Não deixarás de assinalar o Dia dos Namorados de alguma forma, por mais pequena que seja (uma palavrinha? um beijinho repenicado?) e de preferência até tens uma pequena surpresa (uma prendinha? um jantarzinho especial feito - ou encomendado - com amor?). Isto por mais que nenhum de vocês ligue minimamente ao dia e por mais que tenham combinado que não ia fazer nada. Vão por mim. Mesmo que já sejam casados. Better safe than sorry.
Não interromperás quando a cara metade estiver concentrada na leitura de um livro intrigante. Estou a falar a sério - pode morder. Se não ele/a não gosta de ler não se aplica. Se tu não gostas de ler, não tentes perceber, obedece só.
Tu, mulher, não admitirás a ideia de que é o homem que deve pagar sempre, mas também não se te crisparão as células feministas que faça menção de pagar e que às vezes o faça sem dividir a conta (outras vezes podes fazer o mesmo). Tu, homem, não te deixarás levar pelo preconceito que o homem é que paga - mas vais oferecer-te para fazê-lo.
Não torcerás o pescoço para olhar para o belo espécime do sexo oposto que acabou de passar por vocês na rua. Mas também não fingirás que não viste ou que já não aprecias a beleza do sexo oposto - é bom sinal que aprecies, mas no fim do dia apenas a cara-metade te interesse.
Nunca meterás bedelho na sua correspondência física ou eletrónica sem autorização prévia. Abre-se exceção apenas em caso equivalente a este: ele/a desapareceu há mais de 48 horas para comprar tabaco, sem dar sinal de vida, não contactou ninguém da tua lista telefónica e deixou o telemóvel ou portátil ao pé de ti, desbloqueado, com um screensaver a dizer "Pista nº1".
Tu, mulher, não esperarás que ele perceba o segundo sentido das tuas palavras. Tu, homem, não esperarás que ela não veja múltiplos sentidos nas tuas palavras.
Não ignorarás qualquer mensagem da pessoa que gostas só porque na altura não estás com paciência para responder. Eis a única SMS que te pode fazer afastar do telemóvel em vez de pegares nele para escreveres a resposta de imediato: "Estou à tua porta só de gabardine".
Não o/a atormentarás por causa daquela peça de roupa que consideras horrível e ele/a adora usar. Primeiro exprimes o teu desagrado de forma moderada e sem usar expressões como "parece que vieste do circo" ou "quando usas isso juro que preferia andar de braço dado com um javali morto há duas semanas". Não resulta? Ouve isto: fica tudo mais fácil e na paz do senhor se fizeres assim: ofereces-lhe uma alternativa à tua escolha, suficientemente parecida com a peça horribilis para ele/a querer usar em vez da outra e, ao mesmo tempo, suficientemente distinta para que já não te sintas atrapalha/o ao lado dele/a a vestir aquilo.