Mezinhas
Preciso de uma gripe curada em menos de 24 horas. Aceitam-se todo o tipo de sugestões, incluindo macumbas com perninhas de rã, canja ao domicílio, tomar banho em laranjas espremidas e drogas várias.
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Preciso de uma gripe curada em menos de 24 horas. Aceitam-se todo o tipo de sugestões, incluindo macumbas com perninhas de rã, canja ao domicílio, tomar banho em laranjas espremidas e drogas várias.
A febre pegou e hoje em dia qualquer pessoa pode ser apanhada nas teias desta nova virose.
O Moço foi ao ginásio: PUMBAS: Apanhado. Chegou-me a casa muito cabisbaixo, não tinha conseguido evitar. Agora nem sabe se deve sair mais de casa por causa da hipótese de contágio ou de maior contacto com o fenómeno - o que pode adicionar o sintoma "tomei-lhe o gosto".
Ficam algumas dicas chave para se precaverem enquanto estivermos em alerta vermelho:
1. Evitar espaços públicos
2. Evitar estar na presença de aparelhos eletrónicos com câmara
3. Continuarem sempre a mexer-se! Sempre. Como se estivessem permanentemente numa discoteca ao som da Shakira ou a apanhar um choque numa tomada elétrica.
4. Não desviem os olhos. Mantenham os olhos abertos e pestanejem com toda a rapidez que conseguirem na direção de possíveis interlocutores portadores da doença.
Boa sorte!
Eu tenho seguido estas regras e até ver ainda não apanhei nenhum #mannequinchallenge.
Eu bem vi o ar grave dele quando me entregou a carta que tinha trazido da caixa de correio. Estava em meu nome e era do Ministério da Saúde. Eu estava à espera dela, mais ou menos nesta data, seria a confirmação que os resultados estavam normais, naquele exame de rotina - senão em vez da carta, ligavam-me para ir lá. Estava a abrir vagarosamente, enquanto fazia outras coisas, mas notei que ele não saía de perto de mim e me apressava "vá, abre lá isso". Quase zangado comigo, como se eu estivesse a esconder um amante no centro de saúde e ele me enviasse cartas de amor com o selo do Ministério.
A carta: uma data de coisas que não percebo e a letra do médico a fazer o resumo "Normal".
Mais tarde perguntei-lhe o que achava que era a carta para estar tão nervoso. Pensava que eu estava doente. Um cancro, talvez, anunciado pelos CTT, ou que eu lhe estivesse a esconder. Quase não respirava de preocupação.
Estes factos foram recolhidos no site da Alzheimer Portugal (onde podem obter muito mais informação) com o apoio de uma porta-voz da instituição. Claro que os comentários parvos são meus. Mas nada como usar o humor para aligeirar uma situação que de ligeira não tem nada. São dez factos importantes. A saber:
O que as pessoas têm (infelizmente) é a doença de Alzheimer. O Alzheimer é o senhor Alois Alzheimer que identificou a doença em 1908. Por isso “ter Alzheimer” seria ter o senhor lá em casa – ora o homem até já morreu e a família podia não gostar muito disso. Como já foi em 1915 que morreu, aposto que vocês também não iam adorar.
50 a 70% dos casos de demência são de Doença de Alzheimer. Pelo que, pelo menos, devíamos saber dizer o nome corretamente...
A forma mais comum da Doença de Alzheimer, afeta pessoas independentemente de haver casos na família ou não e até à presente data o único fator de risco evidente para o desenvolvimento desta doença parece ser a existência prévia de um traumatismo craniano severo. Há um gene apenas identificado como estando associado à doença (ApoE14) e que portanto pode ser transmitido de pais para filhos, mas também pode ser transmitido sem que a doença se venha a manifestar (o que acontece em metade dos casos). Neste caso, nem estamos a falar do tipo mais comum de Doença de Alzheimer, mas de um tipo que se desenvolve entre os 40 e os 60 anos e que apresenta um número reduzido de casos face à Doença de Alzheimer mais comum que surge a partir dos 65.
E se eu disser que os sintomas incluem, por exemplo, coisas simples e que não associamos normalmente à doença, como: apresentar um discurso vago durante uma conversa, perder entusiasmo na realização de atividades anteriormente apreciadas ou demorar mais tempo na realização de atividades de rotina? Faz-nos querer estar um bocadinho mais atentos, não é?
É verdade...não tem um diagnóstico tão direto como pensávamos, pois não? As pessoas começam a ficar esquecidas e já está...Só que não! O diagnóstico, que importa ter o mais cedo possível, é obtido através de uma série de exames e análise da pessoa e do seu historial. E 100% de certezas, só mesmo após a morte, ao observar o tecido cerebral.
Não basta não ser tão genético como pensávamos: a verdade é que podemos fazer alguma coisa para não alimentar esta doença. Uma dieta equilibrada e exercício físico podem ser chave (normalmente só ouvimos falar em exercícios mentais, mas o Sudoku não é mais importante que o “mexer o cu”). Não há nada que possa prevenir a doença de Alzheimer garantidamente (pelo menos identificado, até ao momento), mas o exercício físico e mental, bem como os bons hábitos alimentares, podem ajudar a reduzir o risco ou adiar o seu desenvolvimento.
A Demência afeta 1 em cada quatro pessoas a partir dos 85 anos. Tendo em conta que a esperança média de vida é cada vez maior há uma alta probabilidade de nós ou um dos nossos vir a sofrer com a Doença de Alzheimer. Nesse sentido todos deveríamos ter mais informação sobre a doença, desde os fatores de risco – que já vimos que estão longe de ser maioritariamente genéticos – aos sintomas, às formas de lidar com a doença.
As mulheres constituem entre dois terços e três quartos das pessoas com demência. O risco de demência duplica a cada 5 anos depois dos 65 anos, sendo a idade o maior fator de risco. A esperança média de vida é mais elevada nas mulheres, pelo que existe um maior número de mulheres com demência.
Há medicação que pode ajudar a estabilizar a doença e a combater outros efeitos da mesma (como a depressão) mas a doença não regride, nem se cura. Pelo menos não até ao momento.
O evento ocorre anualmente e em vários pontos do país e todos estamos convidados: não só doentes e cuidadores, mas toda a gente que encaixe na categoria “ser humano”. E agora que penso nisso, talvez até possam levar os vossos animais de estimação. É um importante momento de sensibilização para a doença, em torno da data em que se marca o Dia Mundial da Doença de Alzheimer (21 de Setembro) e de recolha de donativos, organizada pela Alzheimer Portugal. A inscrição/donativo são 5€ e podem juntar-se ao “Passeio” aqui. É a altura do ano em que se ouve falar mais da doença – e tendo em conta que é uma doença que pode afetar cada um de nós ou dos nossos familiares (nunca sabemos – não sou da política do medo, mas sou da política da informação-na-mão) talvez seja bom gerar todo o impacto possível. Vamos todos?
[Nota: Normalmente quando publico um artigo no Aprender Uma Coisa Nova por Dia não o replico no blog, mas suspeito que este tema mereça mais réplicas que um terramoto, pelo que aqui fica. Sintam-se à vontade para partilhar também, as vezes todas que quiserem.]
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Todos sabemos que as pessoas de idade adoram ganhar na modalidade doenças. E a senhora que hoje observei do meu pouso no café, onde tomava uma meia de leite, leva o ouro.
Ela sentou-se na mesa ao lado de uma outra mesa onde estava uma outra velhota. Essa outra está cabisbaixa, murmura um bom dia. Diz a senhora que chegou:
- Não está nos seus dias, pois não?
A outra acena que não, mas não quer fazer conversa. Então a que chegou levanta-se e inclina-se para a outra, e aponta enquanto diz:
- Eu estou que nem tenho força para me levantar! Está a ouvir?
Senta-se e repete o processo.
- Nem forças para me levantar!
(ninguém diria)
Procuram-se patrocínios de marcas de lenços de papel para aplacar constipação de Verão mais teimosa que a dona e suas consequências nefastas.
Volto amanhã para não vos contagiar...
Respondo da mesma forma que a loura da anedota, a quem mandaram ver se o pisca direito do carro estava a funcionar:
Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está.
Dizer: "eu também já tive isso [inserir doença] mas ainda foi pior!"
É tão difícil explicar às pessoas as doenças invisíveis.
Dizem, como eu já disse quando era mais ingénua e não as respeitava, que é ser fraco. Que são manias, próprias de quem não sabe lidar com a dor e com a tristeza. Dizem-no porque nem desconfiam que sanguessugas de alma como a depressão - não só a depressão - podem surgir no auge do sucesso e da felicidade, ou numa quarta-feira qualquer.
É tão difícil explicar às pessoas as doenças invisiveis.
Mas aqui está uma brilhante tentativa.
...que quer sempre ganhar o campeonato mundial das doenças.
Eu também estive assim com tosse mas pior. Cheguei a cuspir sangue. Sangue com ranho, claro, porque estava mais entupida que tu - tinha ranho até à testa. Saía-me pelos poros capilares e as pessoas pensavam que era cabelo oleoso.
Sei que agora não se nota, mas fiquei com danos irreversíveis nos pulmões. Não pior do que aquela vez em que tive uma infeção nos brônquios de fazer envergonhar qualquer doente terminal, claro.
Por isso não te queixes.
[Publicado originalmente aqui.]
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