Não falo da ladaínha que aprendi em nova na catequese. Sei as palavras todas do Pai Nosso e da Avé Maria, mais umas quantas da caderneta. Sou capaz de pronunciar agora mesmo todas essas orações de enfiada, de trás para a frente, em versos interpolados, e mesmo assim não estar a dizer nada. Não tenho o dom de acreditar sem ver - e a falta que isso me faz, às vezes.
Era o primeiro dos 4 dias na Madeira em que chovia a sério e era logo aquele que tínhamos reservado para visitar o Jardim Botânico, que nos tinha sido altamente recomendado. E o último que estaríamos na ilha...
Eu: E é que não pára de chover!
Ele: É verdade. Temos tido tanta sorte com o tempo e logo hoje está assim.
Eu: Ah mas vamos ver o Jardim Botânico na mesma. Nem que seja sempre debaixo do chapéu de chuva.
Ele: Sim, mas na verdade nem faço muita questão de ir ver o jardim.
Eu: ????
Ele: Pois se já durmo com uma flor todos os dias...
E é isto... Logo vos conto tudo (ou quase) sobre a viagem!
Como a Pplware bem lembrou há mais vida no Google que a pesquisa básica e o email. E para mim uma das ferramentas bem úteis e que muita gente não conhece é a pesquisa por imagens. Não estou a falar de se procurar uma imagem de qualquer coisa. Mas de se ter uma imagem e não fazer ideia de onde ela vem e onde ela está.
Por exemplo, é útil: 1. Ao ver uma peça de roupa linda que é partilhada por alguém, mas não tem fonte ou loja onde comprar. Também a podemos ter guardado há muito tempo porque gostávamos da peça de roupa e ja não fazemos ideia de onde era.
2. Ao ver um produto qualquer (outro) que nem sabemos bem como se chama (e não dá para pesquisar por texto "eletrodomestico arredondado assim com botoes alaranjados e que se usa para cortar cenouras em rodelas grossas" e chegar lá na pesquisa normal), só temos a sua imagem.
3. Ver uma paisagem linda, querer visitar esse local, mas nem fazer ideia a que país pertence.
Para todos esses casos e muitos outros que agora de repente não me ocorrem existe o Google Images: https://www.google.com/imghp
Basta colocar um URL da imagem que vimos algures na Internet sem fonte - ou mesmo fazer upload do nosso computador dessa mesma imagem nesta bonita página (vá, é praticamente igual à da pesquisa normal). E o Google devolve resultados com todos os sítios [que apanha] em que essa foto está publicada. Et voilá. Chegam à informação que querem.
A Ana diz aqui o que eu digo muitas vezes: é pena não ser um braço partido para as pessoas perceberem que é igualmente incapacitante. Na verdade chega a ser como ter os dois braços partidos.
Desvaloriza-se, como eu, sempre cética, pragmática, terra-a-terra, também desvalorizei ("ultrapassa-te, isso é psicológico"). Até sentir mais de perto, - não em mim, mas nos meus, - o poder de algo assim.
E da depressão ainda se fala (embora não se compreenda)...mas há todo um mundo de patologias desconhecidas do público e muitas vezes de médicos que drogam por default para a depressão sem se esforçarem mais que fazem as pessoas passar por "preguiçosas" ou "irresponsáveis" quando têm sobre elas um peso que poucos de nós [felizmente] alguma vez entenderemos. Mesmo quando sorriem às adversidades quando se cruzam contigo.
O moço nunca tinha visto a série e eu não perdi essa oportunidade para a rever - agora com ele.
Sabem aquela parte logo no início da música do genérico que faz tcha tcha tcha tcha (mas em clap)? [Hey, eu avisei que era só para fãs.] Nessa parte é incontrolável o impulso de batermos em algo ao mesmo ritmo. Ou em alguém.
Conclusão: a ver Friends com o moço ao lado...transformo-me em vítima de violência doméstica.