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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

10
Set15

A visita ao restaurante mais frustrante do mundo.

Maria das Palavras

Restaurante - Maria das Palavras (imagem Pixabay)

 

Eu até estava numa de experimentar outro, mas já todos sabíamos que aquele era BBB (bonito, bom e barato) e portanto marchamos em direção ao conhecido Lobo do Mar em Sesimbra (que continua recomendadíssimo, apesar do relato de desespero individual que se segue - se é lá que vão os da terra, é lá que deve ir o resto do povo). 

Eu, morta de desejo que ando por comer arroz de marisco, já tinha mobilizado a minha mãe para me fazer companhia no tacho, que a especialidade é sempre para duas pessoas (já vos tinha falado desta minha pequena frustração, certo?).

Chegamos ao restaurante familiar onde (quase toda) a gente é muito simpática e confiro logo com o senhor sorridente que há arroz de marisco.

- Não. Só por encomenda.


Atirei-me para o chão, rebolei um bocadinho, funguei, engoli em seco (ok, foi só esta última) e escolhi o meu peixinho grelhado, que é a especialidade da casa. Avisto sopa de peixe no menu e começo logo a sentir-lhe o sabor (a saliva a formar-se na boca). A minha irmã também quer e peço ao mesmo senhor sorridente duas sopinhas de peixe.

- Não temos. Hoje só de legumes.

 

Bati com a cabeça na vidraça ao meu lado, atirei um copo à parede, bufei (ok, foi só esta última) e continuei a comer pão com manteiga. O senhor recolheu os pedidos das bebidas e a minha irmã, no meio de tanta nega, atira que só falta querer Coca-Cola e só haver Pepsi.

- Pois. Só Pepsi. E se quiser Fanta só tenho Sumol. 

 

Chamei-lhe os nomes todos de que me lembrei, pedi para falar com a gerência, ameacei que chamava a ASAE e revirei os olhos (ok, foi só esta última) e entretanto lá veio o peixinho apetitoso para começarmos a encher a barriga e acalmar qualquer desejo. No final está tudo refastelado e ninguém quer sobremesas, mas a minha irmã pergunta timidamente se há ananás, ao que o o mesmo senhor sorridente responde já em tom malandro, de quem sabe que nos negou tudo e até leva gosto nisso:

- Não, só abacaxi.


Apesar de tudo saímos satisfeitos e não pagamos acima do justo, o que só acontece em restaurantes muito específicos e quando os astros se alinham. Claro que na minha cabeça a cena final se desenrolava de outra forma, no momento em que o senhor sorridente apresentava a conta e perguntava se eu tinha dinheiro, ao que eu reponderia:

- Não, só tenho pastilhas elásticas. 

 

E ele perdia o sorriso.

 

 

 

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09
Set15

Eu já...#1

Maria das Palavras

...menti a um padre. Durante uma confissão.

 

[Rubrica criada por cortesia da Mula e do seu desafio a propósito de um aniversário - mesaversário - do seu blog, que está recomendadíssimo por esta gerência. Ora juntem-se, antes que isto dê coice.]

 

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09
Set15

Descrevam-me

Maria das Palavras

Há pouca gente que me conhece e me lê (em simultâneo), mas há, de facto, alguns amigos que descobriram quem eu era pela foto (sim, estou de costas e com a cabeça coberta por um chapéu, devo ter umas pontas de cabelo memoráveis!), pelo tom de escrita semelhante à forma como falo, pelos episódios que relato ou porque outros que já sabiam disseram para quem quisesse ouvir "Gosto tanto do teu blog!" perante o meu olhar estarrecido e as minhas bochechas vermelhas.

Maria das PalavrasTambém haverá pessoas que me lêem e me conhecem, só que não sabem que sou eu e às tantas até há pessoas que me lêem e me conhecem, sabendo que sou eu, e não dizem nada (suas sacanas!!). 


Mas a grande maioria das pessoas que segue aqui a Maria das Palavras não faz ideia de quem eu sou e só me conhece aquele bocadinho que deixo escapar pelas letras. Portanto, eis o meu desafio: descrevam-me. 
Como imaginam a Maria das Palavras? Curiosidade pura e juro que não me rio de ninguém que atire ao lado.

[já fui buscar pipocas e estou aqui recostada no sofá pronta para vos ler]

 

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08
Set15

Liberdade, emancipação e arroz de marisco.

Maria das Palavras

Primeiro veio o fim da escravatura e o Homem emancipou-se e pôde fazer as suas escolhas em liberdade, quer fossem as opções certas ou usar Croc's.

Depois as mulheres queimaram soutiens, conquistaram o direiro de voto, usaram calças, entraram no mundo do trabalho (não necessariamente por esta ordem). Não precisam de damas de companhia para sair à rua como na era vitoriana, nem de ordem do marido, não são pegas desalmadas por irem a um bar sozinhas. 

Homens e mulheres evoluiram. Somos todos desenvolvidos e independentes, numa sociedade que caminha cada vez mais para a tolerância.

 

ENTÃO PORQUE PORRA É QUE EU NÃO POSSO COMER UM ARROZ DE MARISCO SOZINHA??

[Agora a sério, há algum restaurante onde possa comer um arroz de marisco que não seja para duas pessoas?]

 

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06
Set15

Palavras dos outros #12

Maria das Palavras

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.

Mas o que mais dói é saudade.

 

Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Doem essas saudades todas.

 

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

 

Saudade é não saber.

Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

 

Saudade é não saber.

Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

 

Saudade é não querer saber.

Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.


[A definição mais bonita de saudade que já li, da brasileira Martha Medeiros, em Paixão Crônica. E - espantem-se - quem ma deu a conhecer foi a Sara Carbonero no seu blog, mas atribuindo o discurso a Miguel Falabella. Parece que muitos cometem esse erro.]

 

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05
Set15

Vendarista de Bananas

Maria das Palavras

Escrevo para não esquecer. Era isto que a minha prima dizia querer ser quando crescesse, dizia assim, muito pequena, ainda a tropeçar nas sílabas: vendarista de bananas.

Já trabalha a minha prima pequenina. Não está no setor fruta. Dizem que o FCP agora só contrata velhos.

 

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