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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

14
Jul14

Home Detox ou "Isso não, por favor!"

Maria das Palavras

Há umas semanas estive em mudanças. A minha vida mudou-se de uma casa para outra e neste processo descobri coisas que já nem me lembrava que existiam. Parece que durante dez anos ali, andei a juntar coisas – o termo técnico que a minha mãe usou foi lixo – que me pareciam muito úteis, pertinentes e permanentes, mas afinal nem por isso.

Parecia haver a ideia geral, por entre as pessoas que me ajudavam a fazer as mudanças, que eu ia doar e deitar fora muita coisa. Percebi que a coisa era séria quando o meu namorado fez questão de me lembrar que também precisava de um sítio onde guardar as coisas dele na casa nova – já não é a minha casa, é a nossa casa.

De cada vez que eles tentavam deitar algo fora e eu gritava “isso não por favor!” sentia que era candidata àquele programa do TLC em que mostram a casa de pessoas que acumulam tudo e mais alguma coisa, de tal forma que é preciso escavar túneis para se passar de uma divisão a outra.

 

 

TLC: Hoarding Season 2

 

 


Portanto, aos poucos fui separando o que ia para a casa nova e o que já não tinha lugar na minha vida. Primeiro a custo, só a pôr de lado o que era demasiado ridículo para eu fingir que precisava e depois (à medida que o espaço começava a escassear na nova morada) quase sem olhar e sem pensar.
Teve mesmo de ser.

Isto para dizer que as mulheres se apegam demasiados às coisas. E às vezes precisam de um empurrãozinho para dar a volta às gavetas - literais e metafóricas - e manterem junto de si só aquilo que interessa mesmo. É como um sumo detox para alma.

Mas tenho a certeza que ainda vai chegar o dia em que aqueles sapatos verdes e roxos que nunca usei me vão precisos. E eu lá estarei para dizer “eu avisei!”.

 

Nota: Calma, calma, a foto é do programa do TLC.

 

 

 

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13
Jul14

Das palavras #3: Sogrices

Maria das Palavras

Tenho para mim a ideia (polémica) que os sogros não são maus para as relações. Podem beliscar as noras e os genros, mas não beliscam aquilo que une a nora/genro ao filho/filha.

 

Há até um blog novo por aí [daqueles em bom] em que duas moças falam das suas bruxas sogras e que eu acho que só reforça esta teoria – porque apesar de todas as dificuldades impostas pelas bruxas sogras, isso só serviu para reforçar a ligação que têm aos respetivos maridos.

Lidar com sogrices (termo que doravante designa os pais da outra metade da laranja e suas manias) é como entrar num jogo de futebol: é preciso alguma preparação,  muita sorte e não entrar a pés juntos. Se já soubermos que há a possibilidade de a) se meterem demasiado na nossa vida, b) nos julgarem pelo que fazemos ou não fazemos, c) nos odiarem por roubarmos o rebento lá de casa ou d) tudo isso ao mesmo tempo, a partir daí tudo o que vier é ganho.

 

Outlaws are wanted

 

Eu e o meu rapaz temos sorte. Claro que ele não se livrou de alguns episódios caricatos ao início. Como quando a minha avó nos disse que desde que nos dessemos bem estava tudo bem e o meu pai replicou “mas também não precisam dar-se bem demais” em jeito de “tira-lá-a-mãozinha”.

 

Seguindo algumas regras básicas, como levar as coisas com leveza e humor, ou em casos extremos evitar o que nos faz mal (se forem os sogros, que seja), as sogrices não têm como estragar uma boa relação. Agora a relação é que pode não ser boa já de si. Se não comunicam, não dizem o que sentem ou o que vos incomoda, se não encontram soluções em conjunto…santa paciência, mas a culpa não é dos sogros, é vossa. Ou, para usar a expressão de um amigo nosso: não façam dos sogros o vosso “bode respiratório”.

 

 

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13
Jul14

A minha avó e o chinelo

Maria das Palavras

Hoje estive com ela e não me ameaçou com o chinelo. Mas não é porque eu já tenho 28 anos e ela até estava com dores nas costas. Foi só porque eu não me portei mal.

Se não me engano nunca o senti, mas muitas vezes ouvi "olha que levas com o chinelo!" e punha-me em sentido. Às vezes olhar ou apontar para o dito bastava. Ou descalcá-lo por um segundo.

 

 

 Chinelo azul do link: www.artedolar.com.br

 

Passei muito tempo em casa dos meus avós, durante a infância, e nunca precisaram de proibir a televisão ou pôr-me de castigo colada a uma parede para que me portasse bem. E eu até posso ser uma bem-comportada de feitio, mas com a minha irmã foi o mesmo - e ela era tudo menos bem-comportada de feitio...ou de alma, ou de corpo, que a miúda ainda hoje (que já não é miúda) continua a ser torcida. 

 

O segredo era simples. E não era o chinelo da minha avó, mas o conceito que transportava na sola ou no pano (quase sempre azul). Era o mesmo conceito que se prendia nos olhos do meu pai olhando fixamente para mim.

Uma palavra: disciplina.

 

Mas não acredito nem por um segundo que isso fosse um exclusivo do saudoso passado. Continua a haver disciplina nos lares e nas crianças. Nalguns e nalgumas. Naquele tempo também tinha coleguinhas de escola sem respeito a nada. E não acredito que alguns não tivessem levado até toque de cinto em casa. Que fosse tão simples como: melhor educação, melhor comportamento. Não o era, como não o é hoje em dia.

E a única mágoa que tenho é que ao mesmo tempo que a minha avó me ensinava o que era o respeito com uma peça de calçado eu não tenha ganho aversão a sapatos. A minha carteira e o meu homem (que tem sempre só 30% do espaço de arrumação que é dos dois) agradeceriam.

 

 

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12
Jul14

(Des)larga-me

Maria das Palavras

Não me amoles. Não me toques. Não te aproximes. Vai para longe. Não quero ouvir. Não quero saber. Agora não. Sai para lá. Sai de cima. Sai de baixo. Nem gosto de ti. Diz para aí o que quiseres. Não venhas para cá. Não me tentes. Não me olhes com esse ar. Não me faças esse beicinho. Não ergas assim a sobrancelha. Não me apertes neste abraço. Neste abraço delicioso e forte e nosso.

 

(Des)larga-me. 

Que é como quem diz: agarra-me.

 

 

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12
Jul14

A mulher, esse ser inconstante

Maria das Palavras

Dou muito valor aos homens. Sobretudo por nos aturarem.

É verdade que somos altamente evoluídas, responsáveis, sensatas, organizadoras, protetoras, inteligentes, divertidas e...bom, autênticos poços sem fundo de elegância e sensualidade (estou a exagerar na nossa dose, porque a seguir vou ser má).

 

Mas caramba, as hormonas que o senhor nos deu (ou os nossos paizinhos) às vezes tornam-nos impossíveis.
Às vezes quando dou por mim, estou a refilar ou mesmo já chateada com ele por algo tão grave como não ter pousado as compras no sítio certo ou ainda não ter levado dali a camisa...

 

Como se o homem da minha vida, que me dá tanto carinho e me ajuda tanto, merecesse reprimenda ou palavras assanhadas por não fazer as coisas exatamente como eu quero.

 

"Eu?? Eu nunca vou ser assim!" dizia eu, às minhas amigas já comprometidas há anos, que se chateavam com o namorado por tudo e por nada.

É certo que depois dou com a mão na testa, o juízo assenta em mim e peço desculpa, ou emendo-me de outra maneira. Ou a coisa passa. 

 

Bonito, bonito, (não, não são as canções do Tozé Brito) é que mesmo assim ele diz que eu sou a melhor do Mundo.

Nós somos uns tachos quentes, sempre prontos a ferver. Mas eles adoooram queimar as mãos.

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12
Jul14

Das palavras #2: Motivação

Maria das Palavras

Mesmo sem estudar as raízes etimológicas da palavra há algo que me parece muito óbvio. É preciso um motivo.

Venha o esforço, o sacrifício, o trabalho árduo, a dedicação, a entrega, em prol de um objetivo. Um objetivo altruísta, ou egoísta ou que-dê-para-todos-ista.

 

Sem isso, não me peçam nada, por favor.

 

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11
Jul14

Quem morre é quem fica vivo

Maria das Palavras

Penso sempre nisto: que é mais fácil para quem parte (se é que parte para lado algum).
Quem fica vivo é que morre. Um pedaço de cada vez. Uma pessoa de cada vez.

 

Eu já morri por duas vezes. A primeira tirou-me um pedaço gigante. Levou-me uma parte da infância, um colo, viagens de Verão e parceiro para jogar às damas. Nunca mais fui encher os garrafões de água à fonte. Da segunda vez morri menos, mas morri muito naquele abraço interminável de quem morreu inteiro ao ver a sua alma gémea partir. 

 

Morrer é muito difícil para quem fica vivo.

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11
Jul14

Passar à rua que já foi tua

Maria das Palavras

O autocarro estava muito atrasado e ela não podia esperar mais. Então, mesmo debaixo daquele calor surdo às queixas da velhota sentada à sombra, pôs-se a caminho. Desejou ter calçado saltos altos. Ninguém a percebia, porque é suposto os rasos serem tão mais confortáveis. É que os saltos altos marcam compasso e pontuam a caminhada. E têm o conforto da beleza, que ela tanto quer fingir.

 

Foi quase sem reparar que reparou. Talvez tenha virado a cabeça para sacudir o cabelo que lhe passeava nos ombros. E viu a entrada para a rua dela. Já não era a rua dela, na verdade. Mas foi por muitos anos. A rua onde reconhecia a porta e subia até ao último andar para o apartamento velho que chamou de casa por uma década. Que partilhou com uma amiga, com ninguém, com a irmã, com o seu amor. Onde recebeu amigos para verem sentados no chão o Portugal x Inglaterra do Euro 2004 e comerem bacalhau com natas como a mãe lhe tinha ensinado a fazer. Onde levou rapazes diferentes para beijos diferentes e desilusões diferentes. Onde chorou, sorriu, deseperou, foi feliz. 

 

Pensou nisto tudo naquela fração de segundo em que reparou na rua. Talvez tenha virado a cabeça para sacudir o cabelo que lhe passeava nos ombros. O calor não dava descanso e ela não dava descanso aos sapatos rasos, que deviam ter salto alto, para lhe marcar o compasso e pontuar a caminhada. Já estava atrasada. Que a vida não pára.

 

 

 

 

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11
Jul14

O amor é cego...e também não tem tacto

Maria das Palavras

Ontem enviei-lhe as tais fotos em topless da Sara Sampaio. Ele gosta da moça e eu prefiro que ele cultive paixões impossíveis do que por uma vizinha do lado.

 

Ao fim do dia comentei as fotos com ele. E ele diz que ela tem um peito até pequenino, que é parecido com o meu. Ele acha que o meu peito é parecido com o da Sara Sampaio! Hahahaha. A minha copa A mal cheia parecida com a de uma Angel da Victoria's Secrets.
O amor é cego, minha gente. E ainda bem.

 

[escusado será dizer que se acabam assim as inseguranças relativas a este post]

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11
Jul14

Das palavras #1: Medo

Maria das Palavras

Não é bem medo. É receio.

 

Não me façam passar da cartola. 

De uma vez por todas: MEDO E RECEIO SÃO SINÓNIMOS. 
É porque as sílabas são mais harmoniosas que vos parece um sentimento mais nobre? Tem mais letras, logo deve ter mais dignidade?

 

É que nem há que ter vergonha de ter medo. Ou receio, vá.

 

 

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