As pessoas são diferentes.
- A mim relaxa-me lavar louça suja.
- A mim também me relaxa se lavares tu a louça suja.
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- A mim relaxa-me lavar louça suja.
- A mim também me relaxa se lavares tu a louça suja.
Na vida, há quem passe e há quem fique. Tem pouco a ver com tempo ou geografia. Tem pouco a ver com ADN partilhado. Tem tudo a ver com identificação. Momentos criados, alegrias comuns, dores divididas, gargalhadas em crescendo, objetivo paralelos (mesmo que não se cruzem), feitios que combinam (mesmo que não se pareçam).
São as pessoas com que conversamos tão bem que nem faz mal que se façam longos silêncios. Pessoas onde temos sempre o nosso lugar bem marcado, como na almofada meio afundada do sofá de casa que nos conhece a forma. Pessoas parece-que-estivemos-juntas-ontem, mesmo que tenham passado meses sem trocar uma palavra.
Pessoas nossas, de pertença mútua, sem contrato, mas inquestionável. Laço que não desata, vidro que não quebra, papel que não rasga, pessoas que não se separam. Parece tudo impossível e, no entanto, tantos anos depois, cá estamos nós.
Um fenómeno que começo a verificar nesta idade em que me encontro (comecei a contagem decrescente para os trinta) são os casais de casais. Pares de pombinhos que arrulham em conjunto e não vivem uns sem os outros. Que vêem naquelas duas outras pessoas "o casal da sua vida".
Como reconhecê-los?
Como escolher o casal adequado para si?
As consequências a longo prazo deste fenómeno ainda não são completamente conhecidas na sociedade, mas há estudos pouco científicos que apontam para a perda de identidade do casal ou a escassez de selfies a dois (que passam sempre a albergar os quatro membros numa frame).
Se fazem parte de um casal de casais e não sabem como travar a vossa dependência não deixem de enviar email para a linha de apoio naoqueroestarsocomomeunamorado@casaldecasal.com.
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