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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

01
Mai19

Descobertas do Mês | Abril 2019

Maria das Palavras

Vamos ao balanço menos aguardado do mês! Nas última semanas li livros que gostei, mas não me deixaram sem fôlego, vi filmes que apreciei sem achar que devia recomendar e fiquei-me por séries conhecidas, como Friends que é um favorito se sempre, ou Game of Thrones, onde atualmente há mais personagens a ressuscitar que a morrer, para que possa constar como um favorito assinalável. Isso não significa que não tenha feito algumas descobertas dignas de nota que vos quero apresentar. Cá vão elas. 

 

 

A música: This Feeling, Alabama Shakes

Digo sempre sem problemas que não gosto de música novas. As que conheço chegam-me. Depois, muito de vez em quando, ouço uma que espevita o tímpano. Foi o caso desta, que me chamou a atenção durante um episódio de Big Little Lies. Não parei de a ouvir durante as semanas que se seguiram. Para além dela, recomendo outras músicas dos Alabama Shakes e outras músicas da banda sonora da série (September Song ou Cold Little Heart, que o Moço me diz que passa na rádio, mas sem a introdução). Digam-me lá se esta não fica no ouvido (por motivos diferentes do Baby Shark). 

 

 

 

 

A ideia: Nunca te vais arrepender de não ter trabalhado mais horas.

Comecei a ouvir o livro "O Monge que vendeu o seu Ferrari" de Robin Sharma. Não foi para já tão transformador ou marcante como é suposto, excepto por esta ideia. Posso estar a relatar mal mas é qualquer coisa como o pai de uma das personagens lhe dizer a determinado momento que no leito de morte uma pessoa nunca se arrepende de não ter trabalhado mais. Arrepende-se talvez de não ter vivido mais. Isto num contexto próprio em que falamos de um advogado que devota a vida a ganhar casos e ganhar mais e mais dinheiro por uma vida da qual nunca desfruta. Não quero com isto incentivar à preguiça. Acho que as pessoas devem trabalhar no que gostam e fazê-lo com muito empenho. Mas devem também lembrar-se sempre que as horas extra, os sacrifícios pessoais, os dias de férias por tirar que se acumulam...são algo que nunca vamos recuperar. Quando podíamos estar a criar memórias do tipo das que nos podemos arrepender de não viver. 

 

 

O passeio: Parque do Buçaquinho

Fica em Ovar. Assim que estacionámos e senti o aroma a eucaliptos ganhei o dia. É um parque com árvores, lagos e caminhos de estrado, ótimo para passeios, piqueniques, um sumo na esplanada, uma manta e um livro,  levar as crianças a baloiçar (até tem um mini-slide!). Fez-me ver como ainda tenho tanto para descobrir aqui à volta de Espinho. 

 

O Parque Ambiental do Buçaquinho inaugurado a 25 abril 2013 ocupa uma área de 24 ha de floresta protegida, de grande valor ambiental e com uma biodiversidade rica ao nível da fauna e da flora. Contempla um pinhal, seis lagoas, uma cafetaria, parque infantil, jardim de plantas aromáticas, torre e posto de observação da avifauna, espaço multimédia e Centro de Educação Ambiental. O Parque resulta da revitalização da antiga Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) Esmoriz/Cortegaça. in CM-Ovar.pt

 

 

Maria das Palavras no Parque do Buçaquinho

 

 

O gelado: Magnum White Chocolate & Cookies

Encontrei o Magnum da minha vida. É difícil deixar para trás uma vida recheada de Magnum Amêndoas, Caramel & Nuts ou o simples Branco. Mas uma vez trincado este menino, temo que durante uns tempos esses fiquem esquecidos. Entretanto ainda não provei gelado Kinder Bueno da carta da Olá, que também promete. Temo que possa haver um novo gelado na lista de Maio...

 

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19
Nov18

Fui ao Brasil, adoeci e descobri a cura.

Maria das Palavras

2018 | Maria das Palavras - Pontal de Maracaípe

 

Para quem não sabia que fui ao Brasil: é bem feito, acompanhassem o Instagram! Muito haveria a dizer sobre a belíssima jornada que fiz nesse belíssimo país com bons amigos, mas o facto importante é que vim de lá doente.

 

A DOENÇA

Eu explico. As rádios do nordeste brasileiro só passam 1) religião, 2) debates favoráveis a Bolsonaro  e...3) música brasileira. Em particular, música sertaneja. A pessoa começa por reclamar, depois desdenha e quando dá por si está a cantar o "sofázinho de dois lugares" com alma (não  pesquisem). Felizmente é uma doença cuja consequência máxima são abanicos de corpo e microfones invisíveis nas mãos. Chega até  a ser agradável embora ainda se tenha algum pudor em contar à família: "olá, eu sou a Maria e consumo Luan Santana".

 

Conclusão: viemos todos de lá com a impressão que íamos Ludmillar o Natal, pois os batuques e letras sui generis não nos abandonavam a mente e o White Christmas estava claramente a perder, debaixo do sol e do ritmo brasileiro. 


A CURA

Ontem, como combinado mesmo antes da viagem, eu e o Moço fomos ver o Bohemian Rhapsody. E esse filme magnífico do qual não é suposto gostarmos curou-me complemente. Afinal, ninguém pode passar duas horas a ouvir Queen e ainda ceder a Wesley Safadão. 


 

PS.: Poupem-me o hate por dizer que a música sertaneja é doença.  É brincadeira de quem se deixou viciar. Dizem que o amor também é e ninguém se chateou com o Espadinha por isso. Além disso, já fiz uma playlist no Spotify...do Moço.

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15
Mar18

Gosto de ti, mas...

Maria das Palavras

Eis uma grande prova de amor para o Moço que hoje faz anos: ofereci-lhe um par de bilhetes para irmos a um festival (uma forma de ouvir música que experimentei uma vez e jurei para nunca mais porque enfim...nada ali me assenta) porque terá uma banda que ele quer muito ver ao vivo. 

 

*Mas comprei bilhetes para a área VIP para tornar a experiência mais tolerável para mim.

 

 

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10
Mar18

Os filhos das outras são...

Maria das Palavras

Quando me vêem lidar com crianças de forma embevecida (coisa que sempre fiz, levo algum jeito para a canalhada) e alguém sugere que por isso devia arranjar JÁ uma para mim, lembro-me sempre da música do Miguel Araújo: Os Maridos das Outras. 

 

Brincar com os filhos das outras também é o arquétipo da perfeição. Depois posso ir para casa satisfeita e dormir enquanto elas lidam com os problemas do ser não-tão-dócil em 24 horas completas. 

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PS.: Fatia, abençoada sejas.  A culpa desta lembrança involuntária até deve ser tua! 

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25
Mai17

Palavras do Salvador* aplicadas às relações.

Maria das Palavras

Amor não é fogo de artifício. Amor é sentimento.

 

Fogo de artifício: Mil selfies de beijinhos no Instagram. Casamentos caros com estátuas de gelo. Declarações públicas mensais no mural do Facebook. "Desliga tu. Não desliga tu". Nunca discutimos. 

 

Sentimento: Torradas de manhã. "És linda" a meio de uma constipação. Uma mão a procurar a outra, pela calada.  "Já te disse que pares de roer as unhas ou corto-te os dedos!". 

 

*O que canta, não o que criou a Terra e assim.

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16
Mai17

Na música, como no amor.

Maria das Palavras

Deste Sábado ficam-me dois eventos na memória e nenhum mete terços ou bolas. O primeiro tem carroceis, farturas, gelados de máquina, a minha família e o meu sobrinho pela primeira vez num cavalo roxo, na feira de Maio. O segundo começou de manhã comigo a cantarolar ao ouvido do Moço, para o acordar, a música que levaria mais longe o nome de Portugal à noite. Têm os dois a mesma importância para mim. São memórias igualmente felizes e inesquecíveis. 


E as palavras que ecoam são "tia, outra vez?" e "a música não é fogo de artifício, é sentimento".

Engraçado como se parecem. Dizem a mesma coisa. Falam de amor. As coisas mais bonitas da vida não são as mais caras ou que mais cativam a vista. As coisas mais bonitas da vida, tantas vezes, são as que sussurram em vez de gritar. 

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04
Abr17

Sim. Posso passar semanas sem ouvir música.

Maria das Palavras

É libertador confessá-lo, porque sinto que é uma coisa muito mal vista na sociedade. Mas ao ver um mundo cada vez mais ciente da igualdade de direitos quanto ao género, a raça, a preferência sexual e outras que tais (clubística ainda não) sinto que devo poder dizê-lo sem ser vista como leprosa auditiva.

 

Não me entendam mal, sou grande apreciadora de jazz & blues e sinto que há momentos na vida onde quase todos os géneros musicais são adequados. E sim, há músicas que me tocam (especialmente de gente morta) e me despertam recordações e me causam um "ah". Mas no dia-a-dia não sinto falta dela, como muita gente. Não a uso de fundo para trabalhar, nem de companhia quando estou sozinha. Nas viagens prefiro um livro e não preciso de auriculares nos ouvidos para esquecer o resto do mundo (isso e tenho pavor de falarem para mim ou acontecer qualquer coisa e eu estar sem a audição ativa). Não conheço o que anda a ser ouvido e nunca ouço rádio. Aliás, o carro é mesmo o único sítio onde gosto de ouvir música (porque não posso mesmo fazer mais nada), mas quero ouvir a mesma de sempre e cantá-la se o ouvido alheio não for muito sensível. Não sei nada do que está na berra, nem de bandas, nem de nada. Se fosse ao Quem quer ser milionários perdia a dizer que DAMA era um tipo de alfinete (sim, sim, sei que é "de ama"). E sempre que o Moço me pergunta "sabes que banda é esta?" respondo Beatles. É raro mas acerto, como os relógios parados que ainda assim estão certos duas vezes por dia.

 

Gosto de música mas não me alimento dela. Espero que possam continuar a tolerar-me depois de saberem desta terrível verdade. Deixo para outro dia a revelação: não tenho aquela cena de querer ver o mar

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