O Moço apereceu-me em casa com a embalagem de Línguas de Veado azul que dizia "Receita Tradicional" Eu disse logo que não me pareciam muito boas, estavam pálidas e era demasiado crocantes para serem as originais.
Pobrezinhos e desgraçadinhos? São tão boas pessoas (invariavelmente).
Gostamos do que é mais fraco ou mais baixo ou mais curto ou mais triste, porque não nos oferece inveja, não nos ameaça, faz-nos bem ao ego que existam. Torceremos sempre por eles. Até que nos ultrapassem, claro. Depois passam a ser vis.
Desde ontem tenho um exército de alemães a chegar ao blog com a pesquisa "sara sampaio oben ohne" (adivinharam: oben ohne é topless). Tudo porque falei dela num post de há mil anos atrás (que agora até me envergonho de ter escrito, mas na altura o blog era mais anónimo do que agora). Esse post até tinha uma foto da Sara em topless (numa sessão fotográfica autorizada, não apanhada por um papparazo) que depois acabei por tirar. Mas o Google Images na alemanha põe essa foto no topo da lista e redireciona para o meu blog, para a tag "mamas". Uma desilusão, porque os alemães clicam sedentos, para verem a foto maior, mas ao clicarem só encontram texto. Diria que a 2º Grande Guerra está finalmente vingada.
Há um programa na Sic Mulher em que as pessoas ligam a um tipo com nome de salada e ele resolve todos os problemas dos seus cães. E eu não posso contratar humano nenhum que resolva os meus.
Os taxistas têm os seus pontos de razão: a Uber opera com benefícios fazendo uso de um vazio legal, mas...eles fazem todas as coisas erradas para lidar com isso, em vez de aproveitarem para mostrarem que podem ser melhores (nem que seja a nível da educação australopiteca - salvo honrosas exceções, que profissionais bons e maus há-os em todas as áreas). Mas este post nem é bem sobre isso. Sei que a altura de falar sobre a polémica já passou. É mais porque o Moço contava a um colega, pró-taxista, que temos sempre apanhado taxistas que ou falam mal para nós ou nem falam para dizer boa noite e ele respondeu que talvez fosse ele, o Moço, que falava mal para eles.
Isto é de merecer uma gargalhada sentida. Para já, quem conhece minimamente o Moço sabe que ele só é bruto se lhe calcarem bastante os dedos mindinhos. Então assumir que ele entra no táxi e debita logo brutalidade ao ponto de mudar o mood outrora harmonioso do motorista é de loucos. Se calhar, o colega do Moço, acha que "falar mal" é pedir ao taxista para ir até uma localização que não apeteça ao senhor (ou pedir fatura). Portanto - e notem que isto não é contra os taxistas, mas apenas uma resposta ao comentário do colega do Moço - eis a sugestão do que o Moço deveria fazer ao entrar no Taxi, para não estar a "falar mal" ou melhorar o nível de educação e simpatia com que normalmente o meu rapaz já fala para os senhores taxistas que nos transportam. Partilho, porque talvez também andem a ser uns animais e pode ser-vos útil o guia de conversação.
"Muito boa tarde! Peço permissão para falar.
[permissão dada]
Estou aqui no aeroporto, lamento desde já por lhe ter entrado no táxi, sendo português, e ainda por cima sem bagagem. Gostaria de o compensar colocando o meu molho de chaves na bagageira, para que possa cobrar-me a taxa de bagagem.
[sai do táxi e vai colocar as chaves na bagageira]
Vou ali para Telheiras, mas sinta-se à vontade para ir via Barreiro, para ser mais aceitável para si o exercício de locomoção. Ah! Trouxe-lhe uma pequena lembrança de Paris, onde estive.
[passa-lhe um CD]
Aqui está um álbum best of do Art Sullivan. Caso goste, sinta-se à vontade para o pôr a tocar, em qualquer volume, durante o percurso. Mas não quero que se sinta limitado, oiça o que bem entender, ou vá a falar ao telemóvel - até lhe empresto o meu, se quiser, que tenho daqueles tarifários que não se paga mais.
[motorista prepara-se para arrancar]
Espere, espere.
[Moço tira um maço do bolso]
Tome aqui um cigarrinho para ir relaxado. Obrigada pela honra que me dá em ser seu passageiro e prometo a partir de agora falar apenas se quiser comentar a última jornada."
Pronto, o homem chateou-se e agiu mal. Certo. Mas chamar-lhe "crime" acho abuso. "Crime" era ele matar a mulher e ainda deixar as despesas do funeral pendentes. Agora tratar logo de tudo, fazer o enterro, e poupar a dinheirama que se ia gastar com a Servilusa? Está ali na fronteira do serviço público, digo eu.
...o dono do restaurante aparecer propositadamente no fim da refeição para pedir desculpas ao grupo por terem acabado as bochecas de porco do menu e perguntar mil vezes se de resto correu tudo bem. Que sim, que sim, correu tudo lindamente. Ele ficar então muito satisfeito e começar a servir cafés. O primeiro diretamente para o colo de um dos nossos amigos. Até ele aparecer tinha corrido tudo bem.
Se não tens namorada/o, devias ter. Se tens, porque não casas? Se te casas (ou tens casa) arranja um filho. Já agora, é bom que a casa tenha cortinas. Se já tens o primeiro filho, tens de fazer outro. E se, por azar, forem dois meninos, tens de ir à menina (o contrário também se aplica).
Porquê? Há uma razão perfeitamente válida, lógica, científica, infalível, aprovada por Deus, pelas avós e pelas vizinhas do rés do chão. E está logo no título...