadaspalavras onde há sobretudo fotos (uau, que surpreedente #not) e muitas não estão no blog. O Twitter @mariapalavras também é atualizado sempre que há novo post. Mas para receberem notificações de posts novos também podem subscrever o alerta diário ali na caixinha ao lado que diz (rufem os tambores) "Subscrever por email".
[Marcar presença num dos maiores portais portugueses não é para qualquer um: só para quem tem o blog alojado no Sapo Blogs. Obrigada blogo-masters.]
Se bem se lembram este ano compusemos cá em casa aquela que poderia ser a árvore de Natal mais feia do mundo, quando pedimos a cada familiar e amigo querido que nos desse um enfeite. Imaginei como resultado uma grande salganhada, mas uma salganhada ternurenta.
Houve quem nos desse as tradicionais bolas, enfeites muito fofos de pano, enfeites cheios de significado (coisas que nem nasceram para estar na árvore de Natal) e até retratos personalizados - uma graça que eu disse logo que remeteria para os ramos de trás. A árvore ficou cheia e surpreendentemente bonita - para meu espanto e de todos os que lhe põem a vista em cima. Coroada por uma estrela e pelo cachecol do meu cãozito que se foi em Novembro, a nossa árvore anã compete com as mais garbosas lá do bairro.
Eu sabia que nem toda a gente ia responder à chamada e faltam 2 ou 3 pessoas entregarem os enfeites pedidos. Tudo bem - o deadline era o Dia de Reis.
Claro que um dos enfeites mais bonitos que recebi - o primeiro que me entregaram - foi de uma querida amiga que me pede constantemente uma foto da árvore. Coincidentemente, o enfeite que me escorregou das mãos e se desfez em três (em três tempos e três bocados). E agora estava mesmo a querer colá-lo antes de tirar a bendita foto para lhe enviar, sem lhe despedeçar o coração em três bocados também!
Só eu...
Pára de chorar
E dizer que nunca mais vais ser feliz
Não há ninguém a conspirar
Para fazer destinos
Negros de raiz
Pára de chorar
Não ligues a quem diz
Que há nos astros o poder
De marcar alguém
Só por prazer
Por isso pára de chorar
Carrega no batom
Abusa do verniz
Põe os pontos nos Is
Nem Deus tem o dom
De escolher quem vai ser feliz
Letra de Carlos Tê
Não estreio cuecas novas na passagem de ano.
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