Talvez seja essa a analogia que precisamos fazer. Ser green está muito mais na moda que votar. Qualquer macaco Gervásio percebe o crime que é não reciclar uma embalagem de plástico, mas ninguém tem vergonha de dizer que não vai às urnas. Parece que estamos a gozar com os políticos e não a fazer mal ao ambiente, não é? Até porque os boletins de voto gastam papel.
Malta que deixou as palhinhas, mas não atingiu a importância da democracia (que continua a ser o pior sistema político, à exceção de todos os outros): quando não votamos, podemos estar a afastar do poder as pessoas e os partidos que defendem o futuro do mundo. Neste caso muito particular, estamos a falar de eleições de um assunto que nos parece distante (o eurodeputado em Bruxelas ou Estrasburgo nem apanha chuva ao mesmo tempo que nós). Estamos também a falar de um deputado com influência em matérias que não só afetam Portugal (o nosso quintal), como uma área geográfica maior e mais população. Com potencial para fazer ainda mais pelo nosso futuro e contra os sacos descartáveis e a fast fashion.
Portanto, se pensarmos bem, votar até está na moda. Com tanto ou mais poder como nós todos a saltar pelo menos uma refeição de carne por semana por causa dos horrores dessa indústria. Tão essencial como fecharmos a torneira enquanto lavamos os dentes, antes que a água potável acabe.
Perceberam agora? Pois, já é tarde. Mas em Outubro, mexam o rabo.
[Se isso não chegar, pensem que eles também decidem sobre quem vos pode ir ao bolso e algumas outras coisinhas a que chamamos direitos fundamentais.]
Este livro começou por me irritar bastante. No mau sentido mesmo. Não me consegui identificar com personagem nenhuma, muito em especial com a potencial protagonista que em tempo de guerra quer coser vestidinhos de noiva. No entanto, tinha lido reviews no Goodreads (este livro foi finalista do Prémio Goodreads para melhor romance histórico) e muita gente fala mal do livro por uma coisa que me parece idiota de criticar: A autora é americana e a história passa-se no UK. Ela usa expressões americanas nalgumas situações, o que irritou muito os ingleses. Como se uma escritora brasileira não pudesse usar palavras do seu português, ao escrever uma história a passar-se em Lisboa. Então, como eu sou do contra e queria chatear os britânicos (um país inteiro que já nem dorme com as cócegas que lhes fiz com isto...) continuei a leitura.
E valeu a pena ser teimosa. Começa a ser muito bom quando acontece "a" tragédia e nos deparamos com a importância das escolhas que fazemos todos os dias. Não podemos deixar de nos pôr nos sapatos da Emmy, em pleno Blitz, durante a Guerra e pensar: o que faria? Eu sei o que teria feito no lugar dela, mas...sei mesmo?
Depois a forma como a parte da história que ficou para trás nos é revelada - não posso ser mais clara, para não vos dar pistas - é surpreendente. E eu gosto da forma tanto como do conteúdo.
Posto isto: leiam este bocado do início e decidam se querem o resto. Começa com Kendra a recolher uma entrevista para fazer um trabalho. E é nessa entrevista que mergulhamos para chegar à história de duas irmãs a viver em tempo de Guerra. Prometo que o melhor vem depois.
Já me deparei com esta imagem algumas vezes no Instagram e esbardalho-me sempre a rir com vontade - embora, na verdade, devesse chorar. O mini limão da sorte.
Vejamos. Eu reviro os olhos à prática, mas entendo a determinado nível as pessoas que partilham as orações da Nossa Senhora em mensagens de Facebook. É como aquelas correntes que antes deixavam por carta no correio. A partir do momento que a pessoa lê a missiva tem de fazer sete cópias e distribuir ou algo de mau acontecerá. A Ti Firmina ignorou e ganhou hemorróidas. O Asdrúbal cumpriu e encontrou um maço de notas de 10 contos.
O fenómento "mal não fará" e "que as há, há" (as bruxas) toca muita gente. Portanto apesar desta alminha pragmática que vos fala não se enternecer com esse tipo de promessas de fortuna ou ameaças de azar iminente, consegue tracejar o raciocínio mental de quem cai nisso partilha essas mensagens.
Agora, até para aldrabice e unicórnios deve haver um limite qualquer. Pois partilhem, sim senhor, se vos deixa descansados, a imagem de um trevo, da pata do coelho, da Nossa Senhora da Agrela. Mas o mini-limão da sorte?! O MINI LIMÃO DA SORTE?!
É que quem as inventa já nem se dá ao trabalho de arranjar um ícone de prosperidade minimamente aceitável. Nível de esforço: zero. Podia ter sido um micro-pistacho da felicidade. A feijoada-de-ontem do sucesso. A tecla do comando da boa-aventurança.
Não paro de rir (chorar?) a imaginar a pessoa que inventou isto. Epá, limão é muito vulgar...Mas...e se for um mini-limão?! Raismepartam que sou um génio. E 4000 pessoas alinham para receber uma boa notícia. A boa notícia, se a querem, é que a ignorância tem o seu lado bom.