Não sou a única tonta da família #14
Conto-vos como me contaram.
A sair de um parque de estacionamento altamente inclinado e com paragens, o meu pai vai a forçar a embraiagem que naturalmente começa a cheirar um pouco a fumo. Ia ele, a minha mãe e a minha irmã no meu velho carrito, que já puxa menos que uma carroça de bois. Assim que a minha mãe vê um pouco de fumo, o que faz?
Foge. Sai do carro a meio da rampa do parque de estacionamento e começa a fugir atirando à minha irmã um "não vens?" a sumir-se.
Ora o meu pai e irmã sabem que a situação não é assim tão grave, embora incómoda. Lá saem finalmente do parque e alcançam a minha mãe, que segue em frente (como os malucos), encostando o carro ao pé dela.
- Entra!
- Nem pensem! Isso ainda cheira a fumo!
Então ainda andou mais uns 500 metros a pé, o carro a seguir devagarinho atrás como o carro-vassoura numa peregrinação a Fátima, até se sentir segura para voltar a entrar e seguirem todos viagem.
Quando me contam isto, entre muitos risos, uns dias mas tarde, a minha irmã diz:
- Já viste? Bela mãe! Foge do carro e deixa a filha ali, dentro de um carro que ela acha que ia explodir.
E a minha mãe, a única a manter-se séria, a recordar o pânico que sentiu nessa situação:
- Eu disse-te para vires! Não tens perninhas?!
Vamos juntar a isto àquele episódio em que veio um cão gigante (ela tem pavor de cães com tamanho acima de um garrafão de 5lt) a correr na direção dela e da minha avó e ela põe a minha avó à frente.
E ao outro em que ela ia a passear o nosso cão pequenito e vem um gato gordo a querer atacá-lo (também tem pavor de gatos) e ela se fecha no campo de futebol e deixa o cão à mercê das garras do outro bicho.
De facto as mães têm um instinto protetor bem apurado. A minha sei que tem. Para ela própria!