Em português, chamam-lhe "Até que a Culpa nos Separe" mas mais uma vez apostei na versão inglesa para poupar uns cobres. Até aqui a única desvantagem desta dica de poupança é que eu bem recomendo os livros, mas menos gente o quer emprestado - o que pensando bem, dependendo de quem pede, até pode ser bom.
Pois que dizer? Quando comecei a ler Liane Moriarty nunca mais parei e este foi o "não há dois sem três" a seguir ao Big Little Lies e O segredo do meu marido. Dos três foi o que me custou mais a entrar na leitura. Pensando bem, agora que acabei, ainda não consigo justificar o início.
Gostei, porque gosto da escrita da autora, há sempre mistérios que ela nos vai permitindo descobrir sozinhos, outros que espera para nos revelar, e traduz as várias fragilidades humanas sem medos. O tema - aí sem mistérios, logo a partir do título - é desta feita: a culpa. Um sentimento tão bem impregnado na nossa cultura ocidental que qualquer um se identificará, mesmo que queira dizer às personagens: esquece isso, m'lher, não podes carregar o mundo às costas.
Gostei, mas gostei menos do que dos outros. Li-o bem, mas estou preparada para ler algo diferente agora.
Ora, depois da primeira experiência com a autora me ter feito regressar em força aos livros (já não lia um tão rapidamente há meses), não fui capaz de resistir por muito tempo a outro dos livros dela. Desta feita, precisamente aquele que deu origem à tal série que muita gente elogia e que um dia hei-de ver. A série que conta com aqueles pares de olhinhos famosos ali a espreitar na capa. Comprei em inglês porque enfim, mai'barato né povo?
Estava quase a acabar os Capitães de Areia de Jorge Amado quando as minhas férias começaram. Decidi deixar por um pouco os rapazes da Baía para levar este. Foi a companhia perfeita para as férias. Não deixa de ser uma estória leve com uma escrita arejada, perfeita para ler ao Sol. Mas é mais tenso e aborda temas mais graves do que O Segredo do Meu Marido. Tem uma componente muito bem humorada com as mommy wars, pelo que acredito que alguém com filhos na escolinha que reconheça alguma destas situações na vida real, ainda se vai divertir mais do que eu.
Tem os cantos da capa arruinados, páginas vincadas da dobra que lhes fiz e areia ao folhear, como um verdadeiro livro de férias. E foi uma deliciosa parte das minhas.
Se acham que estou a tentar enganar-vos com uma Pequena Grande Mentira ao dizer que gostei, provo que não com o Instagram Stories que acabei de publicar (corram que só lá está 24 horas...tic, tac, tic, tac). E podem sempre ler o primeiro capítulo aqui, onde diz Recursos > Ler.
Definitivamente, o que me estava a faltar era procurar simplicidade nos livros. Este, devorei-o sem querer. Fiquei muito curiosa ao ouvir uma vlogger norte-americana a falar dele e por ser da mesma autora do livro que deu origem a uma série que quero ver (Big Little Lies).
São histórias de famílias que podiam ser as nossas, com segredos que podiam ser os nossos (felizmente não são). Focado na perspetiva das mulheres, tanto nas suas fragilidades como nas suas forças, só podia de facto ter sido escrito por uma.
E gostei, como quem gosta de um passeio à beira-mar sem vento, porque é agradável, não custa nada a passar. E depois tem aquele epílogo maravilhoso, que não posso explicar sob pena de...enfim, explicá-lo. Leiam, se vos apetecer. Podem começar por esta amostra e descobrir se apetece ou não.