Lembro-me de ser pequena e, sem conseguir controlar a indisposição, ter vomitado no chão do quarto. E a minha mãe teve de limpar, claro. Consigo tão bem valorizar o esforço dela. Acho que se me acontecer um filho fazer o mesmo, serei incapaz de limpar. Terei de mudar de casa.
O filho (já adolescente) de uma amiga minha esteve doente uma semana: uma gripe salpicada com infeção na garganta, um antibiótico que lhe deu a volta à tripa, não aguentava nada no estômago. A minha amiga é que perdeu 5 quilos durante essa semana.
A inseminação artificial é muito cara e um processo frio de conceção - desprovido de amor no ato de conceber, entenda-se assim. Daí que, segundo esta notícia do nosso caro CM duas meninas se lembraram de inventar um vibrador que pode ser pai. E isto não é mentira (podem ver que a notícia no CM já foi publicada há uns dias).
Tudo muito bonito: o Semenette (quem cruza sémen com uma baionete do Big Show SIC) dá para engravidar sem te deslocares ao médico e no meio de um ato de louca paixão.
Só que estou a ver aqui uma falha no processo. E confesso que fui ver o próprio site da maquineta e procurei outras notícias para ver se me satisfaziam a curiosidade, mas não achei resposta. Tinha esperança que me pudessem ajudar. Diz, a determinada altura, a notícia do CM:
Segundo o site do produto, as clientes procuram o sémen, inserem-no no brinquedo e dão início à fertilização.
E onde é que elas vão buscar p sémen??!!! Procuram onde? Num banco de jardim? Na secção dos frescos do hipermercado? Na farmácia junto aos batons do cieiro?
É que, desculpem-me lá a ignorância, mas a mim parece-me que mais depressa o homem se voluntaria para depositar o esperma diretamente na senhora (e pode na mesma ser durante o ato de amor das duas mães, aposto que não se importa) do que ser abordado para encher o depósito ao Semenette.
[Já de seguida, os níveis mais moderados de badalhoquice do blog serão restaurados, com um post sobre traças. Ou não.]
[E acalmem-se as hostes porque não está para breve. Mas às vezes apetece-me tirar notas.] Quando for mãe, sei que provavemente não terei esta virtude que tem a mãe do Miguel e da Maria. A da paciência infinita que a faz não cair no facilitismo de responder à filha que lhe pergunta quando volta a ser Natal com um "uiii, anda falta muito", "até lá não te doa a barriga" ou "não penses nisso que chegamos lá num instante outra vez". Mas gostava.
"(...)no regresso ela perguntou-me quando era natal outra vez: eu expliquei-lhe todas as coisas que iamos fazer antes de ser natal outra vez. que ela ia fazer 4 anos. o miguel 3. que iamos brincar na praia e comer bolas de berlim. que a prima ia começar a andar e a falar. que iamos ver muitos filmes de princesas e piratas. brincar no parque e fazer amigos novos. que ela ia aprender muitas coisas. que o miguel ia ficar mais alto e conseguir acender a luz sozinho. e ela ia aprender a andar de bicicleta ainda mais depressa. lá fora estava escuro e frio: dentro no carro que nos embalava conseguíamos todos ver a lua: parecia um sorriso. e depois de pensar em todas as coisas que eu lhe disse ela respondeu:"então eu espero".
Se pertencemos todos a uma sociedade do século XXI, plena de informação e direitos e o diabo a quatro, mulheres e homens em igualdade (ou quase), livre arbítrio, oportunidade de nos expressarmos, direito à escolha, blá blá blá...
Porque é que na realidade, só por estarmos emparelhadas, continuamos sempre a ser pressionadas a ter o instinto maternal todo ligado, cheio de sinais luminosos, e a expressar o desejo de casar feitas princesas como um desejo de pequenas (só que não admitem, as estúpidas)?
Tanto que toda a gente acha que só no dia que nos vir de branco somos felizes: se vamos a um casamento somos os próximos, se não vamos também estará para breve, quando é que vai ser? Se o irmão, a amiga, a prima, a vizinha , a apresentadora do programa da tarde na SIC teve um bebé porque é que não nos toca o relógio biológico? Toca de certeza, se estás enternecida com a criança...olha esse sorriso, já estás convencida que queres ser agora mãe? É que eu vi-te a sorrir para uma criança e a criança por si só nem consegue ser enternecedora se não estivesses cheínha de vontade para não dormir 8 horas seguidas por noite, nesta fase da vida em que está tudo de pernas para o ar. Não, não é o que mais desejas? Não?! De certeza?! E agora, já mudaste de ideias?...E agora?...
Quem quer, quer. Quem não quer, não quer. Quem não quer ainda, talvez queira depois.
Não sou mãe, mas conto ser um dia (destes) e sempre tive um medo irracional relacionado com estes tipos de amor. Falei disso aqui, do Amor Menos Válido, e obtive quase sempre respostas na mesma perspetiva que a minha: de pessoas que acham ou esperam que o amor de mulher por um homem (ou outra mulher, claro) possa ser igual em intensidade - ou pelo menos não ser ofuscado pelo amor a um filho.
E tanto concordaram comigo, que fui procurar outra perspetiva. De mães. Moms-to-be, mães recentes, mães com um ou mais filhos...Fui ao Fórum De Mãe para Mãe, procurar alguém que me acalmasse a dúvida e confesso que esperava que me dessem nas orelhas por ser tão ingénua.
Mas...ou tive sorte e só as mais amorosas comentaram o tópico que abri, ou são todas fantásticas. Foram tão prontas a partilhar a sua experiência (no fundo, o que eu procurava) que me sinto egoísta se não isto partilhar convosco. Concluí facilmente duas coisas. A primeira é que a maior percentagem destas mamãs assume que o amor pelos filhos é de tal forma diferente e prioritário, que é incomparável. Por outro lado, há várias perspetivas diferentes. O que me leva a crer que sim, a minha pergunta era ingénua. Porque o Amor de Mãe e o Amor de Mulher são tão diferentes quanto o Amor de cada mãe por cada filho e o amor de cada mulher pelo seu companheiro. Nem o amor de todas as mães pelos seus filhos ou de todas as mulheres pelos seus maridos é igual, como é que eu posso tantar comparar um ao outro?
Podem ler o tópico completo aqui. Estas são as passagens que decidi destacar e que refletem como somos todas tão únicas, bem como as nossas relações:
Mesmo antes de conhecer a minha filha já a amo incondicionalmente, e sei que daria a minha vida por ela. enquanto que você não pode amar outra pessoa sem a conhecer, para amar um homem ou mulher tem de conhecer.
Amo muito o meu marido, mas sem duvida o amor que sinto pelos meus filhos é muito superior.
Eu sei que de certa forma Amo mais profundamente os meus filhos que o meu marido, mas nunca se m coloca isso, nem penso em tal porque um nasceu do outro e para mim são inseparáveis.
Não consigo dizer que amo mais a um do que o outro. Não imagino a minha vida sem o meu marido, mas também não a imagino sem a minha filha! Ao casar-me com o meu marido uni-me a ele de uma forma inexplicável em termos físicos.
nunca nos podemos esquecer que os nossos filhos sao nossos, mas um dia vao fazer a vida deles (continuam a ser nossos filhos, mas vao ter outra vida) e nós vamos continuar a viver com nossos maridos. muitas maes durante 20 anos deixam seus maridos de lado e depois quando tem k viver novamente so com o marido, nao conseguem. eu nao quero k isso me aconteça.
Eu falo por mim, gosto mais do meu filho que de mim própria! O amor que se tem por um marido não é de todo incondicional nem tão pouco se pode comparar uma coisa com outra.
O meu amor por ela é incondicional, mas não significa que não ame tanto o meu marido como a ela. Sei lá, acho que nem consigo medir um e outro, não consigo sequer comparar o que sinto por eles.
Nota: O tópico é público e não necessita de login para consulta, por isso achei que não seria problemático publicar aqui algumas das opiniões. Mas qualquer das mamãs que prefira que eu o faça, basta ue me deixe um comentário.
Nota 2: Mantive a grafia e pontuação dos comentários.