Quanto se pode sentir a falta de uma cidade?
Moço: De certeza que não queres ir ao cinema?
Maria: Não, leva-me antes a ver o trânsito na Calçada de Carriche
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Moço: De certeza que não queres ir ao cinema?
Maria: Não, leva-me antes a ver o trânsito na Calçada de Carriche
Aos 18 anos emancipei-me (uma expressão totalmente enganadora, porque continuei a ser dependente dos meus pais, mas à distância). Desde essa altura fiz dezenas de viagens - durante muitos anos, semanalmente. Aos poucos, Lisboa passou a ser casa. Não era o sítio para onde eu ia, era o sítio para onde regressava. Ia passar o fim-de-semana a Leiria, que passou a ser a terrinha.
Agora, mais uma vez, viajo a cada sexta que chega. Ao Domingo regresso. E é-me absolutamente estranho que o regresso não seja para Lisboa. Esse, é "só" o sítio onde vou passar o fim-de-semana.
Sentimento à chegada:
Vai ser uma vergonha, porque é que me meti nisto? Com a mania de experimentar coisas diferentes e agora vamos falhar tudo, vai ser uma miséria. Em vez de sair da sala em uma hora vamos ficar bloqueados no primeiro cadeado e em vez de me sentir a Lara Croft, vou-me sentir a Lara Flop. Vou perguntar ao senhor se tem cláusula de confidencialidade, para garantir que não vai publicar no Facebook sobre aquele grupo que parecia uma formiguinha desorientada que se perdeu do carreiro e precisou de uma equipa de salvamento para sair de uma salita.
Sentimento durante o jogo:
(...) Nada. Uma pessoa começa a jogar, a ver pistas, a descobrir chaves e a mente não dá para mais nada, não pensa no tempo, não pensa se consegue: joga! Nunca se bloqueia por estamos a ser vistos e ouvidos pelo Game Master que assiste com algumas pistas via walkie-talkie dando ainda mais um ar de missão à coisa. É tão bom. Que se lixe a vergonha, estou-me a divertir.
Sentimento à saída:
SAÍMOS!! SOMOS OS MAIORES! SOMOS OS MAIORES! SOMOS OS MAIORES!
Fizemos um bom tempo!? A sério?! Podemos fazer já a outra sala de desafio?! Não? Então vamos subir o Marquês! Iuhuuuu!
Esta foi uma das experiências mais supreendentes que fiz com a Odisseias. Podem encontrá-la aqui - aconselho vivamente. Juntem uns quantos amigos e arrisquem. Passem um bocado diferente. Se não adorarem podem vir cá chamar-me nomes (e aposto que isso não vai acontecer). Eu gostei tanto que entretanto até já fui fazer mais um Escape Game. E hei-de voltar a esta Mistery Escape Game Lisbon para fazer o segundo mistério - fizemos o do Vinho do Porto (com direito a cálice no fim) e ainda ficou por fazer o dos Descobrimentos, que é de nível avançado.
As salas têm horário alargado (última entrada às 23h) e portanto essa desculpa não há. Também há em várias cidades (oferta ativa no Porto aqui e em Torres Vedras aqui) e existem várias outras salas de Escape em Lisboa (diz o Manel que se dão todos bem). E não deve estar a mentir que o Manel é fixe. Numa parte do jogo queixei-me da balança pré-histórica que fazia parte do cenário e desabafei que devíamos ter uma balança da Bimby. Ao que a voz do além (o Manel, através do walkie-talkie) responde: "muito caro".
Vou Fazer que Nem Ouvi falar.
[Estou junto ao Tejo, neste dia muito especial que foi o Domingo passado. Estou pelos olhos do Moço, que na verdade são os que me vêm pior. Tem aquele tipo bera de cataratas que me atribuem todas as qualidades do mundo. Aos olhos dele sou linda, inteligente, generosa. E se é verdade que a espaços consigo ser alguma das três coisas, na maior parte do tempo não sou nenhuma delas. É do tipo de cataratas. Creio que lhe chamam amor. Se identificarem o pézinho do pequeno que agarro no muro, ficam a saber porque foi um Domingo tão especial. Também tem tudo a ver com amor.]
Disse que vos ia deixar ver primeiro O Principezinho (atenção que o passatempo termina amanhã!) e seriam vocês a dar-me a opinião depois de verem. Mas acabei por conseguir ir ao teatro no passado Sábado, aproveitando que tinha cá a minha irmã que ainda não tinha levado a conhecer o trabalho da Byfurcação. E lá fomos a'O Principezinho (no Príncipe Real, curiosamente). Podem dar vocês a opinião na mesma, claro. Só que eu dou já uma achega. Achei a peça mais serena e séria que as outras que vi (as crianças ficaram hipnotizadas até ao fim na mesma, mesmo sem tantas canções e luzes e com menos atores) e mais fiel ao livro. Aviso já que vão adorar o bêbado e a serpente e que também não serão imunes à canção final e sairão de lão a trautear bla-blus. No fim, a minha irmã disse exatamente o mesmo que eu disse quando, há meses atrás, fui ver a Cinderela: estes atores devem divertir-se imenso.
Cá fora, na entrada do MNHCN havia um mercadinho com artesanato e gulodices, um tocador de contrabaixo e muita gente ao sol (não só para ver a peça, aguardando indicação na escadaria principal). Fiquei com vontade de conhecer melhor o museu e os seus jardins também. Mas não comi nenhum crepe no mercadinho. Digamos que já tinha passado antes a um sítio para comer um gelado (sshhhh) porque estacionamos mais abaixo no Chiado e passeámos a pé, passando a São Pedro de Alcântara (que também está todo enfeitado ao jeito dos Santos).
Temos tudo pensado!
Música maestro.
O meu round 2 na Magnum Lisboa (têm mesmo de experimentar).
Este rapazinho não arreda pé do arraial de São Pedro de Alcântara.
A culpada foi a Isa. Fez-me notar que não é aceitável uma pessoa morar em Lisboa há uma porrada de anos sem ter visitado a Estufa Fria. Para compensar fui eu, finalmente, e levei a família. Não era só a Estufa Fria que eu não conhecia, aparentemente, era toda aquela ala à esquerda do Parque Eduardo XVII onde há bancos de jardim, parques infantis e senhores a vender gelados. Tirei muitas fotos e de facto só elas falam pela beleza do sítio. Deixem-se convencer.
A caminho, aprecia-se a vista já bem conhecida da nossa Lisboa.
A entrada normal custa 3,10€ e estudantes, crianças, reformados pagam 1,5€.
Mas que bela foto, Maria...
As estrelícias adoradas da minha mãe.
Há uma estufa fria e uma estufa quente. E eu já não faço ideia qual é qual...
Para verem que há mesmo plantas de todo o mundo. Até do outro lado do mundo.
Começo a achar que devia ter apontado o nome das plantas que fotografei para vos dizer...
Não, não são os meus pézinhos, que eu estava do lado de cá da lente.
Continua...
As primeiras imagens que vos mostrei do LX Factory foram captadas cá fora (sim, à chuva). Estas agora mostram um pouco do espaço interior dos espaços onde entrei - que não foram muitos, confesso (tenho mesmo de voltar). Apaixonem-se, como eu, pela livraria gigante (a Ler Devagar). No primeiro andar há uma espécie de casa das máquinas da antiga fábrica que lá operava, que tem um auto-intitulado dessert place, que é o O Bolo da Marta. Não provei (já disse que tenho de voltar?), mas dei bem alimento aos olhos. E fui um custo não trazer um dos blocos de notas da livraria, nomeadamente aquele cujas folhas são de toalha de mesa! Quem é que nunca rabiscou uma toalha de mesa num restaurante? O segundo espaço é o do Café na Fábrica, que me lembra muito a primeira casa da minha avó. Adorável. E tudo uma delícia. Viva a arte do napperon!
No Sábado, depois da visita à Ericeira, fomos ao LX Factory. Estava pejado de turistas e Lisboetas, mesmo sob a chuva insistente dessa tarde. Não passava lá desde que eu e o Moço fizemos um workshop da Nestlé no adorável espaço-cozinha Kiss the Cook. Nunca tinha visitado com olhos de ver. É claramente um "bairro" com a mania que é alternativo e portanto é IN. Muito hipster-coiso-rock-chic, com um travo de pseudo-intelectual e uma onda de I don't care, but really I do, que equilibra o moderno e o rústico, o cuidado com o descuidado. Não consigo rotular, já perceberam? Porque é um espaço cheio de personalidade. Por isso, por hoje, deixo que as imagens falem por mim e vos digam o quanto gostei e quero voltar. E esta é só a primeira parte (são gritinhos de excitação, que oiço?).
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