Não sou a única tonta da família #21
A minha irmã diz que desde que começou a arrumar o armazém tem a pele irritada e passa a vida a coçar-se.
Ou é alguma alergia ou é o coçonavirus.
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A minha irmã diz que desde que começou a arrumar o armazém tem a pele irritada e passa a vida a coçar-se.
Ou é alguma alergia ou é o coçonavirus.
...tenta engolir os pontos do dente a achar que é a massa Xau-Min que está a comer.
Vi-a ao longe. Os meus olhos brilharam.
Olhei para o relógio. Três minutos para o meu comboio chegar. Tinha de dar tempo.
Levantei-me e comecei a correr na sua direção.
Ela fez o mesmo do lado de lá da linha, os nossos olhos divididos entre o caminho a percorrer e a inevitabilidade de ver onde ia a outra.
Descemos as escadas em direção ao túnel e foi bem a meio que finalmente nos cruzámos.
Era a minha irmã. Trazia na mão um daqueles gelados da feira para mim.
As boas?
Finalmente o livro do Afonso Cruz apareceu.
Estava de facto em casa dos meus pais, depois de a minha irmã o ter levado emprestado há meses.
As más?
Foi encontrado assim.
[Ou pelo menos foi esta a foto que recebi da minha irmã, juntamente com a mensagem "O livro do Afonso Cruz não queria ser encontrado. Lamento mas cheguei a casa e encontrei-o assim...Devias ter deixado o assunto em paz. Ele não queria voltar para Lisboa..."]
Encontrei no baú este conjunto de quadras com muuuuitos anos que prova duas coisas: sisters will be sisters e eu já começava a pensar no Natal com bastante antecipação (nem me controlava para dar "a prenda" - embora a qualidade da mesma possa ser duvidosa).
A minha irmã acabou de me ligar. Nas suas palavras, tinha de me contar algo enquanto a minha mãe se lembrava do que tinha dito e não podia negar: já estão a achar que vai ser bonito certo? Eis o que ela relatou:
A minha irmã falava de como em determinado grupo de amigos, nem todos entendiam quando estava a gozar ou a ser irónica e a minha mãe decidiu explicar-lhe que era normal, porque nem toda a gente tnha tido a educação dela.
Irmã: O que queres dizercom isso?
Mãe: Nem toda a gente cresceu com uma irmã assim parva.
(sim, eu)
Parece que depois ela tentou emendar que era "parva no bom sentido", claro que já a mai'nova estava de dedo no gatilho (leia-se telemóvel) para dar a boa nova.
Só me lembrei disto, acerca de como as pessoas próximas podem ser honestas:
A verdade é que - apesar de neste caso a minha mãe nem ter dito o que disse como um insulto - concordo: as pessoas mais próximas devem ser honestas (mesmo que tenham cuidado com o tom em que dizem as coisas). Isso ou...os meus amigos não têm sorte nenhuma em ter-me por perto...
"Mana, fiz uma coisa mesmo à Maria - sabes quando no cinema te desejam bom filme e tu dizes igualmente ao rapaz da bilheteira que está a trabalhar e não vai ver filme nenhum? - só que pior. Como já não vens à feira de Maio e a P. não podia andar comigo naquela nova diversão que faz loop e eu queria mesmo experimentar, ela lá me convenceu a andar sozinha. Então eu sento-me e o senhor que trabalha lá estava a passar por toda a gente antes de começar. Estendeu a mão e eu dei-lhe um high-five. Ele...estava só a verificar os cintos. Estendeu a mão para verificar os cintos e eu dei-lhe um high-five."
A minha irmã liga-me.
Ela: Tenho uma coisa para te dizer. É sério.
Eu: O quê?
Ela: A mãe morreu...
Eu: Ahahaha, sua balelas! Acabei de a ouvir tossir aí atrás. Só se se finou mesmo agora.
Ela: Estava a brincar. Mas agora a sério, liguei para te dizer uma coisa.
Eu: O quê?
Ela: O pai morreu...
Eu: Ahahahah. Esse pai que acabou de falar agora?
Ela: Não, isso foi o primo que veio cá dar as condolências.
Eu: Ahahaha. Tonta. Diz lá, queres alguma coisa ou não?
Ela: O Moço está contigo?
Eu: Não, está a trabalhar.
Ela: Ok. O Moço morreu...
Eu: Ahahahah. Esquece. Vou desligar.
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